População denuncia transtornos por conta de obras no entorno da avenida Três Corações, em Ananindeua

Os problemas decorrentes das obras de revitalização da avenida Três Corações e entorno continuam tirando a paz dos moradores de Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém (RMB). Dessa vez, um trecho que passa pela avenida Principal, antiga rua do Fio, no conjunto Cidade Nova 3, chegando ao estacionamento de um hospital particular, tem sido motivo de intensa reclamação de quem possui estabelecimento por perto ou precisa trafegar pela área constantemente.

É que há cerca de três semanas, de acordo com a população, uma cratera aberta na rua, que seria para a troca de tubulação, está abandonada, sem a presença de trabalhadores e sem um prazo em vista para que a situação seja contornada. Os riscos que se acumulam com a falta da conclusão do serviço vão desde a possibilidade de acidentes com veículos e pedestres que circulam por ali até o acúmulo de resíduos sólidos e entulhos que vem sendo jogados no local.

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Para o autônomo Leonilson da Silva, proprietário de um restaurante na avenida Principal, bem próximo do buraco aberto, a situação afetou o movimento de clientes no estabelecimentos e, por consequência, trouxe prejuízos financeiros. Ele conta que a falta de sinalização deixa pedestres - principalmente crianças - e veículos em frequente risco. “O movimento no restaurante caiu mais de 50%, até porque tem gente que não usa mais esse pedaço, prefere dar  a volta por outro caminho”, relata.

Com a falta de previsão para retomada das obras Leonilson pensou até em desistir do restaurante. “O fluxo de pessoas diminuiu e, consequentemente, diminuiu minha venda. Eu quase fecho esse mês por causa disso. Eles não falaram nada, não deram prazo, não falaram se vão tapar, se vão concluir a obra, enfim, não disseram absolutamente nada pra gente, só fizeram recolher as máquinas”, desabafa. A solução encontrada por Leonilson foi investir na entrega de refeições em domicílio.

Outro fator preocupante é o início do período de chuvas na região, que aumenta os riscos de deslizamento de terra e de erosão. “Na medida em que vai chovendo a terra vai deslizando e o buraco abrindo cada vez mais, complicando a nossa vida. Eu estou focando mais na entrega porque o fluxo de pessoas diminuiu. A gente sobrevive disso e tive que me adaptar ao problema que deixaram aqui pra gente”, reclama o autônomo.

Transtorno é o que também sobrou para a doméstica Terezinha dos Santos, que passa diariamente pelo local. Moradora do Jardim Brasil, em Ananindeua, ela diz a que parte dos serviços essenciais, como hospitais, supermercados e comércio estão concentrados na Cidade Nova. Daí a necessidade de atenção às vias que ligam as regi]ões vizinhas ao núcleo central do conjunto. “Nós moramos no Jardim Brasil e tudo o que a gente precisa está pra cá, na Cidade Nova. Eles mexeram aqui, mas a gente queria que fizessem uma coisa que melhorasse, não que abandonasse a obra como está”, destaca.

O que diz a Prefeitura de Ananindeua sobre a obra

Em nota, a Secretaria Municipal de Saneamento e Infraestrutura (Sesan) afirmou que "...a obra realizada na Rua do Fio, no Conjunto Cidade Nova II, está sinalizada, com cerca de proteção e tubulações, garantindo segurança aos pedestres e motoristas, conforme imagens em anexo. A Sesan informa ainda que a via recebe as obras de instalação da nova rede de drenagem e que a mesma paralisou os serviços nesta segunda-feira, 18, porque aguarda o tempo de cura do concreto das tubulações. Devido às chuvas intensas, o material está demorando a secar e que infelizmente ocasionou o atraso da obra. A previsão para a secagem da tubulação, da rede de drenagem e o retorno dos trabalhos na rua do Fio, é de 15 dias".