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Praça da Fortaleza: lugar é marco da ocupação militar portuguesa em Santarém

Nos séculos XVII e XVIII os ataques dos indígenas e franceses eram frequentes no município

Ândria Almeida
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Você sabia que a Praça da Fortaleza, localizada no centro do município de Santarém, abrigava uma fortaleza para proteger a cidade de ataques da França, indígenas e outras nações que tentavam a época colonizar a Amazônia?

A Fortaleza de Nossa Senhora do Bom Sucesso do Monte Alegre dos Tapajós, como era chamada, ocupava o espaço em um pequeno morro, onde atualmente tem como principal vizinha a Escola Frei Ambrósio, conhecida na última década como Mirante do Tapajós.

De acordo com o historiador Sidney Canto, a Fortaleza do Tapajós faz parte do processo de colonização portuguesa que era feito de duas formas: a mais pacífica, por meio das missões religiosas que vinham catequizar os indígenas e já faziam o processo de colonização, como fez Portugal. E também a ocupação militar, onde se construíam fortes em pontos estratégicos da Amazônia, com uma guarnição militar, fornecendo segurança aos colonos, e ainda proteção da terra contra invasores de outras nações.

“No caso de Santarém, a posição estratégica escolhida foi o alto de um morro que ficava perto do Rio Tapajós, onde ele se encontrava com o Rio Amazonas, e ali dava segurança não somente ao Rio Amazonas, mas também a quem navegava pelo rio Tapajós”, contou o historiador.

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Nos séculos XVII e XVIII os ataques dos indígenas e franceses eram frequentes no município. “Durante os primeiros anos da ocupação portuguesa em Santarém, havia a guarnição militar que vigiava a navegação do Rio Amazonas e impedia o contrabando de drogas do sertão do interior do Tapajós”, relatou.

A Fortaleza era imponente, com muros grossos e peças de artilharia, no entanto não se mostraram eficientes para a defesa de Santarém, já que era possível fazer desvios usando outros canais do rio para fugir da fiscalização. Diante disso, o interesse militar na manutenção do local foi acabando e o lugar ficou abandonado.

“Houve algumas tentativas de restauração. A primeira que se tem notícia, foi executada após o levantamento feito em 1749, que aconselhava a reforma da fortificação. No entanto, a obra foi realizada a partir do ano de 1762, a mando do governador Manoel Bernardo de Melo e Castro”, explica.

Mesmo após os reparos, a falta de manutenção levou o local a ruínas novamente. No ano de 1801, o lugar passou por uma nova tentativa de recuperação.

“Já em 1868, após o repasse de uma verba de 11:237$120 réis, boa parte da alvenaria já havia sido concluída, bem como aterro e nivelamento. Nesta época o Forte ganhou seis novas peças de artilharia. Segundo o autor Arthur Vianna, esta foi a última tentativa de reconstrução do forte que com o tempo transformou-se em ruínas. No lugar foi construído o Grupo Escolar de Santarém que hoje é a Escola Frei Ambrósio”, detalhou o historiador.

Para o historiador, o motivo da ruína da Fortaleza, ironicamente foi o descaso. “Curiosamente não foi destruída pelos inimigos internacionais franceses, holandeses, espanhóis ou ingleses, a qual se propunha defender, mas pelo descaso de um povo que falhou em preservar sua história”, finalizou.

 

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