Presidente do Paysandu admite erros, pede união para reconstrução e cita atacante Rossi

Roger Aguilera reconhece falhas na gestão, fala em reestruturação e pede apoio em meio à luta contra o rebaixamento na Série B

Fábio Will
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O Paysandu vive um dos momentos mais delicados da sua história recente. Lanterna da Série B do Campeonato Brasileiro, o clube corre sério risco de rebaixamento à Série C e tenta reagir nas rodadas finais da competição. Em entrevista ao jornalista Abner Luiz, do Grupo Liberal, o presidente do papão, Roger Aguilera, reconheceu erros de gestão, falou sobre o planejamento para 2026 e fez um apelo por mais união dentro e fora do clube.

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Presidente reconhece erros e pede mais apoio

Roger Aguilera afirmou que, apesar das dificuldades, o grupo seguirá lutando enquanto houver chances matemáticas de evitar o rebaixamento.

“Temos seis jogos ainda, com uma possibilidade remota [de se livrar do rebaixamento], mas se tem possibilidade vamos brigar até o fim. Temos 16 atletas que possuem contrato pro ano que vem e temos que analisar, planejar e precisamos ter um suporte maior no clube, uma ajuda maior. Assumi o clube em um momento difícil, eu encarei e não fujo da responsabilidade”, afirmou.

O dirigente destacou também o peso emocional do momento vivido pelo torcedor e pela própria diretoria.

“O sentimento do torcedor está ferido, o meu e o do meu pai estão feridos. Tento fazer o meu melhor, já ajudo o clube há muito tempo, eu escuto muita coisa e tenho que continuar firme e tentar entregar mais ao Paysandu”, completou.

Déficit financeiro e herança de dívidas

Aguilera explicou que, apesar da alta arrecadação em 2024, o déficit financeiro do clube ainda é elevado, consequência de compromissos herdados de gestões anteriores.

“Quem está do outro lado e não entende, fala que foi a maior arrecadação que o Paysandu teve na história, mas, meu amigo, o déficit é muito alto. Grande parte dessa arrecadação já estava comprometida com o ano passado, em torno de R$ 20 milhões mais ou menos tivemos que usar para pagar coisas do ano passado, então tudo isso prejudica”, detalhou.

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Ele também admitiu equívocos em contratações e reconheceu as limitações orçamentárias.

“Tem erros de contratações? Vários, todo ano vai ter, mas não é fácil. O torcedor está ferido, já enfrentamos isso tempos atrás e vamos brigar até o fim”, disse.

Problemas no elenco e lesões afetaram desempenho

O presidente citou ainda que o time enfrentou dificuldades internas, com saídas inesperadas e lesões de jogadores importantes.

“Não deu a liga, tivemos os meses de abril e maio duros com muitas partidas e vários jogadores não querendo vir [jogar no Paysandu]. Atletas que estavam aqui e queriam sair, não é fácil e eu errei. Estamos na última colocação do campeonato e é porque tiveram erros em muitas coisas”, afirmou.

Ele também mencionou exemplos de contratações e imprevistos que afetaram o planejamento do clube ao longo do ano.

“Erramos no executivo. No ano passado o Maurício [Ettinger] contratou o Felipe [Albuquerque] e tinha contrato para este ano. Acreditamos no trabalho, não deu certo. Trouxemos o Rossi com um salário diferenciado, tentei o Thiago Heleno, peguei o Garcez, que tive que pagar R$ 400 mil de empréstimo. Tivemos lesão do Vilela, do Vargas, e o Rossi ficou um longo período fora”, explicou.

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Plano de reestruturação e busca por apoio interno

Em meio à crise, Roger Aguilera revelou que busca apoio de lideranças internas para reconstruir o clube e montar uma nova estrutura administrativa.

“Tive uma reunião com pessoas que possuem influência dentro do clube e eu preciso do apoio deles. Vou agora a uma próxima reunião para montar um modelo em que agrupe mais pessoas, formar uma junta para tomar conta da parte administrativa e do futebol”, disse.

O dirigente reforçou que pretende ampliar o diálogo com torcedores, que estiveram em um protesto em frente à sede do clube, na Avenida Nazaré, porém, afirmou que muitos ali estavam querendo “surfar na onda”.

“Eu aceito receber o torcedor que possui o sentimento aqui de dentro. Agora, torcedor que está vinculado à oposição para querer surfar na onda, não. O torcedor que estiver com o sentimento mesmo e quer saber a verdade, estamos disponíveis”, declarou.

Rossi ficou fora por decisão técnica

Aguilera também comentou sobre a ausência do atacante Rossi no clássico contra o Remo, nesta semana. O mandatário bicolor afirmou que possui um bom relacionamento com o atleta e que cobra e é cobrado quando é necessário.

“Ele não estava por opção técnica. O técnico já barrou vários jogadores e optou por não levar o Rossi. Eu me dou muito bem com ele, temos uma relação de presidente e jogador. Eu tenho que cobrar quando preciso, e eles também têm o direito de me cobrar quando faltar algo, principalmente em relação a salário”, finalizou.

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