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Temendo doença, dona de restaurante tira peixe do cardápio: 'Não vou arriscar'

Após anúncio de caso suspeito da doença da 'urina preta' em Santarém e na capital paraense, cozinheira optou por remover um de seus pratos de mais saída

O Liberal
image Peixe frito (Fernando Nobre)

Em Belém e no Pará o peixe é um alimento praticamente "indispensável". Seja ele acompanhado de uma tigela de açaí ou pela combinação clássica de arroz e vinagrete, poucos são os paraenses que não apreciam a proteína. Mas, com a crescente alta de infectados pela doença de Haff, conhecida popularmente como doença da "urina preta", o grande consumo de peixe no Pará vem gerando preocupação para aqueles que têm o pescado como o maior lucro em seus estabelecimentos.

A proprietária de um restaurante no bairro do Marco, em Belém, e que tem o peixe como carro-chefe em seu restaurante, relatou que retirou, pela primeira vez, a proteína de seu cardápio. Segundo ela, essa é uma forma de evitar que seus clientes sejam vítimas da doença. "Agora, surgiu essa doença, e sim, eu tenho medo de prejudicar meus clientes. Não penso só em mim, penso nas pessoas", lamentou Ana Menezes, de 53 anos.

image Ana Menezes (Tarso Sarraf/O Liberal)

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Ana trabalha há 35 anos como cozinheira e há quatro decidiu abrir seu próprio estabelecimento. Segundo ela, metade dos clientes diários recorrem ao seu estabelecimento para comer seu “delicioso peixe”. Por isso, como uma forma de não sofrer muito com o impacto financeiro, ela optou por colocar outras opções no cardápio do dia.

“Eles dizem que é só o peixe da água doce, então eu coloquei a pescada gó e a pescadinha branca, eu tenho por opção e o cliente vê se vai querer ou não". A dourada, peixe que ela mais vendia no estabelecimento, foi retirada totalmente. “Eu tirei e vou tirar até dizerem que não tem mais perigo nenhum, só volto quando tudo tiver normalizado, jamais quero prejudicar meus clientes”, ressaltou. VEJA:

Crise na pandemia

A cozinheira conta também que já vem sofrendo uma baixa no fluxo de clientes por conta da pandemia e teme que a retirada do seu prato principal afete ainda mais seu restaurante, mas que tem opções diferentes. “Eu tenho outros pratos deliciosos para oferecer, mas vou ter que inventar alguma coisa: botar o pirarucu para que eles não sintam tanta falta do peixe", disse. 

A doença da urina preta é ocasionada por toxinas encontradas em peixes como tambaqui e pacu ou crustáceos como camarão e lagosta. Os principais sintomas são dores e rigidez no sistema muscular, no tórax e nos rins, além da dificuldade para andar, fraqueza nas pernas e a urina marrom/avermelhada. Os sinais surgem cerca de 2h e 24h após o consumo do animal infectado. Se não tratada, pode levar o indivíduo à morte. 

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No Pará, a Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) investiga dois casos da doença, um em Belém e outro em Santarém, onde o suspeito acabou morrendo. Especialistas ainda não sabem ao certo como os animais são infectados, mas acreditam que o mau condicionamento esteja ligado diretamente ao fato.

Texto: Paula Figueiredo, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Heloá Canali

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