Greve de ônibus: 'Piorou', dizem trabalhadores que estão pagando R$7 no retorno para casa

Van, microônibus e a carona amiga, valeu tudo para não pegar falta nesta terça-feira (3), em Belém

Valéria Nascimento

Cansados e preocupados com o aumento do custo do transporte de ida e volta ao trabalho. Esse era o sentimento geral das pessoas, nesta noite de terça-feira (3), em Belém, na volta para casa, enquanto aguardavam na parada de ônibus em frente ao Terminal Rodoviário de Belém, em São Brás.

Por volta das 19h, fosse para os bairros do Paar, Cidade Nova 6, Curuçambá, a média da passagem em vans e microônibus alternativos estava a R$ 7, 00, quase o dobro da tarifa do transporte público na Grande Belém, que é de R$ 4,00.

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Mais caro e atrasado

Entre as histórias, sempre longas esperas, sufoco e a irritação de gastar mais com o transporte e, ainda, chegar atrasado no serviço, para não levar falta. Agente de portaria em uma loja particular, na avenida Governador José Malcher, no bairro de Nazaré, Diego Oliveira Teles Fortunato, 37 anos, contou que todos os dias, ele pega ônibus cedo para estar no posto de serviço, às 7h, nesta terça-feira (3), ele chegou quase 10h.

Às 19h30, Diego Fortunato aguardava a saída de um microônibus alternativo, em frente ao Terminal Rodoviário de Belém. "E, agora, eu saí, andei uns 15 minutos de lá até aqui em São Brás", disse suado, o porteiro.

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"A gente tem de pagar do próprio bolso e a empresa disse que vai nos ressarcir mais só depois. Eu trabalho de escala e tive de vir, tinha outro esperando para sair, essa greve surpreendeu. Amanhã, estou de folga, mas tem gente que vai trabalhar', afirmou Diego.

Vendedora de doces e salgados, a ambulante Sandra do Espírito do Santos, 47 anos, contou que se organizou para sair de casa ainda mais cedo para conseguir um microônibus no Paar, na fronteira com o Curuçambá, onde ela mora.

Contar com a sorte

Sandra disse que teve a sorte de chegar e o veículo passar na parada, mas precisou descer na área do Entroncamento, tomar uma van até São Brás e de São Brás pegar outra para o Complexo do Ver-o-Peso, onde normalmente trabalha. "Vendi tudo, graças a Deus, mas é pouquinho, e ainda mais, hoje, que o pessoal gastou mais com as passagens".

"Eu trouxe 20 pratinhos. Faturo uns 70 reais, tirando a minha despesa, eu fico com 30, 40 reais, por dia", disse ela, dentro do mesmo ônibus, que Diego Fortunato. Esse coletivo faria o trajeto avenida Almirante Barroso, BR-316 e Cidade Nova, em Ananindeua. 

Próximo das 20h, as colegas de trabalho em um hotel, em São Brás, Geane Silveira e Maura Rodrigues estavam exaustas e insatisfeitas com o valor pago a mais para trabalhar. "A volta está bem complicada, a gente está aqui há uns 20 minutos e não sabe quando vai sair, não tem ônibus. Eu pegaria normalmente as linhas Cidade Nova 6 ou Paar/São Brás", afirmou. Geane Silveira. "A gente não teve ajuda da empresa, amanhã, vai ser da mesma forma do nosso bolso'', afirmou. 

Maura Rodrigues foi categórica. "A gente sabe que não vai pegar ônibus direto para casa. Nós queremos pegar, pelo menos, dois. Um até o Castanheira, depois, outro para a Cidade Nova 6, em Ananindeua. "Não tinha como dizer que a gente não podia trabalhar, era falta certa", concluiu Maura.

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