1º Festival do Açaí reuniu trabalhadores e população na Cidade Nova 8

O evento reuniu empreendedores de todo o município, que puderam expor seus produtos e interagir com o público de todas as idades

O Liberal
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Quando se fala em açaí, logo se pensa no líquido roxo e pastoso, que misturado com farinha e acompanhado de charque, camarão ou peixe frito faz a alegria de milhões de paraenses. E não deixa de ser uma verdade. Mas o fruto vai mais além, sendo utilizado também na produção de cosméticos, joias e até na fabricação de tijolos sustentáveis para a construção civil. Algumas destas iniciativas estiveram presentes no 1º Festival do Açaí de Ananindeua, realizado na manhã da última terça-feira (11), no Complexo Esportivo da Cidade Nova 8. 

O evento reuniu empreendedores de todo o município, que puderam expor seus produtos e interagir com o público de todas as idades que frequentou o local durante toda a manhã. Rosenildo Ferreira, vendedor de biojoias feitas com caroço de açaí era um dos presentes. O artesão faz pulseiras e colares multicoloridos com desenhos que incluem elementos do folclore regional, como o Muiraquitã, e também a estética indígena das miçangas Kayapó. Os preços são acessíveis, variam entre R$ 5 e R$ 35.

image Rosenildo usa criatividade para fazer biojoias com caroço de açaí (Ivan Duarte)

"Hoje a minha especialidade são as gargantilhas, nas quais misturo o macramê com o caroço de açaí. Bem bonito e regional. Isso é minha paixão", diz Rosenildo, sempre lembrando a todos os clientes que encostam em seu stand que o negócio é 100% sustentável. 

"A gente transforma algo que ía para o lixo em arte, utensílio. E minha filha faz as embalagens com papel reciclado de catálogos. De uns tempos pra cá o mercado tem melhorado e tenho certeza que é só o começo", afirma.  

Claro, não poderia faltar também os respeitados batedores de açaí, vindos de vários bairros de Ananindeua. Aliás, a 1ª edição do Festival do Açaí ocorreu no dia municipal do Batedor de Açaí, recentemente criado e sancionado pela gestão municipal. Adriane Amorim e Paula Catherine eram duas das dezenas de profissionais que participaram do festival. A primeira é especialista na venda, algo imprescindível quando o assunto é açaí: a farinha de tapioca; a segunda é proprietária do conhecido Açaí Três Corações. Criado em 2018, seu negócio é o primeiro estabelecimento a receber o selo 'Açaí Bom que Só', emitido pela prefeitura do município.

image Crianças aprenderam sobre germinação e cultivo do fruto amazônico (Ivan Duarte/O Liberal)

“Para um negócio que tem quatro anos, e que foi aberto por causa que eu não conseguia arrumar trabalho, em lado nenhum, devido a ter gerado uma filha. Trabalhei desde o início priorizando a higienização de verdade. Desde o início temos a máquina de branqueamento e todas as licenças da Vigilância Sanitária. O retorno de ter seguido o caminho certo foi o melhor que poderia ter escolhido. Era muito importante para mim e para os meus clientes, para eu informar a eles que eu trabalhava com todos os processos de higienização, branqueamento e fazer com que percebessem que eu não vendo só açaí, mas sim saúde”, diz Paula.

"Eu e meu marido tínhamos um box na feira da Cidade Nova e ao lado tinha uma grande venda de açaí. Muitos clientes iam até o nosso ponto procurar a farinha de tapioca para acompanhar o açaí. Foi então que surgiu a ideia, a procura pelo produto nos incentivou a investir e hoje somos revendedores para 10 pontos de açaí do município", diz Adriane. 

image Festival ocorreu no Complexo Esportivo da Cidade Nova 8 e atraiu muitas pessoas (Ivan Duarte/O Liberal)

MULTINACIONAIS TAMBÉM PARTICIPAM  

A iniciativa de algumas empresas multinacionais também estiveram presentes no festival. A Natura, empresa de cosméticos com forte presença no Pará, participou da feira exibindo os diversos produtos feitos com base no açaí, de sabonetes e hidratantes e mostrando que a economia em torno da floresta pode ser descentralizada. Na opinião da gerente comercial Raíra Carvalho, o fato da empresa valorizar o que vem da terra ajuda os clientes a se identificarem com a marca e indicarem os produtos para os conhecidos.  

"A empresa trabalha com produtores que fornecem matéria-prima de maneira sustentável e originários de negócios familiares, não grandes empresas. Temos um compromisso com mais de 40 famílias de pequenos produtos e, por isso, viramos referência quando o assunto é Amazônia. E nossas consultoras são responsáveis por multiplicarem isso pelo Pará. Ou seja, é uma cadeia econômica que orgulha o paraense do início ao fim", avalia. Só no Pará, a empresa emprega quase 700 trabalhadores, entre funcionários e prestadores de serviço, que trabalham com 39 bioingredientes, incluindo o açaí.  

A pró-reitora de extensão da Universidade Federal Rural da Amazônia, Alessandra Rodrigues, conta que o açaí está presente na vida acadêmica da instituição, que está cada vez mais determinada em catalogar e distribuir conhecimentos e tecnologias acerca do açaí. Atualmente, a universidade possui programas focados na residência agrícola na cadeia do açaí, na conversão dos resíduos de açaí em bioprodutos e bioenergia, no manejo sustentável e no reconhecimento de solos. "Tudo é fruto de muita dedicação e pesquisa dos nossos alunos e professores, que contribuem com diversas dissertações e estudos. Isso ajuda no melhor retorno econômico para os produtores paraenses", aponta.  

Durante o Festival, a prefeitura distribuiu 30 tanques de branqueamento de açaí, essenciais para garantir um produto livre de doenças, como o mal de chagas.  

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