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Operação em Belém retira cerca de 4 toneladas de cabos clandestinos e desativados de postes

A paisagem urbana de Belém está, aos poucos, ficando mais limpa e segura com a retirada de fios clandestinos ou em desuso que há anos poluem visualmente os postes da capital paraense

Ronald Souza | Especial para O Liberal

A paisagem urbana de Belém está, aos poucos, ficando mais limpa e segura com a retirada de fios clandestinos ou em desuso que há anos poluem visualmente os postes da capital paraense. De acordo com a Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria de Zeladoria e Conservação Urbana (Sezel), desde a segunda semana de abril de 2025, cerca de 4 toneladas de cabos mortos ou clandestinos já foram retirados dos postes.

Essas ações fazem parte da Operação Belém em Ordem, que envolve diversos setores da administração municipal responsáveis pela fiscalização do Código de Posturas. Uma das etapas da operação é realizada em parceria com a concessionária de energia Equatorial Pará, por meio do projeto Rede Segura, que combate o excesso de cabos mortos de internet e telefonia nos postes da cidade.

"O serviço continua sendo feito na avenida Júlio César, próximo a Centenário. Cerca de 4 toneladas de cabos mortos ou clandestinos já foram retirados dos postes. O excesso de cabos irregulares deixa a cidade poluída visualmente e a readequação, em parceria com a Equatorial, que é a dona dos postes, não gera ônus aos cofres públicos”, informou a Sezel, em nota.

image Mais de 4 toneladas de fios foram retirados em diversos locais da cidade (Thiago Gomes/ O Liberal)

A Equatorial Pará, por sua vez, destacou que segue com o projeto Rede Segura, que já removeu, conforme as normas vigentes, aproximadamente 4 toneladas de cabos inutilizados e reservas técnicas que ocupavam os postes fiscalizados. “A distribuidora segue o cronograma proposto pelo grupo de trabalho com a Sezel e com as empresas que utilizam a infraestrutura de forma compartilhada”, acrescentou a concessionária.

Mudanças visíveis

No bairro do Val de Cans, onde a limpeza dos postes já foi realizada em diversas vias, os moradores percebem a diferença. O instalador de películas automotivas Luciano Palmeiro, de 44 anos, relata a mudança: "Antigamente, era cheio de fios, uma bagunça. Era um monte de fio embolado. Agora, fizeram a montagem tudo direitinho. Ficou tudo bonitinho nos postes, bem melhor", conta, aliviado.

Lindomar Aquino, de 55 anos, dono de uma borracharia na esquina da avenida Centenário, também comenta os benefícios da ação: “Melhorou muito a situação da internet e da energia, que caía quando chovia. Tá ótimo agora, ótimo mesmo”, relata.

Poluição ainda é visível em outros bairros

Por outro lado, em bairros como Nazaré e São Brás, a situação ainda é crítica. Em muitas esquinas, os postes estão sobrecarregados com fios de diferentes espessuras e cores, muitos deles aparentemente abandonados. Moradores afirmam que os cabos baixos e soltos colocam em risco pedestres, ciclistas e crianças que passam pelas calçadas.

Na avenida José Malcher, esquina com a travessa Quintino Bocaiúva, o chaveiro José Carlos aponta para um emaranhado de fios que passa rente ao telhado do seu estabelecimento. “A gente já está aqui há 25 anos e, há pelo menos 15, convive com essa situação. Esses fios não ficam bem fixados nos postes e chegam a ficar arriados”, desabafa.

image José Carlos Alves, chaveiro, mostra um emaranhado de fios que fica próximo ao telhado de seu estabelecimento (Thiago Gomes/ O Liberal)

Além do risco elétrico, os fios acumulados impactam negativamente a paisagem urbana e dificultam a visualização das fachadas de comércios e residências. “As pessoas ficam com medo de entrar aqui por causa disso. Acham que é fio energizado, e isso complica, né?”, acrescenta José.

Riscos da fiação

A presença de cabos em desuso se deve, em parte, à falta de organização entre as empresas que compartilham a infraestrutura dos postes, como explica o engenheiro eletricista Diego Ramiro: “Uma das causas desse problema foi o crescimento súbito do número de empresas do setor de telecomunicações que prestam serviços de dados, internet e voz, entre outros, sem que houvesse regramentos adequados para organizar a rede aérea”.

image Os fios atrapalham as árvores e a estética de residências e estabelecimentos comerciais pela cidade (Thiago Gomes/ O Liberal)

Enquanto isso, moradores de bairros ainda não contemplados pela operação cobram mais agilidade. “A gente olha e sente medo, porque não sabe o que é o quê. Você vê esse emaranhado aí e não dá pra saber quais fios estão ativos ou não. Tem muitos que estão desligados e ficam expostos. Na empresa onde trabalho, já perdemos computadores por causa de quedas de energia. Creio que isso seja consequência dessa situação. Espero que resolvam logo”, comenta a administradora Tarita Souza, de 50 anos.

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