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Doenças crônicas afetam indígenas no Pará, aponta estudo

Pesquisa da UFPA foi realizada em 6 aldeias de Altamira e Bom Jesus do Tocantins.

O Liberal

Casos de doenças metabólicas crônicas - hipertensão, obesidade e diabetes tipo 2 – foram identificadas em grupos indígenas do Xingu e de Marabá, no Pará, por uma pesquisa da Universidade Federal do Pará (UFPA). O coordenador do estudo, o médico e doutor em Ciências Biológicas João Guerreiro, atribuiu os males crônicos a predisposições genéticas e também às mudanças na alimentação e no estilo de vida dos pacientes. O estudo está em vias de ser publicado na revista “Genetics and Molecular Biology”.

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O estudo foi realizado em aldeias de comunidades indígenas da região do rio Xingu, no município de Altamira, e na Terra Indígena Mãe Maria, no município de Bom Jesus do Tocantins, no Sudeste do Pará, entre os anos de 2007 e 2014. Ao todo, a pesquisa alcançou 628 indígenas dos grupos Arara, Araweté, Asurini do Xingu, Parakanã, Xikrin do Bacajá e Gavião Kyikatêjê.

 “Essas alterações que estudamos - sobrepeso, obesidade, hipertensão arterial, diabetes e dislipidemias - incluímos como doenças genéticas complexas, em que existe um forte componente genético predispondo a ocorrência dessas alterações, mas associado a isso tem que ter um componente ambiental que favoreça”, explicou.

Entre as mudanças de hábitos alimentares identificadas na pesquisa, estão a ingestão de muito carboidrato e de alimentos processados ricos em açúcar e gordura, como refrigerantes e bolachas.

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“Mudanças de comportamento e de padrões de alimentação certamente são responsáveis por essa transição epidemiológica que a gente está observando em algumas populações indígenas. O fato de terem se tornado mais sedentários, com menos atividades físicas, também contribui para o aparecimento dessas doenças”, completou o cientista.

Segundo ele, anteriormente se considerava como principais riscos de mortalidade indígena as doenças infecciosas, incluindo as respiratórias e diarreicas. A realidade apontada na pesquisa exige a tomada de ações de educação em saúde que sejam capazes de influenciar a mudança dos hábitos alimentares e dos comportamentos dos indígenas, sobretudo junto às crianças, a fim de evitar que a situação se torne um problema de saúde pública entre essas populações.

Os pesquisadores encontraram os casos de doenças crônicas em duas das seis comunidades visitadas, segundo a matéria publicada pela Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), do governo federal.

Guerreiro pretende dar continuidade à pesquisa para acompanhar a evolução dos casos identificados e também para identificar a predisposição genética dos grupos. “A gente tem quase certeza que há uma base genética também que predispõe algumas etnias a desenvolver essas doenças e outras não”, avaliou.

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