Número de igrejas evangélicas cresce no município de Ananindeua

Houve um salto no período pós ápice pandêmico, tanto no número de templos quanto de fiéis participando dos cultos. Cientista da religião explica busca pelo sagrado

Luiz Cláudio Fernandes
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O número de igrejas evangélicas em Ananindeua cresce expressivamente a cada ano, e houve um salto no período pós ápice pandêmico, tanto no número de templos quanto no de fiéis participando dos cultos. Em 28 anos, o número de igrejas do Evangelho Quadrangular, por exemplo, saltou de 36 para 392 no município, segundo o pastor Pedro Tavares, superintendente da 1ª região de Ananindeua.

Ele explica que as igrejas estão divididas por regiões. “Somos divididos por regiões. Eu vim pra cá em 1993 e assumi a liderança da primeira região. Quando atingimos 50 igrejas nessa região, foi criada a segunda região, depois a terceira, e assim sucessivamente. Hoje são nove regiões, totalizando 392 igrejas em Ananindeua”, detalha o líder.  

Hoje o superintendente Pedro cuida de 30 igrejas do Evangelho Quadrangular e recebe relatórios mensais dos pastores responsáveis por elas. Segundo os dados, só nos cultos de domingo passam cerca de 4.600 fiéis por elas. “Antes do início da pandemia eram cerca de 2.000 pessoas e, após o pico pandêmico, tivemos esse crescimento assustador de mais de 50%”, conta. Segundo a avaliação do superintendente esse crescimento se deve ao medo da covid-19. “A igreja foi um lugar de refúgio para essas pessoas, para elas se reconfortarem com a palavra de Deus”, diz.

image Igreja na Cidade Nova (Sidney Oliveira / O Liberal)

Novos batismos refletem crescimento de fiéis 

Este crescimento pós ápice da pandemia também foi sentido nas igrejas batistas, explica o missionário Wagner Felismino, que é coordenador da Regional Metropolitana II da Convenção Batista do Pará (Cobapa). Segundo ele, apesar do senso da igreja ser realizado apenas no final deste ano, o crescimento de fiéis é expressivamente observado no aumento do número de batismos. O número de templos também cresceu este ano. São dois a mais, totalizando 19 em Ananindeua.    

Ele explica que Ananindeua faz parte da Região Metropolitana 2, junto com Marituba, Benevides, Santa Bárbara e Mosqueiro. Nessa região são 42 igrejas, nas quais se congregam 2.300 membros. A maior parte é de Ananindeua. 

O crescimento da igreja Assembleia de Deus também tem sido expressivo no município, até pela migração de fiéis que antes moravam em Belém e hoje moram em Ananindeua, explica o líder da Assembleia de Deus em Belém Philipe Câmara. “Hoje temos 25 templos em Ananindeua. Muitas pessoas que se congregavam em Belém agora estão morando e se congregando em Ananindeua. Observamos um crescimento acima da média”, detalha. 

image Fiel louvando durante culto (Sidney Oliveira / O Liberal)

“Eu acredito, inclusive, que, de toda a região metropolitana, Ananindeua é a cidade que reserva o maior crescimento, com igrejas até maiores que Belém. A capital se tornou uma cidade cara, então cresce a população residente em Ananindeua”, avalia o pastor. 

Mais pessoas buscam o sagrado 

Manoel Moraes, professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião da Universidade do Estado do Pará (UEPA), explica que, na pandemia, essa busca dos fiéis pelas igrejas foi maior porque eles experimentaram um caos social, as pessoas ficaram sem uma experiência profunda com a ciência e religião, então se questionaram sobre o que fazer, esperar e como se comportar. “Essas pessoas viram outras morrerem e isso causou uma espécie de “anomia”, perda de sentido. Então elas começaram a buscar algo mais profundo”, esclarece.

image Igreja Assembleia de Deus em Ananindeua (Sidney Oliveira / O Liberal)

Ainda segundo Manoel, neste período de pandemia não só a religião mas a arte foi intensificada e as pessoas se ampararam naquilo que elas consideravam extraordinário. “A religiosidade é uma prática muito presente em todas as culturas. Em uma época de pandemia, a religião continuou nesse ritmo de dar respostas às pessoas. E essa procura das igrejas não implica dizer que elas cresceram, mas sim, foram aquecidas, tiveram uma maior participação no Brasil, tanto na esfera pública como na esfera representativa. A religião assumiu um discurso na esfera pública”, explica.

Igrejas regulares 

Segundo dados do IBGE, em 2019 o Pará possuía 1.576 instituições religiosas, 114 delas no município de Ananindeua. Entretanto, o número é bem maior, se for levado em consideração que a quantidade não para de crescer e que o instituto leva em consideração apenas as instituições formalmente registradas. Ou seja, muitas delas funcionam de forma irregular, explica o órgão. 






 

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