Artista plástico Simões, com 47 anos de carreira, abre exposição na Galeria Benedito Nunes
O vernissage será nesta quarta-feira, 26, às 19h.

O artista plástico Simões inaugura a nova exposição individual “A Pele da Cor Expandida”, nesta quarta-feira, 26. Nela, o paraense premiado reafirma a nova fase da carreira que exalta as cores de forma mais abstrata, deixando de lado as formas o expressionismo dramático que marcaram os seus 47 anos de trajetória. O vernissage será às 19h, na Galeria Benedito Nunes, no Centur. Entrada franca.
“A Pele da Cor Expandida” é contemplada pelo Prêmio Branco de Melo, da Fundação Cultural do Pará (FCP). A mostra é uma continuação de “A Pele da Cor”, realizada em 2021, em outra galeria, em que Simões reuniu as primeiras 32 obras da série, todas em acrílica sobre tela. Já na exposição “Extendida”, ele apresenta outras 55 obras inéditas, desta vez em acrílica sobre papel, que exploram ainda mais o universo artístico de “A Pele da Cor”, indicando novas experimentações. Com isso, “A Pele da Cor Extendida” totaliza 87 obras, ou seja, a maior exposição da carreira de Simões.
“Não chamo de desenho (as obras em papel), mas de pintura. A tela tem certas exigências próprias da técnica, você passa mais tempo trabalhando com ela. E no papel é um trabalho mais imediato, algo que está à mão é outra maneira de trabalhar. É um papel de gramatura mais grossa que suporta bem a tinta, mas emoldurados com vidro”, explica Simões.
“Me isolei e trabalhei durante a pandemia, trabalhei a série mais dramática (intitulada ‘Cerimônias Privadas’), que não expus, usando muita figura humana, algo mais expressionista, como já trabalhava antes. Depois dessa série, que eu estava saturado do drama humano, comecei a experimentar o trabalho mais abstrato e geométrico. Encontrei a minha praia após uma longa carreira. Passei para algo mais musical, mais preocupado com cores, ritmos e formas. O meu trabalho ficou mais leve e fluido”, descreve o artista veterano.
VEJA MAIS
“‘A Pele da Cor’, é porque sempre fui um artista voltado para cor, com trabalhos muito coloridos, mas sempre voltados para uma temática. Atualmente, o trabalho é voltado para a cor como protagonista, sem narrativa, mais abstrata. A pele é o que brota da cor, uma superfície, são as gradações e sutilezas da cor, como se ela tivesse uma pele”, complementa.
Histórico
Simões interessou-se por arte muito jovem, realizando a primeira exposição em 1976, aos 17 anos. Tornou-se um dos expoentes da geração oitentista de artistas plásticos paraenses. Inspirando-se na contemporaneidade, o artista segue o caminho acreditando nas “poéticas do misticismo, de naturezas-mortas” ou mesmo “arrebatado por um Eros interior, permeado de sensualidade, seja em personagens femininos ou masculinos”, como diz a pesquisadora Vera Maria Segurado Pimentel, que estudou a produção artística de Simões em sua tese de Doutorado em Comunicação, Linguagens e Cultura (Unama), em 2022.
Para Vera Pimentel, um ser humano inquieto, "que se desconstrói e se desnuda ao transpor para as telas, toda emoção interior que pulsa nas veias, um autodidata e curioso, cujo verbo experimentar é a essência do seu trabalho. Simões apresenta concepções e ideias que se materializam a partir do seu olhar e da técnica da policromia”, continua Vera.
Simões teve um hiato de produção entre os anos de 2000 e 2010, quando se afastou do atelier para administrar o saudoso Café Imaginário, bar e espaço cultural que revelou outra aptidão do artista, a culinária. Foi lá que ele criou a famosa “Pizza de Jambu”, prato que se espalhou por outros estabelecimentos paraenses. Hoje, o atelier dele fica situado na ilha de Mosqueiro, distrito de Belém.
O novo olhar
Habituado com muitas galerias, esta será a primeira exposição de Simões na Benedito Nunes. “Essa galeria é bem bonita e inteligente, pois é voltada para a avenida (Conselheiro Furtado). As pessoas podem ver da rua, passando de ônibus, de carro ou a pé. Sempre quis ter uma atividade para expor lá. Queremos público para ver e participar da obra. O espaço está bem montado. A minha expectativa é de ter um público legal para assistir a exposição”.
Sobre a veia de inspiração que contagia esta fase da carreira de Simões, ele avalia: “Não sei até onde vai essa temporada, mas é o caminho que estou traçando, é o meu caminho. Estou sendo fiel a mim mesmo, dando o passo que quero dar, não estou numa busca frenética pela originalidade. A paixão entra em tudo, você tem que se jogar para descobrir o ouro no aluvião. A arte é linguagem, construção, exige disciplina e inspiração”.
A exposição é realizada pelo Prêmio Branco Melo, Galeria Benedito Nunes, Fundação Cultural do Pará (FCP) e governo do estado do Pará.
Agende-se:
Exposição “A Cor da Pele Expandida”, de Simões.
Vernissage: Quarta-feira, 26, às 19h
Local: Galeria Benedito Nunes, do Centur (Av. Gentil Bittencourt, XX)
Visitação: até 26 de maio, de segunda a sexta-feira, de 9h às 17h.
Gratuito
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA