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Caso Geordana: família aguarda decisão que pode levar o réu a júri popular

Ex-namorado da vítima, Lúcio Magno do Espírito Santo Quadros é o réu confesso de matar a jovem em setembro de 2021

O Liberal

Após quase seis meses do assassinato da modelo paraense Geordana Natally Sales Farias (20), no município de Ananindeua, a família dela se prepara psicologicamente para enfrentar a decisão da audiência de instrução de Lúcio Magno do Espírito Santo Quadros. Ele é réu confesso por ter matado a ex-namorada, na madrugada do dia 1ª de setembro de 2021, com facadas no rosto e no pescoço. Na ocasião em que foi preso, alegou legítima defesa. Na audiência de instrução, não se pronunciou. A promotoria ofereceu a denúncia de feminicídio. Havendo indícios de autoria e prova da materialidade, o réu irá a julgamento pelo Tribunal do Júri.

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Para o pai de Geordana, Guilherme Farias, que esteve entre as testemunhas de acusação, a primeira audiência judicial exigiu uma enorme preparação psicológica. "Um misto de sentimentos, uma esperança de que a justiça será feita, mas confesso que fiquei muito apreensivo. Eu tinha a opção de dar meu depoimento na presença ou ausência do assassino, mas preferi que fosse na presença, afinal, passei esses 5 meses cuidando da minha saúde mental para esse momento. Minha família, nossos amigos, a sociedade e eu precisamos de uma resposta", disse.

"Meu depoimento foi com base em perguntas sobre o dia [do crime], como a gente ficou sabendo; como era a Geordana; como era o relacionamento deles", disse o pai. A família da vítima explica que Lúcio não aceitava o fim do relacionamento. "Esperamos uma resposta positiva. As provas foram colhidas, as partes foram ouvidas e, agora, é aguardar se diante desse processo, o assassino será pronunciado ou não. Com relação à próxima etapa, dependemos dessa análise e, só assim, será marcado o julgamento", concluiu Guilherme.

Na última quarta-feira (16), na 4ª Vara Criminal de Ananindeua, foi realizada a audiência de instrução de Lúcio, que responde ao processo em prisão preventiva. É uma fase do processo na qual as partes são ouvidas pelo juiz e onde são colhidas provas. Começou por volta das 10h30 e seguiu até por volta das 14h50. A denúncia foi recebida pelo juiz Emanoel Mouta, em 10 de fevereiro de 2022.

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Os autos foram encaminhados ao Ministério Público e à defesa, para as devidas alegações. Após, os autos retornam ao Juízo para decisão. Entretanto, ainda não há uma data exata para a decisão ser divulgada. A expectativa é que seja nos próximos dias. Nas redes sociais, o MP informou que "acredita veementemente na existência de provas suficientes para que no julgamento pelo Tribunal do Júri, o réu seja condenado, de modo que haja efetivação da justiça". 

A promotora de Justiça Vyllya Costa Barra Sereni, Titular da 4ª PJ Criminal de Violência Doméstica de Ananindeua, que ofereceu a denúncia, contou que a audiência teve a oitiva de 4 testemunhas de acusação: dois policiais militares que atenderam a ocorrência e realizaram as diligências que culminaram na prisão em flagrante; e dois familiares: o pai da vítima, Guilherme Farias, e a irmã dela, Geovana Farias. Também teve uma testemunha de defesa: um amigo de Lúcio que ainda não teve o nome revelado. Além do interrogatório do réu, que permaneceu em silêncio durante toda a audiência. 

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"Ele usou do direito constitucional de ficar calado. Na fase policial, sustentou eventual legítima defesa. Neste primeiro momento do júri togado, nada falou sobre legítima defesa", explicou a promotora. "Ao final desse primeiro momento, ele é pronunciado ou impronunciado ou eventualmente absolvido. Se for pronunciado, vai para júri. Acredito que ele deve ser pronunciado. Mas depois de ser pronunciado, existe a possibilidade de recurso por parte da defesa", detalhou.

Polícia