Anatomia de uma queda: jornalistas do Grupo Liberal apontam causas do rebaixamento do Paysandu Carlos Ferreira e Abner Luiz analisam a queda do Paysandu e apontam falhas de planejamento, decisões equivocadas e dívidas que agravaram a crise bicolor. Pedro Garcia 02.11.25 8h00 Este é o 14º rebaixamento da história do clube bicolor (Wagner Santana/ Oliberal) O Paysandu perdeu para o Atlético-GO fora de casa e está oficialmente rebaixado para a Série C com três rodadas de antecedência. Mesmo que a equipe bicolor vencesse o Dragão, o destino do time estava praticamente selado, pois, ainda que triunfasse no restante das partidas, dependeria de combinações de resultados de adversários diretos para se salvar. Em 35 partidas disputadas na Série B do Campeonato Brasileiro, o Paysandu venceu apenas cinco e vai encerrar a competição com a pior campanha do clube na era dos pontos corridos. Para destrinchar o ano desastroso do Papão na Segundona, o Núcleo de Esportes entrevistou Carlos Ferreira e Abner Luiz, jornalistas do Grupo Liberal, que apontaram os maiores erros do clube nesta temporada. VEJA MAIS Torcedores protestam novamente na sede social do Paysandu nesta quinta (30), entenda o motivo O grupo voltou a cobrar mudanças no estatuto e a abertura do direito de voto para os sócios-torcedores nas próximas eleições presidenciais do clube Para o colunista Carlos Ferreira, a queda do Paysandu é resultado direto das diversas decisões equivocadas da diretoria. A avaliação abrange o planejamento do final de 2024, quando o então executivo de futebol, Felipe Albuquerque, declarou que o time teria um elenco “enxuto” para 2025, ano em que a equipe disputou cinco competições. “Obviamente, o rebaixamento do Paysandu é produto de decisões equivocadas. Se são decisões equivocadas, então esse ônus é de quem toma as decisões. Planejamento obviamente existiu, mas foi equivocado, por decisões equivocadas. O time optou por ter um elenco menor, embora tivesse um calendário pesado — um elenco menor e com qualidade muito discutível. Buscou o diferencial de ter muitos jogadores estrangeiros, que não deram certo. Teve essa ousadia, mas não buscou segurança para quem tinha um orçamento apertado”, disse Carlos Ferreira. O colunista continuou falando sobre a falta de unidade no trabalho dentro da diretoria do clube paraense. Carlos relembrou que, no início de 2025, o técnico Márcio Fernandes declarou que indicou apenas uma contratação para o plantel, a do atacante Marlon. Ferreira criticou a decisão da diretoria de excluir o treinador de decisões tão importantes. “Márcio Fernandes já declarou que, nas contratações, a única em que teve ingerência foi a do Marlon. No mais, provavelmente o executivo tomou as decisões, ou o presidente as tomou nessas contratações. Isso já está totalmente errado, porque não houve ali uma avaliação conjunta. E o técnico não pode ser ignorado numa situação dessas. Com essas decisões, o Paysandu construiu as suas próprias mazelas, construiu os motivos do seu próprio rebaixamento. Não foi uma condução criteriosa e muito menos profissional”, afirmou Ferreira. Outro ponto que pode se avaliado como causa do rebaixamento foi a falta de critério nas movimentações da gestão do presidente Roger Aguilera, especialmente nas contratações e demissões de técnicos ao longo da temporada. Em 2025, por exemplo, houve quatro mudanças de treinador (sendo duas de Márcio Fernandes). A queda de Márcio no início do ano não se justificou ao final da temporada. Quando saiu, no início do ano, o time havia perdido para o Santa Rosa e empatado com o Bragantino, mas tinha a segunda melhor campanha do campeonato —, contrastando a “radicalidade” com o tratamento dado a Luizinho Lopes, que permaneceu no cargo mesmo após uma sequência de 10 jogos sem vencer na Série B, sendo demitido somente após o 11º resultado negativo. Segundo o jornalista Abner Luiz, o rebaixamento do Paysandu foi decretado no ano anterior, quando o clube contraiu uma dívida “impagável” ao pagar caro para permanecer na Série B, o que inviabilizou investimentos e o cumprimento de compromissos na temporada seguinte. A dívida, o mau planejamento e o ato de pagar qualquer preço para se manter na Segundona, sem se planejar para o ano posterior, foram os grandes responsáveis por tirar o time da segunda divisão. “Então, no ano passado, a espinha que o Paysandu tinha para este ano também se perdeu em virtude de não ter quitado as dívidas com esses jogadores. Tu começas o ano sabendo que não tens grana e que não vais poder investir na temporada, vais ter dificuldade. Tanto é que o clube, mês a mês, sempre vinha atrasando os salários. Isso passa uma imagem para o próprio grupo e uma energia em um trabalho que torna quase impossível conseguir um resultado diferente do que se conseguiu”, disse o jornalista. Abner finalizou apontando que o primeiro passo para o Paysandu retornar à Série B em 2026 é uma união imediata dos bicolores, superando brigas políticas para capitalizar o clube, saldar as dívidas existentes e iniciar o planejamento do elenco. Ele enfatizou que 2025 é o ano crucial do planejamento e das contratações, visando baratear a temporada e garantir atletas no mercado antes que assinem com times de estaduais mais tradicionais. “Em 2026 é o ano da execução, pois 2025 é o ano do planejamento, quando a Série C já acabou, a Série D já acabou, a Série B está prestes a acabar, jogadores estão no mercado, muitos já com pré-contrato, para que depois não se alegue que não há opções no mercado, e que os caras estão preferindo jogar o Paulista, o Carioca, o Mineiro ou o Gaúcho. Eu penso que este é o momento crucial de baratear a temporada, no que puder, para começar a planejar 2026”, concluiu o jornalista. Assine O Liberal e confira mais conteúdos e colunistas. 🗞 Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave esportes paysandu paysandu paysandu futebol rebaixamento Série C COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Paysandu . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! 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