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Paysandu e Remo trocam farpas sobre possível liberação de jogo no Mangueirão; entenda

Papão teve negado o pedido de transferência do jogo contra o Caeté e alega que Remo teria tido sua solicitação aceita

Pedro Cruz e Luiz Guilherme Ramos
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Federação Paraense de Futebol, Paysandu, Remo e Seel entraram em conflito desde e a última terça-feira (23) em razão do uso do Mangueirão para jogos do Parazão 2024. Como praxe, alguns estádios utilizados no estadual apresentam gramados em más condições, gerando, principalmente, o risco de lesões a jogadores e, ainda, a própria má qualidade do espetáculo. Por isso, Remo e Paysandu têm preferido tentar jogar na principal praça esportiva da capital, por ter o melhor gramado da região. O litígio começou quando o Papão teve negado o pedido de transferência do jogo contra o Caeté, desta quarta-feira, para o Olímpico do Bengui.

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A partida entre Paysandu e Caeté será no Estádio Diogão, em Bragança. O estado do gramado é visto com muita preocupação pelo técnico Hélio dos Anjos, que, no sábado passado, em entrevista coletiva, reclamou publicamente da realização do jogo na praça esportiva bragantina.

“Desculpa Bragança (PA), desculpa as pessoas, mas tem condições de jogar? Alguém olha para o campo de Bragança, como nós olhamos o jogo que teve lá [Bragantino x Tapajós] e fala que é um campo que tem condições de jogar?”, reclamou o treinador bicolor.

Lances de Bragantino x Tapajós, no Diogão, no dia 20/01:

"Paysandu e Remo são carros-chefes da competição. Caso Paysandu e Remo não estiverem na decisão, Federação perde aí R$300, R$400 mil. A realidade é essa. Se você está pagando jogador de R$80, R$90 e R$100 mil e aí joga em um campo que não tem condições", completou Dos Anjos.

Em nota publicada no site do Paysandu na terça, o clube alega que solicitou a transferência para o Mangueirão em acordo com o time mandante, o Caeté, que poderia ter uma receita maior com bilheteria ao atuar em Belém, pela maior capacidade do estádio da capital. A solicitação, no entanto, foi negada pela Seel.

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Mas o conflito com a Federação Paraense de Futebol (FPF) e a Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel) - que é a administradora do Mangueirão - começou quando, nos bastidores, especulava-se desde segunda-feira que o jogo do próximo domingo (28), entre Tapajós e Remo, seria transferido da Arena Verde, em Paragominas, para Estádio Olímpico do Pará. 

"Por outro lado, hoje [terça-feira, 23], houve o aceite, sem qualquer tipo de dificuldade, de outra solicitação para que o Mangueirão recebesse outro jogo [Tapajós x Remo], no próximo domingo (28)", cita trecho da nota divulgada pelo Paysandu. 

image Na Arena Verde, em jogo nesta terça, o lateral-direito Bruno Limão, do Águia, torceu o joelho ao pisar em um buraco (Reprodução Águia TV)

No entanto, o duelo entre Tapajós e Remo não chegou a ser transferido oficialmente de local. Nesta quarta, inclusive, a diretoria azulina também se posicionou por meio de nota alegando que não havia solicitado a mudança de local de jogo, já que não é o mandante da partida. 

"Não houve solicitação à Federação Paraense de Futebol (FPF), tampouco à Secretaria de Estado de Esporte Lazer (Seel), quanto à mudança do local do jogo e utilização do Estádio do Mangueirão. É público e notório que o Tapajós Esporte Clube constitui o mandante da referida partida, de maneira que eventual modificação na tabela dependeria de solicitação formal e tempestiva da mencionada agremiação esportiva e/ou de acordo com o Clube do Remo, acontecimentos esses que não se concretizaram na situação", escreveu, para em seguida, alfinetar o maior rival.

"A realização de afirmações públicas sobre tema, notadamente diante do interesse coletivo envolvido, naturalmente exige responsabilidade extrema na verificação das premissas e informações utilizadas, cautela essa que não foi adotada neste caso concreto, em especial na manifestação de outro participante [Paysandu] do Campeonato Paraense, claramente ancorada em suposição, desatrelada de qualquer comunicação oficial dos agentes públicos competentes. Por fim, o Clube do Remo, repudia e lamenta a insinuação de favorecimento a participantes do Campeonato Paraense, até porque nitidamente desprovida do mínimo amparo fático", rebateu o Remo.

Em contato com a reportagem de O Liberal na terça, o presidente do Tapajós, Sandeclei Montes, afirmou que não pediu e não foi procurado por dirigentes do Leão para levar o jogo a Belém.

“Da minha parte não terá nada de mudança de local. Ninguém falou nada, ninguém me comunicou, mas soube dessa possível mudança através de mensagens. Hoje [terça, 23] alguns membros da FPF estarão na Arena Verde e vamos aguardar. Ninguém do Remo me procurou. O gramado sempre será uma dificuldade no Campeonato Paraense, os clubes alegam que não possuem condições e vamos esperar”, afirmou o presidente do Tapajós.

A Seel também fez uma manifestação pública por meio de comunicado postado nas redes sociais. A Secretaria garante que, visando a conservação do gramado do estádio, nenhuma partida será disputada até o próximo dia 30 de janeiro.

"A Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel) esclarece que desconhece a informação divulgada em nota pelo clube Paysandu, referente à aceitação de uma soclitação de jogo para o próximo domingo (28). O estádio não receberá jogos até o dia 30 de janeiro, pois cumpre um cronograma técnico de manutenção do gramado devido às questões climáticas da cidade de Belém", cita o Órgão.

Remo e Paysandu estão a cerca de dez dias do primeiro Re-Pa da temporada, marcado para o dia 4 de fevereiro no Mangueirão. A partida é válida pela 5ª rodada do Parazão 2024 e está marcada para começar às 17h. Ingressos para o Lado B do estádio já estão à venda.

Federação promete ampliar debate

Em entrevista ao Grupo Liberal, o presidente da FPF, Ricardo Gluck Paul, lamentou a situação crítica de alguns gramados disponíveis para o estadual e prometeu providências no longo prazo. "Muitas das vezes os proprietários desses estádios não são os clubes. Às vezes é o município. Em alguns casos são particulares, caso de Bragança. É necessário se pensar nessa mudança e dotar os estádios com o mínimo de estrutura de gramado. Só não podemos resolver com a caneta mágica, onde quem não tem estádio não joga. Isso não resolve nada", alegou 

"Esse é um problema estrutural que será enfrentado. Chegou o momento de ampliar essa discussão, mas não podemos simplificá-la, pois isso inviabiliza a competição. Nem tudo é tão simples como parece. Existem clubes impedidos de jogar nas suas sedes, contra a vontade deles, e isso aumenta a pressão dos clubes por estádios", concluiu o dirigente.

Confira as notas de todos os envolvidos:

Paysandu

O Paysandu Sport Club vem a público informar que firmou um acordo com a direção do Caeté, para que a partida entre as equipes fosse disputada no Estádio Mangueirão, válida pela segunda rodada do Parazão 2024.

Porém, a Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel), através da sua diretoria, negou o pedido conjunto dos clubes com o argumento de que o confronto poderia comprometer as condições do gramado antes do jogo do Flamengo contra o Sampaio Corrêa, pelo Campeonato Carioca, marcado para o dia 31 deste mês, na mesma praça esportiva.

O Paysandu esclarece que, caso a solicitação feita pelos clubes fosse acatada, o confronto contra o Caeté seria disputado nesta terça-feira (23), oito dias antes do evento do Cariocão, mas mesmo assim a resposta foi negativa.

Por outro lado, hoje, houve o aceite, sem qualquer tipo de dificuldade, de outra solicitação para que o Mangueirão recebesse outro jogo, no próximo domingo (28), portanto, apenas três dias antes da partida do Flamengo.

O Paysandu repudia tal decisão, que foi tomada sem nenhum fundamento técnico, com a explícita e única intenção de privilegiar outros participantes do campeonato estadual.

Nem o alto volume de chuvas, que poderia deixar o gramado em estado precário, foi o suficiente para que se negasse o pedido de marcação de outra partida do Parazão.

Por fim, o Paysandu reitera sua total indignação com a decisão, exige respeito com a instituição e anuncia que tomará medidas cabíveis para o caso.

Remo

O Clube do Remo informa que em razão da divulgação e especulações sobre a realização da partida do Campeonato Paraense, a ocorrer no próximo dia 28 de janeiro, em respeito à realidade dos fatos e à idoneidade dos agentes públicos e privados envolvidos, promove os seguintes esclarecimentos:

1 – Não houve solicitação à Federação Paraense de Futebol (FPF), tampouco à Secretaria de Estado de Esporte Lazer (Seel), quanto à mudança do local do jogo e utilização do Estádio do Mangueirão;

2 – É público e notório que o Tapajós Esporte Clube constitui o mandante da referida partida, de maneira que eventual modificação na tabela dependeria de solicitação formal e tempestiva da mencionada agremiação esportiva e/ou de acordo com o Clube do Remo, acontecimentos esses que não se concretizaram na situação;

3 – A realização de afirmações públicas sobre tema, notadamente diante do interesse coletivo envolvido, naturalmente exige responsabilidade extrema na verificação das premissas e informações utilizadas, cautela essa que não foi adotada neste caso concreto, em especial na manifestação de outro participante do Campeonato Paraense, claramente ancorada em suposição, desatrelada de qualquer comunicação oficial dos agentes públicos competentes;

4 – Por fim, o Clube do Remo, repudia e lamenta a insinuação de favorecimento a participantes do Campeonato Paraense, até porque nitidamente desprovida do mínimo amparo fático, ratificando sua confiança plena nas instituições responsáveis pela realização da competição e gestão dos equipamentos públicos nela utilizados.

Seel

A Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel) esclarece que desconhece a informação divulgada em nota pelo clube Paysandu, referente à aceitação de uma soclitação de jogo para o próximo domingo (28). O estádio não receberá jogos até o dia 30 de janeiro, pois cumpre um cronograma técnico de manutenção do gramado devido às questões climáticas da cidade de Belém.

A Secretaria reafirma que a única partida que consta no calendário oficial no Mangueirão para os próximos dias de janeiro é o jogo entre Flamengo e Sampaio Corrêa-RJ, no dia 31 deste mês. A Secretaria lamenta a atitude inadequada e leviana acerca do assunto e repudia qualquer informação falsa referente aos jogos no Novo Mangueirão.

 

 

 

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