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Um mercado além da América: lutador paraense fala sobre carreira em evento de MMA russo

Organizações de MMA no leste europeu têm crescido nos últimos anos e são uma grande oportunidade financeira para lutadores

Aila Beatriz Inete
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O UFC conquistou o status de maior organização de MMA do mundo, tornando a América o principal polo do esporte. Com isso, o sonho de muitos lutadores é chegar ao Ultimate. No entanto, o mercado se expandiu e vários eventos surgiram como possibilidades para os atletas construírem suas carreira, principalmente no leste europeu.

A Rússia, há anos, vem desenvolvendo a modalidade e tem crescido cada vez mais no mercado. Com uma boa organização e bolsas atraentes, os eventos têm atraído muitos atletas, incluindo brasileiros. Felipe Froes, lutador paraense de Ananindeua, luta há mais de oito anos em organizações russas.

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Atualmente, o paraense está no ACA (Absolute Championship Akhamat), que é a maior organização do país. Em entrevista para o OLiberal.com, Felipe, que foi campeão do Shooto Brasil, relatou que os eventos russos foram um divisor de águas na sua carreira.

"Eu nunca imaginei que lutaria lá. Quando fui campeão do Shooto aqui no Brasil eu mirava o Bellator, PFL, UFC, que são os eventos da América, só que Deus abriu essa porta para mim, agarrei com unhas e dentes e comecei a me apresentar por lá. Fui valorizado financeiramente. Consigo viver do esporte, me provei para a minha família através dessa oportunidade e por isso sigo lá", declarou o lutador.

Froes começou no evento despretensiosamente, apenas para substituir um lutador. Com o bom desempenho, acabou se firmando na organização. Em 2020, Felipe foi campeão do peso-pena, perdeu o cinturão e está em busca de uma nova oportunidade de disputar o título.

Além do ACA, a Rússia também conta com o Open FC e outras organizações. Outro país que tem evoluído na promoção de lutas é a Polônia, com o KSW. Felipe destacou que há muitas diferenças entre os eventos brasileiros e os do leste europeu. De acordo com ele, os atletas são mais valorizados financeiramente e podem trilhar uma carreira mais consistente.

"A diferença é que lutando no Brasil é só para ganhar experiência, fazer cartel para conseguir lutar fora. [Mas] você não consegue ter dinheiro lutando no Brasil. Os eventos aqui pagam bolsas simbólicas. Os eventos brasileiros são justamente para preparar os lutadores para lutar fora do país. Quando [lutava] no Brasil, tinha patrocínio, família que me ajudava, então não vivia do esporte, e a partir do momento que comecei a lutar no ACA da Rússia, passei a viver do esporte", destacou.

A ascensão dessas organizações na região não é à toa. A Rússia, por exemplo, tem tradição em esportes de combates, sendo o país que criou o sambo - desenvolvido na antiga União Soviética. A modalidade de luta agarrada era a principal base do russo e ex-campeão do UFC Khabib Nurmagomedov.

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"Para nós, lutadores, é excelente ter outras possibilidades, não só na América. Eu sou prova disso. Era campeão do Shooto, passei quase dois anos com o cinturão e não 'pintou' oportunidade nenhuma aqui. Fui para a Rússia e lá eu consigo prosperar na minha carreira, consigo viver do esporte. Então, para a gente, quanto mais portas estiverem aberta para trabalharmos, é melhor. E hoje em dia, eventos como ACA, KSM, ONE FC são muito importantes", revelou.

Felipe vai para o 18º combate na Rússia segundo ele. No próximo dia 19 de abril, o paraense vai enfrentar o russo Gleb Khabibullin. O paraense possui um cartel com 23 vitórias e oito derrotas. Contente com a carreira que construiu no leste europeu e na estabilidade que conseguiu, Froes acredita que o mercado na região ainda deve crescer bastante.

"Tem muitos eventos, lutadores. Muitos deixam de seguir uma carreira tradicional para ser lutador e há 10 anos a gente não via isso. [Antes] se tornar lutador era a última opção", apontou o paraense. "Hoje em dia a gente vê mais graças ao crescimento do esporte e eu acho isso muito bacana, as pessoas desde pequenas já terem referências e quererem ser iguais a um campeão. Eu lembro que na minha época, quando eu falava que queria ser lutador, as pessoas olhavam com preconceito. Então, esse momento que o MMA está vivendo hoje e os eventos - que fazem parte disso - é de total importância", analisou Felipe Froes.

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