Em Belém, 'Ato das Mulheres' pede por mais direitos e fim do feminicídio
Os participantes se concentraram na Praça da República e seguiram até São Brás, na tarde desta terça-feira

Trabalhadoras do campo e da área urbana, estudantes, sindicalistas e servidoras públicas, entre outras categorias, participaram do 8 de Março Belém, movimento organizado pela frente feminista Pará, nesta terça-feira (8), dia em que se celebra a data mundial referente à mulher.
A manifestação começou por volta das 17h, com a concentração de coletivos, grupos e movimentos sociais feministas e marxistas, na Praça da República, e se encerrou na frente do Mercado de São Brás, às 20h, após um longo itinerário feito a pé e sob chuva, da Praça da República até São Brás.
"Hoje não é um dia de festa. É um dia de luta, de lembrar a memória das mulheres que tombaram para que a gente pudesse estar aqui. Inclusive por muito tempo as mulheres nem podiam ir às ruas, sozinhas", disse Welita Macedo, do Movimento Nacional Quilombo, Raça e Classe Pará.
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SOB CHUVA
A chuva forte que caiu já perto das 19h30 atrapalhou a continuidade do ato público. "Estamos aqui reafirmando a nossa luta, eu gosto de receber flores, mas eu gosto de vir para a rua dizer que vamos continuar lutando até a gente melhorar cada vez mais a nossa condição de vida por ser mulher", frisou Domingas de Paula Martins Caldas, do Grupo de Mulheres Brasileiras (GMB), que é servidora da secretaria de economia do município de Belém.
"Sou mãe, tenho dois filhos, quero um mundo melhor para eles e o que me motiva estar aqui é a urgência de lutar contra uma sociedade machista e cheia de preconceitos, que foram construídos historicamente, não são naturais, portanto, podem e devem ser transformados", disse Welita Macedo.
Da Praça da República ao Mercado de São Brás, grupos de mulheres, do alto de um trio elétrico, se revezavam em falas sobre os direitos a tratamento igualitário entre gêneros, e pelo fim da violência contra as mulheres e pelo fim do preconceito contra etnias e credos.
PELO FIM DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
A coordenadora do Movimento Articulado de Mulheres da Amazônia, Antônia Salgado, ressaltou a importância de se combater a violência contra a mulher. “O motivo que também nos traz aqui é denunciar os casos de feminicídio. Muitas mulheres estão morrendo, de forma cruel. É um índice alto em todo o Brasil e nós não podemos mais aceitar isso”, defendeu.
“O nosso ato inclui a insistência e persistência em continuar nas ruas para derrubar quem nos exclui, para acrescentar mais direitos, para que a nossa voz seja respeitada não somente aqui na nossa cidade. Mas que daqui ela entoe na Alepa, na Câmara Municipal, na Câmara Federal e no Senado, onde os nossos direitos são excluídos por grupos que nos excluem da participação política”, refletiu Cíntia Monteiro, do Movimento de Mulheres do Tapanã.
Participaram da manifestação representantes do Fórum de Mulheres da Amazônia, a Resistência Feminista, o Movimento Mulheres em Luta, Juntas, o Movimento Nacional Quilombo, Raça e Classe, Mulheres da CST, e militantes do PT, PSol, PCdoB, PSTU, e ainda União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Juventude Socialista (JS), entre outros grupos.
Agentes da Guarda Municipal de Belém (GMB), da Polícia Militar do Pará e da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) fizeram a segurança do ato e ajudaram a organizar o trânsito.
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