Ativistas cobram justiça após filhote de onça ser preso ao lado da cabeça decepada da suposta mãe
Imagens que viralizaram na última semana mostram felino ao lado de duas cabeças decepadas de animais da mesma espécie
A indignação tomou conta das redes sociais após a divulgação de um vídeo de um filhote de onça-pintada amarrado ao lado de duas cabeças decepadas de onças maiores. Embora haja suspeita de que o animal seja descendente de um dos adultos mortos e de que o vídeo tenha sido gravado no município de Acorizal (MT), a origem do conteúdo ainda não foi confirmada. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, após mobilização na internet e cobrança de parlamentares, encaminhou um ofício ao Ministério da Justiça pedindo apuração criminal do caso. O Ibama também está investigando o ocorrido.
Infelizmente, não é a primeira vez que imagens de onças mortas circulam na internet. Em 2022, o fazendeiro Benedito Nédio Nunes Rondon posou ao lado de uma onça-pintada morta com um tiro na cabeça. Em 2021, um vídeo de uma onça-preta abatida no município de Arame (MA) também chegou às redes sociais, assim como fotografias de onças mortas em diferentes regiões do país, embora a caça de animais silvestres seja proibida pela legislação brasileira.
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Pedido de apuração
O deputado Felipe Becari, integrante da Frente Ambientalista, entrou com pedido de informação aos ministérios do Meio Ambiente e da Justiça, questionando as providências tomadas para identificação e punição dos criminosos. Ele mencionou o projeto de lei 752/2023, de sua autoria, que propõe o agravamento das penas de crimes contra a fauna.
Penalidade branda
As penas brandas, convertíveis em multa, são apontadas pelos movimentos ambientalistas e de defesa dos animais como um fator de incentivo ao crime. A ONG Ampara Silvestre, por exemplo, afirma que "atualmente, criminosos como esses, que torturaram e mataram três onças-pintadas, recebem pena de seis meses a um ano, mas não cumprem nem mesmo um dia de reclusão!". Com a hashtag #TodosContraACaça, a entidade tem promovido campanha nas redes sociais pelo endurecimento das leis.
Existem mais de 30 projetos tramitando no Congresso Nacional com a proposta de aumentar a pena por crimes ambientais, entre outras medidas, mas muitos não chegam a ser discutidos e votados. O deputado Zé Haroldo Cathedral (PSD/RR) propõe a criação de Delegacias Especializadas em Proteção Animal (DEPA) para prestar atendimento a animais domésticos e silvestres vítimas de crime. Outro projeto de lei defendido pelas organizações ambientalistas é o PL 968/2022, de autoria do deputado Ricardo Izar (Republicanos/SP), que aumenta a pena pela caça e morte de felinos brasileiros.
Felipe Becari acredita que a criação de uma bancada ambientalista forte é o que pode promover o andamento dessas propostas. "O que estava faltando era uma união suprapartidária, com deputados de vários estados, partidos e coligações unidos em prol desse bem comum, que é legislar para proteger os animais", diz
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