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Corpo de mestre Damasceno é velado no Museu do Estado do Pará, em Belém

Artista é o criador do búfalo-bumba e já compôs mais de 400 canções e seis álbuns.

Gabriel Pires e Bruna Dias
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Na tarde desta terça-feira, 26, o velório do mestre Damasceno foi aberto ao público no Museu do Estado do Pará, localizado na Praça D. Pedro II, na Cidade Velha. O corpo do artista marajoara, que morreu aos 71 anos, chegou ao local por volta das 16h.

Admiradores e fãs estiveram no local para se despedir do ícone do carimbó paraense. Além disso, artistas e personalidades do Pará também prestaram sua última homenagem a ele. Dona Onete e a secretária de Cultura do Estado do Pará, Ursula Vidal, se despediram do mestre.

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“O Damasceno vai fazer falta sim. Esse samba-enredo da Grande Rio, escola que a gente desfilou, eu em um carro e ele no outro. Eu entrei um pouco na composição, com a minha música Quatro Contas e deu tudo certo. Foi lindo eu fiquei muito feliz. Apesar dele não ver com a vista, ele via com o coração. Ela não tava vendo, mas tava sentindo, aquele sexto sentido mesmo. Agora ele está quietinho, amanhã vai para a casa dele. Lá na eternidade que ele fique nos olhando, pela gente, cultura do Pará, artista e pelo folclore paraense, que não pare lá na Marajó”, disse Dona Onete, ao lembrar do Carnaval do Rio de Janeiro deste ano.

O Mestre é considerado um símbolo de resistência e da força cultural do Norte do Brasil, principalmente por sua atuação em iniciativas que consolidaram as tradições populares marajoaras. O governo do Pará decretou luto oficial de três dias.

"Tantos e tantas de nós tem nessa memória do Mestre de um amigo, que é um presente que será sempre um guardião das tradições da cultura popular. Um homem que fez tudo com muito amor, pela música, pela poesia cantada, pela manutenção do tradições dessa cultura popular que é ali no terreiro, no chão, na rua e dessa educação para as crianças. Mestre Damasceno sempre reafirmou que nós precisávamos trazer as crianças e os jovens para esse lugar do amor para a cultura popular. O que controla um pouco o coração da gente, porque o momento de partida é sempre muito doloroso, é que muitas homenagens poderão ser feitas por Mestre. Nesses seus últimos momentos de vida compôs um samba em homenagem ao Pará, que brilhou na Sapucaí, recebeu das mãos do presidente Lula essa medalha de comendador da cultura brasileira, um homem que foi muito importante e homenageado, nas escolas de samba aqui da nossa Belém, recebeu essa homenagem recentemente da nossa feira Panamazônica do livro das Multivozes”, pontua Ursula Vidal.

Reconhecimento

O produtor Guto Nunes, que trabalhava junto com o artista e quem conheceu Damasceno desde sempre, em suas palavras, também destaca a grandiosidade que o ícone do Marajó representa. “Conheci Mestre Damasceno ainda criança, no colo do meu pai, que me levava aos quintais de Salvaterra para assistir às toadas e ao teatro popular que ele fazia. Ao longo da vida, cada um trilha seu próprio caminho, o meu foi pelas artes. E, Em 2005, reencontrei Mestre Damasceno e iniciamos um trabalho que nos rendeu um primeiro prêmio e reconhecimento da Secretaria da Identidade e Diversidade Cultural, do Ministério da Cultura”, relata.

“Aquele foi o primeiro passo para ele ver e reconhecer o valor de sua obra, como eu sempre lhe dizia: ‘Mestre, seu saber é sua ferramenta. A cultura é um trabalho que merece ser reconhecido e valorizado’. E assim foi. Ele foi uma das poucas pessoas que conseguiu, em vida, desfrutar de todas as honrarias e prêmios. Vou sempre me lembrar do sorriso largo, do astral positivo e da energia boa que ele tinha. Além disso, da sua dedicação em cuidar das crianças e repassar seu conhecimento, realmente, fica como legado”, acrescenta Guto.

Sepultamento

Após o velório em Belém, o corpo será levado para Salvaterra, sua cidade natal. Na cidade do Marajó, o corpo do mestre também será velado a partir das 12h de quarta-feira (27), na Câmara Municipal de Salvaterra, na PA-154, Terceira Rua. O sepultamento será na manhã de quinta-feira (28), no Cemitério Municipal São Pedro, em Salvaterra.

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