CONTINUE EM OLIBERAL.COM
X

Santarém não vai proibir comércio de peixes produzidos no município após caso de urina preta

Autoridades sanitárias estão fazendo orientações para quem comercializa o pescado e dando informações preventivas

Dilson Pimentel

A Prefeitura de Santarém não vai proibir a comercialização dos peixes pirapitinga, pacu e tambaqui, os que são produzidos no município, por causa da Síndrome de Haff, doença conhecida como “urina preta”. Mas vai avaliar a possibilidade de proibir a importação desses pescados produzidos no Amazonas, onde há vários casos confirmados da doença. Essas informações foram dadas, na manhã desta quinta-feira (8), à imprensa, por representantes da Prefeitura de Santarém. Um homem morreu em Santarém com suspeita da doença.

A Prefeitura vai divulgar uma nota técnica sobre o assunto. A estratégia da prefeitura é de um estado de alerta e não de pânico. Por isso, vai trabalhar muito a prevenção e a informação, intensificando as ações da vigilância sanitária. Diretor técnico do Hospital Municipal de Santarém, Vinicius Savino disse que os sintomas mais específicos dessa doença são dores musculares, principalmente em membros inferiores, abdômen e tórax, “podendo cursar com dor na região cervical, associada a cefaleia, que é dor de cabeça, e astenia, que é aquela moleza no corpo, aquela murrinha. Isso pode acontecer de duas horas a 24 horas após o consumo de alguns tipos de pescado. Os principais pescados que foram mostrados como veiculadores da toxina são pacu, o tambaqui e a pirapitinga”, disse.

“Se você ingerir esses pescados, e duas horas a um dia depois de consumir, apresentar esses sintomas, deve procurar a unidade básica de saúde, especialmente o pronto socorro. E observar se a sua urina mudou de coloração. Se ela mudou, é grande chance de ser um caso suspeito de Síndrome de Haff”, explicou. Outras doenças, com sintomas semelhantes, e que também podem causar o escurecimento da urina, são leptospirose, dengue, hepatite e Chikungunya.

Consumidor deve verificar aparência do pescado

A prefeitura recomenda que o consumidor verifique a aparência desse pescado. Se estiver com aparência duvidosa, a pessoa não deve comprar o produto e deve formalizar, à Vigilância Sanitária, uma denúncia, para que uma equipe vá até o local. Também deve ficar muito atento à forma de acondicionamento desse pescado. Ele tem que estar a todo momento resfriado. “Se você comprar esse pescado, leve imediatamente para casa, para botar no congelador, para botar na geladeira, para não deixar muito tempo fora do resfriamento”, afirmou.

Quando o peixe morre, ele tem que ser imediatamente resfriado, para poder inibir essa toxina. Não pode ficar no tempo, não pode ficar em cima de tablado. “As equipes que já estão em campo fiscalizando estão passando essa informação correta sobre o modo de acondicionamento. A gente sempre realizou ações nesse sentido na feira de pescado e agora, mais do que nunca, com essa alerta, a gente está intensificando e orientando quem comercializa esses produtos da mesma forma mais correta para acondicionar o pescado”, acrescentou o diretor.

Os representantes da prefeitura também vão se reunir com a classe que comercializa o pescado, junto com a Secretaria Municipal de Agricultura e a Colônia de Pescadores. Também haverá reunião nas feiras e mercados, que trabalham na comercialização o pescado, reforçando a importância do acondicionamento correto, desde a pesca, passando pelo transporte até a comercialização nos mercados, enfatizando a  importância da refrigeração desse peixe, que deve ser acondicionado no gelo, para evitar que produza essa toxina e venha a adoecer as pessoas.

Também é importante tirar as vísceras desse peixe, porque isso favorece a produção dessa toxina. Ainda na coletiva, foi explicado que essa doença não é transmissível, não é uma doença infectocontagiosa, diferente da covid-19. É uma doença de intoxicação, uma toxina. É um processo semelhante ao de consumir, por exemplo, uma maionese estragada, que, nesse caso, causa uma intoxicação alimentar. Geralmente, no caso da “urina preta”, a toxina se deve a problemas no acondicionamento. O caminho, portanto, não é proibir o consumo ou a comercialização do peixe. É trabalhar para que 100% esse peixe possa ser bem acondicionado, afirmou, ainda, a prefeitura.

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Pará
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

RELACIONADAS EM PARÁ

MAIS LIDAS EM PARÁ