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Neurorradiologistas paraenses representam o Norte em um dos maiores eventos científicos mundiais

Nomes do Pará atuam no tratamento menos invasivo de doenças do cérebro

Leila Cruz
fonte

Especialistas da neurorradiologia representarão o Pará e a região Norte no IV International Symposium of Neuroradiology - ISN 2022, um dos maiores eventos científicos mundiais a ser realizado de 8 a 11 de junho, em São Paulo. A programação da Sociedade Brasileira de Neurorradiologia (SBNR) vai promover a integração e o alinhamento dos avanços técnicos inovadores durante uma experiência de imersão que reunirá os principais nomes nacionais e internacionais envolvidos na pesquisa e no tratamento das doenças cerebrovasculares.

Médicos desenvolvedores de tecnologia e formadores de opinião marcarão presença no evento como os professores Jaques Moret (França), Adnan Sidquini (USA), Raul Nogueira  USA) e René Chapot (Alemanha), com experiência de 20 anos na utilização de métodos minimamente invasivos de doenças do cérebro e medula espinhal. Contará também com marcas mundiais envolvidas no cuidado aos pacientes, tanto no processo educacional como no assistencial.

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Influências genéticas

Os acidentes vasculares cerebrais (AVC), aneurismas cerebrais e as malformações arteriovenosas (Mavs) são muito incidentes na população nortista, principalmente no Pará. Levantamento do Departamento de Informática do SUS (DataSUS) realizado em 2018 mostrou que, dos 5 mil pacientes internados com AVC na região Norte, 3 mil estavam em leitos do Sistema Único de Saúde do Pará. Outra peculiaridade regional contradiz evidências de que as chances de um aneurisma romper aumentam significativamente em períodos de temperaturas mais baixas, porque a realidade da região não respeita a sazonalidade.

O prof. dr. Eric Paschoal, referência no tratamento e diretor executivo da SBNR, explica que a ruptura de aneurismas é comum o ano todo no Pará, e a explicação está na forte influência ancestral ameríndia. “A genética também influencia nas estatísticas elevadas. Apesar dessa falha anatômica nas veias e artérias do cérebro ser considerada uma doença que acomete 0,04% da população, no banco de dados do nosso Centro Especializado de Treinamento (CET) em Neurorradiologia cadastramos 2.500 pacientes em dez anos”, destaca.

image Eric Paschoal é um dos nomes do Pará que atuam no tratamento menos invasivo de doenças do cérebro (Leila Cruz)

Programa de neurocirurgia

Paschoal também coordena o CET do Estado, onde desenvolve um programa híbrido de neurocirurgia vascular associado à neurointervenção. “O nosso foco não é apenas a formação assistencial, mas o desenvolvimento acadêmico de trainees para levar cada vez mais mão de obra especializada para assistir a população. Nós realizamos o tratamento completo de doenças cerebrovasculares, e aperfeiçoamos a técnica awake surgery (microcirurgias com pacientes acordados), além do monitoramento neurofisiológico durante a cirurgiaúrgico, procedimentos realizados com excelência em poucos centros do país e do mundo”, ressalta.

Nos últimos anos, a neurorradiologia intervencionista avançou a ponto de possibilitar a cura de enfermidades complexas sem deixar sequelas, explica Eric Paschoal, pioneiro na inserção da prótese endovascular denominada de stents diversores de fluxo e um dos principais conhecedores desses dispositivos a nível local e nacional. “A chegada de dispositivos foi um divisor de águas, desde o início em 2007, com a primeira geração de stents no mercado destinados ao tratamento dos aneurismas cerebrais - uma dilatação num dos vasos sanguíneos que levam sangue até ao cérebro. Os mecanismos encontram-se na quarta geração e aperfeiçoaram o cuidado e a segurança dos pacientes, tornando o tratamento rápido, seguro, e menos estigmatizante”, afirma.

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A  técnica de embolização endovascular, que consiste na  inserção de um cateter (pequeno tubo plástico) na artéria femoral na perna do paciente que é guiado pelo corpo até chegar ao cérebro para a retirada de coágulos formados por AVC agudo, é  capaz de salvar vidas e minimizar as sequelas, de 1 a cada 3 afetados. O uso de dispositivos com soluções tecnológicas de alta performance durante a aplicação de técnicas minimamente invasivas permite a utilização de protocolos cada vez mais precisos para reduzir o risco e garantir um melhor desfecho para o paciente.

Braço científico

Para Paschoal, a apresentação de diversos trabalhos, aulas e casos clínicos desenvolvidos pelo grupo de pesquisa do CET mostrará a realidade regional pelo olhar dos profissionais locais no evento. “Mais um estímulo para continuarmos a oferecer assistência de excelência, obtermos números expressivos de cura e baixas taxas de sequelas. Esses resultados mudaram o conceito de lesões incuráveis, como a Mavs, para lesões potencialmente curáveis, atraem investidores, permitem mais oportunidades de trabalho e descentralizam especialistas para os municípios mais distantes da capital”, diz.

Ele destaca ainda que a especialidade está bem representada por possuir um dos centros de treinamento mais reconhecidos, que participando desde a pesquisa de bancada até o leito, aplicando resultados promissores. Assim como participa de ensaios clínicos que testam a validação de novos produtos no país. “O nosso braço científico conta com o apoio da profª. Andrea Ribeiro ,do Laboratório de Genética da UFPA, e da neurofisiologista dra. Vanessa Aviz Bastos de São Paulo, o que nos permite desenvolver soluções inovadoras para a resolução dos casos”, afirma.

Os esforços do médico para trazer melhorias à área de atuação médica contribuíram para o reconhecimento da qualidade dos profissionais e o apoio ao Instituto AVC da Amazônia, entidade sem fins lucrativos que busca sensibilizar sobre a doença, pelo deputado Chicão, presidente da Assembleia Legislativa do Pará, que apresentou, recentemente, o Projeto de Lei nº459/2021 instituindo o dia 15 de março, data de nascimento do prof. Fernando Mendes Paschoal, exemplo de altruísmo e dedicação aos pacientes em vida, como o Dia Estadual de Combate ao AVC no Pará, o que para a SBNR foi um feito importante para a região.

Atualmente, os residentes e médicos participam de treinamentos com simuladores virtuais ou de silicone, que criam todos os procedimentos idênticos aos realizados no cotidiano. 

 

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