Klara Castanho: Entenda o caso e as múltiplas violências contra a atriz
A atriz teve sua vida pessoal mostrada de forma irresponsável desde a quebra do sigilo de sua equipe médica até a exposição por Antônia Fontenelle e Leo Dias
No último sábado (25), a atriz Klara Castanho contou em suas redes sociais que foi vítima de estupro e que, ao descobrir tardiamente a gravidez, decidiu mantê-la e entregar o bebê à adoção de forma legal através do Ministério Público. Klara fez a postagem logo após ter sido exposta pela youtuber Antônia Fontenelle e pelo colunista Leo Dias, do portal de notícias Metrópoles.
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Klara publicou uma carta aberta dizendo que este era o relato mais difícil de sua vida. A postagem tem nove partes, onde a atriz, para se defender das notícias falsas a seu respeito, detalha todo o processo traumático vivido no início deste ano.
"Pensei que levaria essa dor e esse peso somente comigo. No entanto, não posso silenciar ao ver pessoas conspirando e criando versões sobre uma violência repulsiva e de um trauma que sofri", desabafou a artista.
Vazamento da história
Tudo aconteceu após uma live de Fontenelle com indiretas para uma “atriz global de 21 anos”, falando sobre Klara, e com o texto publicado por Leo Dias, no portal online Metrópoles, chamado de "Estupro, gravidez indesejada e adoção: a verdade sobre Klara Castanho".
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A publicação imediatamente viralizou e não teve a resposta esperada pelo colunista, que deletou o texto do portal após muitos pedidos de internautas que mostraram apoio a Klara. Entretanto a violência contra a atriz começou muito antes deste texto publicado. Como direito, Castanho deveria realizar, em sigilo, tanto o parto, quanto todo o processo que seguiria após a saída da criança do hospital, mas tudo ocorreu de outra forma.
Violência sofrida no hospital
Em sua carta, Klara conta que, logo após o parto da criança, ainda estava anestesiada quando foi questionada e ameaçada por uma enfermeira do hospital. “Imagina se tal colunista descobre essa história”, teria dito a profissional da saúde. A atriz disse, em seu texto, que estava em um lugar que supostamente deveria protegê-la e não obteve o esperado.
“Quando cheguei no quarto já havia mensagens do colunista, com todas as informações. Ele só não sabia do estupro. Conversei com ele. Prometeu não publicar”, desabafou.
Além da violência psicológica, a atriz também foi questionada sobre a veracidade de seu relato. Mesmo com essa situação, a maioria dos internautas e artistas se solidarizou e defendeu Klara. “Enviamos todo amor e apoio a Klara Castanho nesse momento tão apavorante. São situações como essa que nos fazem ter mais medo a cada dia que passa do que a sociedade está se tornando, principalmente para as mulheres”, disse uma seguidora.
Resposta do hospital
Em nota, nesta segunda-feira (27), o hospital responsável pelo parto disse que o caso viola seus princípios, a privacidade de seus pacientes e o sigilo das informações, e que realizará investigação após a denúncia para descobrir a identidade dos profissionais envolvidos, entre eles a enfermeira citada por Klara Castanho.
“O hospital se solidariza com a paciente e familiares e informa que abriu uma sindicância interna para a apuração desse fato", ressaltou o hospital da Rede D’or.
Investigação
Nas redes sociais, o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e o Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP) anunciaram no domingo (26) que realizam investigações sobre a infração ética cometida pela enfermeira envolvida no caso de Klara Castanho. O Coren manifestou sua solidariedade à vítima e reafirmou que trabalha com ética e segurança profissional com seus pacientes.
“Nesse sentido, o conselho seguirá os ritos e adotará os procedimentos necessários para a devida investigação, como ocorre em toda denúncia sobre o exercício profissional. Assim, o Coren-SP ressalta a cautela necessária e que sejam tomadas as medidas corretas para a apuração dos fatos”, reiterou o conselho.
(Estagiária Juliana Maia, sob supervisão do editor executivo de OLiberal.com, Carlos Fellip)
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