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Como a roupa de uma mulher ainda choca a sociedade?

Deborah Secco apostou em looks da moda para comentar situações da Copa do Mundo

Bruna Dias
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Deborah Secco já passou pela sua terceira apresentação do programa 'Tá na Copa', do SporTV, e precisou lidar com críticas. A atriz tem entregado conteúdo responsável e deu um toque especial à edição especial do mundial.

Para quem não acompanha o programa, ele tem uma pegada mais de humor, por isso, para esta temporada, a SporTV, chamou, além de Deborah, o ex-jogador Aloísio Chulapa, que ao lado de Igor Rodrigues e Magno Navarro, brincam o que tem ocorrido no mundial.

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Porém, em apenas dois dias de apresentação, Deborah tem passado o que muitas mulheres passam diariamente: machismo. O talento da artista foi minimizado e os seus looks foram supervalorizados, o que fizeram com que ela sofresse duras críticas na web. Porém, ao mesmo tempo, ela recebeu apoio da massa.

A influenciadora Dina Carmona, que trabalha rompendo barreiras e levando o nome da mulher nortista pelo Brasil, consegue identificar esse preconceito de gênero em alguns lugares que passa. Ela fala sobre essa frequência em que mulheres são alvo por estarem vestindo o que querem, de acordo com ela, esse tipo de ação desrespeita e humilha a mulher.

Nas duas primeiras apresentações, ela mostrou looks que estão em alta no mercado da moda. Na estreia Deborah apostou em um cropped e uma calça cintura baixa, com a calcinha à mostra, e no dia seguinte, um moletom usado como vestido, com manga de mão.

“O ano é de 2022 e ainda hoje como no caso da Deborah, mulheres como nós somos julgadas pelas roupas que usamos. A gente está expondo demais ou de menos, a gente não está seguindo tendência da época ou está fora da moda, somos consideradas muito masculinas, não nos vestimos de acordo com os padrões. A gente sempre precisa se enquadrar, no que eu chamo de controle de qualidade social, para mudar nosso cabelo, o nosso peso, se a gente está abaixo ou acima, nosso tom de pele. Então, nós estamos sendo sempre observadas, diante desse que eu chamei de controle de qualidade social”, analisou a influenciadora.

Dina destacou esse olhar da sociedade que sempre vê a mulher de maneira inadequada e ofensiva, que nunca é culpa dos outros e sempre da mulher. “No caso da Deborah, na minha opinião, ela estava lá exercendo o seu papel como Deborah Secco e não nesse ‘dress code’ de pensar toda essa formalidade, algo que esse padrão estabelecido”, acrescenta Dina.

Verena Rodrigues, Feminista, Bacharel em Moda e Mestre em comunicação, linguagens e cultura é uma grande estudiosa, e acompanha o que as tendências apostam ao longo dos anos.

 “Não é novidade que a roupa e o corpo da mulher são alvos constantes de observações da mais diversa sorte. A maioria destas de teor moralista. A atriz Deborah Secco chocou a moral de uma boa parte dos espectadores ao aparecer com looks ousados demais para um ambiente predominantemente masculino. Minha opinião como especialista é: ela arrasou! Vejo referências do esporte, do street wear, conforto, tudo caindo perfeitamente num corpo atlético”, avaliou Verena Rodrigues.

A profissional ainda destacou o burburinho que a atriz passou. “Acontece que na nossa sociedade machista e patriarcal, a moral e os bons costumes são preceitos estabelecidos unicamente por esse grupo: o dos homens! Eles são os donos da bola e fazem as regras. E só as mulheres sofrem sanções quando contrariam as regras. Logo, o corpo da mulher incômoda, causando desconforto ainda mais num espaço masculino. A historiadora italiana Silvia Federici é referência de estudo sobre o tema. De acordo com ela, 'A luta de classes passa pelo corpo - e, principalmente, pelo da mulher', ou seja, mulheres não são sujeitos de si (ainda), seus corpos e como se vestem pertencem à opressão masculina. Deborah não só escandalizou com sua presença, a de uma mulher linda, segura e inteligente, como também desafiou as ‘regras’ e escolheu um visual fashion arrojado, mas que mostrava seu corpo. Se fosse um cara sarado sem camisa, tenho certeza que não viraria crítica jornalística”, acrescenta Verena.

 

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