Qual é o terceiro boi do Festival de Parintins? Veja 10 curiosidades sobre a festa e Parintins
A disputa entre os bois Garantido e Caprichoso ocorre nos dias 28, 29 e 30 de junho, em Parintins, a 420 quilômetros de Manaus (Amazonas)

O Festival de Parintins, marcado pela disputa entre os bois Garantido e Caprichoso, ocorre anualmente no Amazonas. A competição acirrada de encarnados e azulados é repleta de curiosidades, incluindo um terceiro boi e Coca-Cola azul. Confira abaixo esse e outros fatos sobre o festejo.
VEJA MAIS
Em 2024, a celebração nortista está marcada para os dias 28, 29 e 30. O Festival de Parintins é realizado no Centro Cultural da cidade, conhecido como Bumbódromo. Veja alguns fatos curiosos:
1. Qual é o terceiro boi do Festival de Parintins?
O Festival de Parintins teve um terceiro boi no Bumbódromo, nos anos 1970 e 1980: o Boi Campineiro. Cinza e com um sol amarelo na testa, o boizinho agora faz parte das celebrações de rua na cidade. Campineiro foi rival de Garantido em 1978 e 1982, quando Caprichoso não participou.
A criação do boi verde e amarelo possui três versões. A primeira é de Eduardo Paixão, filho de Emídio Souza e ex-presidente da associação. Ele afirmou que Campineiro surgiu em 1890, com ideia de seu pai, na Comunidade do Aninga. Eduardo morreu em 2020. A segunda versão, do historiador Tonzinho Saunier, declara que Campineiro nasceu como brincadeira do bairro de Palmares, em 1977.
A última versão é de Carlos Leocádio, conhecido como Camoca. Ele, que comandou o boi verde e amarelo a partir de 1980, acreditava que Campineiro teria surgido entre 1913 e 1915. Em 2003, um registro feito em cartório determinou Camoca como guardião do nome do boizinho e das suas cores.
2. Existe Coca-Cola azul em Parintins?
Parintins é a única cidade da Amazônia onde existe Coca-Cola azul, refrigerante marcado pela cor vermelha há anos. O fato se dá pela disputa acirrada entre os bois Garantido e Caprichoso, que carregam cores opostas desde a fundação. Em 2007, a empresa criou a latinha azul para a bebida, já que a galera do Caprichoso era resistente em comprar a cor rival.
A Coca-Cola também já misturou as duas cores na embalagem para abraçar a todos os públicos durante o festival. Além do refrigerante, outras marcas também entraram na brincadeira, como a cerveja Brahma, a companhia aérea Azul e o banco Bradesco.
VEJA MAIS
3. Em Parintins tem Boi-Bumbá ou Bumba Meu Boi?
As regiões Norte e Nordeste do Brasil são repletas de tradições culturais, como o Boi-Bumbá e o Bumba Meu Boi. No Festival de Parintins, a figura bovina é destaque durante os três dias de disputa entre Garantido e Caprichoso. Por ser do Amazonas, localizado no Norte, os bois vermelho e azul são classificados como Boi-Bumbá.
Esse tipo de boi surgiu a partir do Bumba Meu Boi, natural do Maranhão, no Nordeste. A história dos dois é a mesma, nascida da lenda de Pai Francisco e Mãe Catirina. Entretanto, houve disseminação da cultura e, a partir de outros fatores, há diferenças entre as figuras.
No Maranhão existem mais de 300 grupos de Bumba Meu Boi. A principal diferença entre os bois de Parintins e os bois nordestinos é a competição: enquanto no Amazonas há disputa nas apresentações, no Maranhão o festejo é apenas por diversão do público.
4. Quanto custa ir para o Festival de Parintins?
O Festival de Parintins carrega o nome da cidade onde é realizado, localizada a 420 quilômetros de Manaus, capital do Amazonas. Parintins é uma ilha e, por isso, para chegar até o local, é preciso ir de avião ou barco a partir da capital. Para ir ao Festival de Parintins, gasta-se mais de R$ 5 mil por pessoa.
Ingressos
Os ingressos para o Festival de Parintins 2024 são chamados de passaportes e custam entre R$ 1,2 mil e R$ 2 mil. A variação depende do local escolhido no Bumbódromo, o Centro Cultural da cidade: Arquibancada Central (R$ 2.000,00), Arquibancada Especial (R$ 1.500,00), Cadeira Tipo 1 (R$ 1.650,00) e Cadeira Tipo 2 (R$ 1.200,00).
Passagens
Para ir ao Festival de Parintins de barco, é necessário encarar cerca de 369 quilômetros pelo rio. O trajeto pode demorar entre 18 e 30 horas. Os valores de ida e volta costumam variar entre R$ 300 e R$ 1,2 mil, a depender do tipo de embarcação e acomodação, segundo o Portal AM 1.
As passagens aéreas dos dias 27 de junho a 01 de julho, conforme levantamento do site oficinal do Festival de Parintins, custam entre R$ 394,36 e R$ 2.570,02 na companhia Gol. Para participar dos três dias de celebração, com base nas informações da festa, o valor total desembolsado em passagens seria de R$ 5.118,92.
VEJA MAIS
5. Como entrar de graça no Festival de Parintins?
É possível entrar de graça no Festival de Parintins com a “fila da galera”. A entrada gratuita no Bumbódromo é tradição de encarnados e azulados no festejo. Para isso, quem deseja participar sem comprar passaporte precisa chegar no local dias antes do início da celebração.
6. Onde assistir ao Festival de Parintins?
A transmissão do Festival de Parintins é feita pela TV A Crítica, emissora de Manaus. O festejo de 2024, assim como do ano anterior, pode ser conferido ao vivo no canal do YouTube. Clique aqui para ver.
7. Qual a diferença entre o Festival de Parintins e o Arraial do Pavulagem?
O Festival de Parintins e o Arraial do Pavulagem são festejos nortistas diferentes. Enquanto o Festival de Parintins é natural do Amazonas, o Arraial do Pavulagem surgiu em Belém, capital do Pará. Ambos carregam a tradição do Boi-Bumbá, mas funcionam de modos distintos.
O festival é uma festa de três dias marcada pela disputa entre os bois Garantido e Caprichoso. Por outro lado, o arraial é um grupo musical que carrega o Boi Pavulagem como símbolo. O “Pavu”, como é chamado pelos “pavuleiros” (participantes), é criador do Arrastão do Pavulagem - cortejo que ocorre em junho e outro nas ruas de Belém.
Por ser uma competição, o Festival de Parintins tem critérios a serem avaliados. No total, 21 itens são considerados durante as apresentações. Já o Arraial do Pavulagem funciona de modo oposto, sem competição e avaliação, apenas para divertir os brincantes.
VEJA MAIS
8. Garantido ou Caprichoso: quem é o maior campeão de Parintins?
O Festival de Parintins é disputado pelos bois Garantido e Caprichoso. Apesar da presença do boi Campineiro em duas edições do festejo, não houve outro ganhador além do boi vermelho e do boi azul. Em 56 edições da competição, o boi Garantido classifica-se como o maior campeão de Parintins.
No total, Garantido possui 32 vitórias e Caprichoso foi vencedor 24 vezes. No último ano, em 2023, o campeão do Festival de Parintins foi o Boi Caprichoso, para a alegria da galera azulada. O boizinho azul acumulou 419,7 pontos e ganhou com diferença de 0,2 pontos.
9. O Festival de Parintins é patrimônio do Iphan?
O Festival de Parintins é Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil desde 2015, reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Assim como o festejo, o Boi-Bumbá de Parintins também foi declarado como Patrimônio Cultural. O reconhecimento do Complexo Cultural do Boi Bumbá do Médio Amazonas e Parintins, que abrange Bois de Arena, Bois de Rua e Bois de Terreiro amazonenses, foi entregue durante o Festival de Parintins em 2019.
Além disso, a Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) declarou, em 2017, o Festival de Parintins como Patrimônio Cultural Imaterial por meio da Lei Nº 375/2017, criada pelo ex-deputado Josué Neto.
10. Como é o impacto econômico do Festival de Parintins?
O Festival de Parintins promove forte impacto econômico à cidade onde ocorre e ao estado do Amazonas. Conforme pesquisa acadêmica de Denise Ferreira e Luciano Santos publicada em 2023, o festejo movimenta cerca de R$ 40 milhões na zona portuária. O giro mínimo em Manaus, capital do Amazonas, no setor turístico é de R$ 100 milhões.
Para esse ano, segundo o Governo do Estado do Amazonas, o festival deve girar cerca de R$ 160 milhões na economia. No último ano, a celebração movimentou R$ 146 milhões nos três dias.
Confira outras curiosidades sobre o Festival de Parintins com o jornalista Marcus Pessoa, do portal No Amazonas é assim:
(*Lívia Ximenes, estagiária sob supervisão de Enderson Oliveira, editor de Oliberal.com)
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA