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Vendedores de peixes de Ananindeua relatam queda de 60% nas vendas e comemoram auxílio emergencial

Apesar de nenhum caso da chamada 'doença da Urina Preta' ter sido registrado no município, eles afirmam que o medo da doença impactou nas vendas

Daleth Oliveira
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O projeto de auxílio emergencial de R$2 mil para os vendedores de peixes e crustáceos de Ananindeua, encaminhado pela Prefeitura, foi aprovado por unanimidade pelos vereadores da Câmara na manhã desta terça-feira, 14. A medida, anunciada pelo prefeito Daniel Santos, é uma resposta à queda nas vendas após repercussão na mídia sobre os casos da chamada doença da “urina preta”. A notícia foi comemorada pelos comerciantes da Feira de Pescados do Paar, na cidade da Região Metropolitana de Belém.

“Nós estamos carecendo demais desse auxílio. Temos conta para pagar e com essa crise, não íamos dar conta sozinhos”, diz Messias Costas. Ele, que trabalha com a venda de pescados há mais 30 anos, relata a diminuição do movimento na feira após o aumento das ocorrências da Síndrome de Haff, conhecida no Brasil como “doença da urina preta”, no Pará.

De acordo com a Prefeitura, apesar de nenhum caso ter sido notificado em Ananindeua, as informações disseminadas de pacientes e até morte em outras regiões do Estado e no Amazonas impactaram negativamente no comportamento dos consumidores de pescados, provocando queda nas vendas do produto.

“O movimento caiu bastante desde que os casos foram confirmados. Cerca de 60% dos clientes sumiram em menos de uma semana. Em um domingo bom, eu chegava a faturar em média R$3 mil. Nesse último domingo, não consegui nem R$1 mil. Preocupada, a população tem diminuído o consumo de todos os peixes, até os que estão fora de risco da doença”, conta Messias.

O feirante Wallace Sousa vende apenas peixes da água salgada, que até agora não estão na lista de pescados com risco de contaminação, mas mesmo assim, tem sentido os efeitos da crise. ”As pessoas estão com medo, assustadas com essa tal de urina preta, preferem não comprar nenhum peixe”, comenta. Para o vendedor, o auxílio é bem vindo. “Vai dar para pagar nossas dívidas, chegou na hora certa”, diz otimista.

Com a baixa nas vendas, os feirantes do Paar já estão tendo prejuízo, conta Maciel Costa, vendedor da feira. “No final de semana, alguns feirantes tiveram que doar peixes para não estragar e até jogar no lixo o que não poderia mais ser consumido”, relata. “Esse auxílio vai ajudar, mas não é apenas o dono da banca de venda que deve receber. E o auxiliar? E o cortador? Nossos funcionários também têm família. Eles também precisam ser beneficiados”, questiona sobre o benefício anunciado pela Prefeitura.

Valdenilson Marques trabalha há 15 anos com venda de pescado e lamenta que o setor passe por mais essa crise sanitária e econômica. “A gente mal se recuperou da covid-19 e já vem mais essa doença. É lamentável, acredito que muitos feirantes correm risco até de fecharem suas bancas”, conta. Para tentar diminuir os prejuízos, o peixeiro está vendendo o tambaqui mais barato que o valor adquirido. “O quilo que compro por R$12, estou vendendo por R$7,99 e mesmo assim, não sai para o cliente”. Para ele, o auxílio vai ajudar os trabalhadores da cadeia do pescado. “Está vindo em boa hora. Quem tem família, conta para pagar, depende do peixe”, finaliza.

Como receber o auxílio

A Prefeitura orienta o feirante que comercializa peixes e crustáceos a procurar a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (Sedec) e apresentar os documentos que comprovam o seu cadastro no exercício da profissão e a comercialização desse tipo de produto como principal fonte de renda. Em breve, a Sedec vai regulamentar a concessão do auxílio por meio de portaria publicada em diário oficial. Os recursos destinados para os auxílios serão retirados do Fundo Municipal de Desenvolvimento (FMD).

Doença de Haff

Segundo o Ministério da Saúde, a Doença de Haff é causada por uma toxina que pode ser encontrada em peixes como o tambaqui, o badejo, pacu, a arabaiana ou em crustáceos, como a lagosta, o lagostim e o camarão. A forma de contaminação do peixe ainda não é conhecida de fato, mas alguns especialistas afirmam que o mau condicionamento está ligado diretamente.

 

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