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Empresário descobre veia artística durante a pandemia e passa a transformar lixo eletrônico em arte

João Miranda foi convidado para expor seu trabalho com viéis ambiental em São Paulo e em Madri

Luiz Cláudio Fernandes
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Durante o confinamento da pandemia, há dois anos, João Vagno Miranda viu sua empresa sendo obrigada a fechar as portas. Sob extrema  pressão psicológica, não viu outra alternativa a não ser buscar uma rota de fuga para aliviar suas dores econômicas e psíquicas. Foi na arte que ele encontrou o amparo de que precisava. 

“Sempre fui apaixonado por artes, mas não qualquer tipo. Gosto daquelas surrealistas, coisas que dá pra você imaginar o inimaginável. Um certo dia vi uma postagem de um artista plástico britânico, de coisas que ele fez com sacolas plásticas e alguns lixos como pet, tampinhas, etc. Achei aquilo muito louco e diferente, e tudo isso me inspirou pra tentar produzir a minha arte com a minha cara e meus gostos”, conta.

João criou sua primeira obra apenas para aliviar o estresse, mas, ao concluir, toda a sua família se surpreendeu com algo que nem ele sabia que era possível. “Rapidamente postei no meu Facebook, e, de uma forma tão intensa, estourou”, relata.

image Lixo eletrônico virou uma tartaruga nas mãos de João (Arquivo pessoal)

Como artista plástico, ele escolheu um nicho e um tema a abordar em suas obras, que é o lixo eletrônico e o impacto ambiental causado por ele. João passou a usar, então, para criar as obras, material eletrônico que é jogado no lixo como pilhas, placas, capacitores, mousse, cabos e muitos outros eletrônicos. “No início usei o que tinha à minha volta, tudo que era descartado. Mas, depois da terceira obra, precisei de quantidades maiores, então fechei parceria com cooperativas que separam e me doam o que preciso”, explica.

Em cada obra João mostra a importância da preservação ambiental. “Minhas obras têm uma essência revolucionária e educativa. Elas nos levam a fazermos o seguinte     questionamento: o que aconteceria se os resíduos eletrônicos fossem descartados de forma irregular? Que impacto isso causaria na natureza, na saúde humana e nos lençóis freáticos? Tudo é uma reflexão importante, e essa releitura tiramos da imagem de cada obra”, diz.

O ateliê do artista fica na casa dele. É lá nesse espaço que ele passa horas e horas criando. Durante seus tempos livres e finais de semana ele se dedica na produção, afinal, ele comercializa as peças e também faz encomendas. 

image Obra Peixe (Arquivo pessoal)

Exposição em São Paulo e em Madri 

A maior parte das peças, entretanto, não está à venda, pois o artista irá expor. “Estou montando 20 novas obras para uma grande exposição em um Shopping de Belém, e também fui convidado para uma exposição internacional em São Paulo. Também fui convidado por uma grande galeria da Espanha para expor as obras em uma feira internacional, em Madri”, conta.

João diz que se inspirou em outras pessoas em seu processo criativo. “Eu me inspirei em um artista estrangeiro que usava lixo doméstico para produzir obras de arte. Logo quis fazer algo parecido, mais do meu jeito, elevando não só a obra de arte, mas também  uma mensagem significativa, que é a da preservação”, detalha.

Saiba quanto custa e como adquirir uma obra 

Segundo ele, a construção de uma obra leva cerca de duas a três semanas. “Hoje eu comercializo pelas minhas redes sociais”, informa. O perfil de João no Facebook e no Instagram é @artistajoaomiranda. O telefone é (91) 98162-1781.

Os preços variam de acordo com o bolso de cada cliente. As obras menores, por exemplo, de 45 centímetros, custam em torno de R$ 650. Já as maiores, acima de um metro, podem custar até R$ 12.000. “Cada caso é um caso, tudo depende do trabalho que dá e do tempo de produção, até porque estamos falando de um trabalho 100% artesanal. Obra de arte hoje é investimento, e está aos poucos concorrendo ao mercado de ações. Não é à toa que os ricos são os maiores consumidores. Temos de ser mente aberta, pois uma obra em uma casa muda toda a arquitetura do ambiente”, diz.


 

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