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Conheça a primeira mulher a assumir o comando da Guarda Municipal de Ananindeua

Servidora efetiva de carreira da Guarda Civil Municipal de Ananindeua há dez anos

Igor Wilson

Inspetora Geral da Guarda Civil Municipal e primeira mulher a assumir o comando da instituição no município. Essa é Renata Risuenho, servidora efetiva de carreira da Guarda Civil Municipal de Ananindeua há dez anos. Além disso, Risuenho é bacharel em Gestão em Segurança Pública e compõe o grupo de trabalho criado pelo Ministério da Justiça e a Secretaria Nacional de Segurança Pública, sendo a primeira mulher do Brasil a ocupar o posto. A comandante foi entrevistada por O Liberal e falou sobre temas como violência contra mulheres, regiões de Ananindeua onde os agentes tem mais dificuldades em operar e sobre a integração entre as forças de Segurança Pública do Estado. Confira:

- Recentemente a Sra foi nomeada como Comandante da GCMA, sendo a primeira mulher a ocupar o cargo. O que isso representa para a Sra e para o restante das mulheres que sonham em alcançar sucesso em seus trabalhos? 

Passei no concurso público de 2011, tinham poucas mulheres. A representatividade no que diz respeito a mulher tem um peso na vida de cada uma de nós. Quando vemos uma mulher fazendo parte da segurança pública, assumindo o comando, fazendo o que muitos achavam que só era para homens, a gente consegue ser espelho para outras mulheres. Nós falamos tanto sobre sororidade hoje em dia, sobre inclusão, sobre igualdade. Mas quando a gente se vale da palavra e de ações, conseguimos realmente reforçar isso para outras mulheres, o encorajamento. Tanto é que hoje isso já está ficando para trás, vemos mais mulheres em todos os setores da sociedade e certamente uma inspira a outra. 

- Você já sofreu algum tipo de preconceito por ser uma líder mulher? 

Diretamente não. As instituições hoje tem fomentado o respeito às mulheres e creio que isso auxilia esse encorajamento para as mulheres, ao mesmo tempo que combate o preconceito, o machismo. Não é só sobre colocar uma mulher no cargo de comando só por ela ser mulher, mas sim em olhar para as habilidades de todos de forma igualitária e avaliar a competência. Certamente temos muitas mulheres com alto potencial. Mostra para todos que não é somente gênero, mas sim habilidade, trabalho e competência. 

- Você sentiu que conseguiu incentivar mais mulheres ao alcançar o comando de uma instituição de segurança pública? 

Rompeu paradigmas. Quando assumi o comando, observei que isso tem um poder enorme de representatividade para as outras guardas. Hoje no nosso estado nós somos 33 guardas. Outrora éramos apenas duas comandantes em todo o estado e hoje somos bem mais. Ainda somos uma minoria, mas nós estamos ganhando espaço. Então é sobre isso, uma incentiva a outra, mas claro, é necessário uma política que motive essas mulheres, que encoraje essas mulheres, que permitam elas ocuparem os lugares que suas habilidades levarem. 

- Como funciona a integração entre PM e GMCA? Existe diferença para antes? 

As ações com a Polícia Militar estão cada vez mais afinadas graças a integração, através da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup). O órgão que gere isso tudo é o Centro Integrado de Comando e Controle. Através das reuniões semanais, esse centro integrado organiza todas as forças que compõem a segurança pública. E a Guarda Municipal tem cadeira cativa nesse centro integrado, com importância cada vez mais relevante. Hoje participamos, falamos, participamos de tudo ativamente.  

- Em que região da cidade a GMCA tem mais dificuldades em operar e porque? 

Temos mais dificuldades em operar nas regiões limitrófes. Nós temos em Ananindeua pontos específicos de alguns bairros que pertencem a dois municípios, como Ananindeua e Belém e Ananindeua e Marituba. Nós somos cercados por bairros como Águas Lindas, Jaderlândia, Aurá, bairro do Atalaia. E isso dificulta as ações da guarda, a questão das regiões que pertencem a mais de um município. 

- Como reduzir a criminalidade de forma geral no município? 

A prevenção ainda é o único mecanismo possível, de acesso rápido e pedagógico, para que nós possamos ter êxito nas políticas de segurança pública. Ainda é a educação a melhor prevenção. Quando nós trabalhamos as questões preventivas nas escolas, levando temas como a questão das drogas, da violência contra a mulher, quando começamos a trabalhar com o policiamento preventivo através das rondas municipais. Ou através de mecanismos como projetos sociais que as instituições de segurança têm executado como política pública. Estatisticamente está comprovado, que quando começamos a mobilizar os jovens em torno da construção de sua identidade enquanto cidadão, começamos a transformar a sociedade. Não é ver o agente de segurança como herói, mas como seres humanso que podem ajudar a transformar a sociedade. O segundo ponto é a integração. Os números comprovam que quando as forças trabalham juntas, o êxito é bem maior.   

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