Protesto fecha a BR-316 para cobrar salários atrasados dos servidores da Saúde de Ananindeua

Um grande engarrafamento se formou na BR-316 desde as primeiras horas da manhã desta terça-feira (7/05) devido a um protesto registrado no trecho que fica próximo à Prefeitura de Ananindeua. Os participantes do ato foram profissionais da saúde que questionam salários atrasados, demissões e falta de investimentos na área da Saúde. O ato começou por volta das 6h e se dispersou por volta das 9h30. 

Os manifestantes ficaram no meio da pista e todo o fluxo de veículos parou dos dois lados da BR-316. Com cartazes, faixas e um carro-som, os trabalhadores declararam que não estão recebendo os salários pelos serviços prestados e o ato foi a última saída para chamar atenção sobre a situação que vivem dentro das unidades de saúde.

Rômulo Vieira, Conselheiro Estadual das Cidades, foi uma das lideranças do ato. Ele explica que os profissionais que atuam na saúde de Ananindeua buscam somente direitos que lhes são devidos.

“Entendemos que é uma situação que causa alguns constrangimentos para os transeuntes. Mas foi necessário fazer isso aqui na BR. Reunimos pessoas dos quatro cantos de Ananindeua. Eles estavam aqui em busca da melhoria da saúde, em busca do recebimento do pagamento. Não é justo você trabalhar e, de repente, ser mandado embora e não receber pelo mês trabalhado e nem a exoneração. Aqui estão pais de família... Não estamos em época da escravidão para trabalhar e não receber. Entendemos que é um direito do gestor admitir e também mandar embora o funcionário, mas é direito dele também pagar as pessoas que são demitidas”, afirma Rômulo Vieira. 

Além disso, o representante ainda afirma que as demandas dos protestantes vai além da questão salarial. “A saúde está um caos. Você não consegue um ortopedista, neurologista, ginecologista, não tem remédio. A gente está vendo as clínicas deixando os convênios com SUS e isso é muito ruim. Ficamos até abismados porque temos um gestor que é médico, que fez um juramento de cuidar da vida e da saúde. Não vemos isso acontecendo no município, então foi por isso que nós resolvemos fazer hoje esse manifesto aqui e vamos aguardar uma resposta dele para esse povo, tanto para os que foram demitidos como na questão da saúde”, declara Rômulo Vieira. 

Entre as demandas citadas pelo representante dos manifestantes, Rômulo Vieira ainda cita a questão da melhoria e contratação de profissionais da saúde que sejam aptos para cuidar de pessoas portadoras do Transtorno do Espectro Autista (TEA).

“Ainda tem a questão do autista não está tendo acompanhamento. Você vê nas escolas, vai nas instituições de ensino e não tem um acompanhamento correto com profissionais para essas pessoas. Então, é lei. E tem que se cumprir, tem que ter nas escolas pessoas capacitadas para cuidar também dos autistas”, ressalta o Conselheiro Estadual das Cidades.

Sobre o protesto e a situação do hospital, a Redação Integrada de O Liberal entrou em contato com a Prefeitura de Ananindeua nesta terça-feira, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.

No entanto, ainda na segunda-feira (6), a Secretaria Municipal de Saúde de Ananindeua (Sesau) informou à reportagem que “segue normalmente o cronograma de pagamento dos hospitais conveniados. E quanto ao Hospital das Clínicas de Ananindeua, está sendo feita uma análise e auditoria na quantidade da produção do mesmo”.