Amazônia brasileira possui 55 milhões de árvores gigantes, afirma pesquisa
O estudo, liderado pela Universidade do Estado do Amapá (Ueap), foi divulgado pela revista britânica New Phytologist na última terça-feira (14)

Uma pesquisa revelou que a Amazônia brasileira possui 55 milhões de árvores gigantes e esse número representa cerca de 0,001% do total presente no bioma. O estudo foi liderado pela Universidade do Estado do Amapá (Ueap) e divulgado pela revista britânica New Phytologist. As árvores, que possuem mais de 60 metros, são essenciais para manter o equilíbrio da floresta e fundamentais para a biodiversidade.
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O artigo “Mapping the density of giant trees in the Amazon” (em português, “Mapeando a densidade de árvores gigantes na Amazônia”) contou com participação de autores e instituições nacionais e internacionais. Com dados coletados entre 2016 e 2018, a pesquisa mapeou e modelou a densidade de árvores gigantes com o sensoriamento remoto por LiDAR (Light Detection and Ranging). Ao todo, 900 áreas da floresta foram analisadas, sendo cada uma com, aproximadamente, 3,75 km².
Ao combinarem os dados com 16 variáveis ambientais (clima, relevo, solo, incidência de raios e ventos etc.), os cientistas construíram um modelo de floresta aleatória (Random Forest) com inteligência artificial para prever os padrões com alta precisão. Entre os resultados, observou-se que a distribuição das árvores gigantes é desigual, pois cerca de 14% estão concentradas em 1% da Amazônia. Os estados de Roraima e Amapá, no Escudo das Guianas, são os com maior densidade, visto que possuem muita água disponível e pouco índice de raios e ventos fortes.
“O artigo é um importante desdobramento das pesquisas nossas sobre as árvores gigantes. Em especial, nossa pesquisa traz um importante insight, que é sobre como poucas árvores grandes podem impactar diretamente os maiores estoques de biomassa e carbono acima do solo”, diz Robson Lima Borges, pesquisador da Ueap. O cientista afirma que as características dessas árvores são fundamentais para o equilíbrio florestal.
O Amapá se destaca como um território com maior potencial de conservação da floresta, conforme o artigo. Isso acontece devido à grande cobertura vegetal e baixa taxa de desmatamento. Outros fatores, como temperatura amena, luminosidade boa, solo com excelente retenção de água e poucas ocorrências de distúrbios naturais, são colocados como essenciais para a manutenção das árvores gigantes.
Além da Universidade do Estado do Amapá, o Instituto Federal do Amapá (Ifap) atuou ativamente na pesquisa. O artigo completo e em inglês está disponível no site da revista New Phytologist — clique aqui e confira.
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