Obras do BRT Metropolitano devem recomeçar em outubro

Mudança de construtora impõe novo prazo de entrega às obras na rodovia BR-316

Daleth Oliveira / Ananindeua em Revista
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Cobrada pela população da Região Metropolitana de Belém nos últimos meses, a conclusão do projeto da nova BR foi adiada mais uma vez. Com a mudança da construtora Odebrecht, que deixa a obra ainda no final deste mês de agosto, o novo indicativo de conclusão é para dezembro de 2022. Nos próximos 30 dias, a empresa que ficou em segundo lugar na licitação,  deve assumir a continuidade da obra, essencial para quem mora e circula por  Ananindeua,  onde estão hoje boa parte das estruturas de  canteiros de obras.

O projeto Nova BR, do Governo do Estado, inclui a implantação do sistema  Bus Rapid Transit (BRT), com o objetivo de ampliar o transporte público na RMB a partir de um sistema integrado. Ele foi iniciado em 2019, tendo como primeiro prazo de conclusão 19 meses a contar do início da obra, ou seja, até agosto do ano passado. Mas, até hoje, a construção do BRT Metropolitano ainda se arrasta nos 10,8 quilômetros da BR-316 em Ananindeua e Marituba.

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Em janeiro deste ano, o engenheiro Eduardo Ribeiro, diretor-geral do Núcleo Geral de Transporte Metropolitano (NGTM), órgão estadual que administra os serviços de engenharia e elabora o edital para contratação das concessionárias de linhas de ônibus (troncais e alimentadoras) para o BRT, disse que por conta da pandemia, o prazo de conclusão seria alterado para dezembro de 2021. Mas com a segunda da covid-19 e novas restrições de circulação de pessoas na região, a obra atrasou mais uma vez.

Além da pandemia, outro fator foi responsável por mais um adiamento: a construtora Odebrecht, vencedora do processo de licitação da obra, saiu do projeto e, por isso, o prazo de execução se estenderá até dezembro de 2022, informou Eduardo. O empreendimento foi orçado pelo Governo do Estado em R$ 530 milhões, e a empresa vencedora havia apresentado uma proposta de cerca de R$ 385 milhões.

O NGTM aponta que, mesmo com atraso, vários benefícios devem ser entregues à população. “As obras ao longo dos primeiros 10.8 km da rodovia BR-316 buscam requalificar a via proporcionando melhorias na mobilidade urbana para cerca de 2,5 milhões de pessoas que moram na Região Metropolitana de Belém, sobretudo para os usuários do sistema de transporte público que terão viagens mais rápidas, confortáveis e seguras. Além disso, serão implantadas 13 passarelas, ciclovias, calçadas arborizadas, nova rede de drenagem, nova iluminação pública e urbanização, túneis, terminais de integração e estações de passageiros”, disse o diretor geral do órgão.

Eduardo garante ainda que todo o projeto deve ser mantido mesmo com a saída da construtora, alterando apenas o cronograma e não a execução. A Odebrecht deixa a obra ainda no final deste mês e, nos próximos 30 dias, ou seja, no máximo até Outubro, a empresa que ficou em segundo lugar na licitação assumirá as obras. “Conforme legislação vigente, o NGTM trabalha na contratação da segunda colocada no processo licitatório internacional de 2017 para dar continuidade às obras. Trata-se de um consórcio de empresas (estrangeira e brasileira)”, detalha Eduardo.

Transtornos no trânsito

Como 70% da obra está ocorrendo em Ananindeua, os moradores da cidade vizinha da capital paraense são os mais afetados pelos transtornos gerados pelas mudanças na rodovia devido ao andamento da obra do BRT. Desde 2019, quando ela foi iniciada, vários desvios já foram feitos e desativados desde então.

Recentemente, o fluxo de veículos na altura do quilômetro 7 da rodovia BR-316 foi retomado para a pista central da via, no sentido Ananindeua-Belém, onde havia um desvio desde agosto de 2020. A realocação do tráfego se deu após a conclusão de parte da construção do viaduto em frente ao futuro Terminal de Integração de Ananindeua. 

Apesar dos futuros benefícios desta obra, hoje, ela causa lentidão no trânsito, principal reclamação de quem precisa trafegar pela via. A gerente administrativa, Thayana Lima, contou à reportagem que o congestionamento na rodovia já faz parte da sua rotina e por isso, se planeja contando com o tempo que vai passar no trânsito.  “Eu moro próximo do meu trabalho, e o trajeto que eu fazia antes em dez minutos, hoje faço em quase 40. Então a gente tem que fazer toda uma programação contando com o engarrafamento”, disse.

image Usuária diz que hoje ainda gasta muito tempo no deslocamento (Ivan Duarte / O Liberal)

A usuária do transporte coletivo, Rosicleia Santos, depende de ônibus para chegar ao seu trabalho no centro de Belém. Apesar da dificuldade diária no trânsito, ela tem esperança de que as coisas melhorem quando a obra for entregue. "Hoje em dia, as pessoas têm que sair de casa horas antes por causa do engarrafamento, naquela preocupação de chegar atrasado no trabalho. Eu mesma saio às vezes 30, 40 minutos adiantado pra não me atrasar. Mas tenho expectativa de que seja entregue, creio que vá melhorar a nossa vida. Mas não sabemos quando, né? Ainda mais com essa pandemia que parou quase tudo", falou.

A Nova BR

Pelo projeto, a Nova BR terá pistas com três faixas e pavimento flexível nos dois sentidos, além da faixa exclusiva do BRT. Serão duas ciclovias arborizadas, duas calçadas para circulação de pedestres com 2,5 metros de largura, faixa de piso tátil, rampas de acessibilidade e mobiliário urbano.

Também devem ser instalados 13 conjuntos de estações de passageiros e 13 passarelas de pedestres no canteiro central. Ainda estão previstos o Centro de Controle Operacional (CCO), quatro túneis de acesso subterrâneo aos terminais – Marituba e Ananindeua – e o viaduto de Ananindeua, para ligação direta entre as áreas ao sul da BR, como conjunto Júlia Seffer e Aurá à Cidade Nova.

As fundações de 10 das 13 passarelas dos primeiros 10.8 km da rodovia BR-316 já começaram a ser feitas. Segundo o NTGM, também avançaram as obras dos terminais de integração em Ananindeua e Marituba; do viaduto que vai interligar o Terminal de Ananindeua à Rua Ananin; dos túneis de acesso exclusivo de ônibus aos terminais e lançamentos de drenagens.

Sobre a implantação do sistema troncal de ônibus, que vai reordenar o trânsito dos coletivos entre Região Metropolitana e a capital, o NGTM diz que o processo licitatório será finalizado ao término das obras e, quando isso ocorrer, o tempo de viagem deve se tornar menor e mais seguro, reduzindo o tráfego no principal corredor de entrada e saída de Belém, proporcionando maior qualidade de vida aos moradores das cidades envolvidas. O sistema vai disponibilizar serviço de transporte público que atenderá a uma população de cerca de um milhão de pessoas.

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