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‘Registro de ataques de tubarões que levam a morte é menor do que por cães', diz bióloga paraense

A estimativa usada pela bióloga Juliana Ávila é mundial. Mas, ao regionalizar, é possível afirmar que apesar de ter registradas aparições na costa do Pará, quase não há registro de ataques de tubarões no litoral paraense

Amanda Martins

Encontrar tubarões pode ser considerado comum na região costeira do Pará, especialmente em áreas com águas mais salgadas ou em zonas pesqueiras bem distantes das praias e banhistas, como nas proximidades do município de Bragança, da Ilha de Algodoal e de Salinópolis. Apesar disso, a bióloga doutora em Ecologia Aquática e Pesca, Juliana Ávila, afirmou que quase não há registros de ataques por tubarões no litoral paraense. A última aparição da espécime foi em maio de 2022, quando pescadores encontraram um Cação Sucuri já morto em São João de Pirabas, nordeste do Estado.

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A profissional explica que incidência do animal na região costeira do Pará pode ser explicada porque tubarões são espécies de peixes que apresentam uma ampla distribuição geográfica e estão presentes em diversos territórios marítimos e estuarinos - locais onde a água doce de um rio se mistura à água salgada do oceano.

“A maioria das espécies avistadas, podemos dizer assim, são 'acidentes de percurso' desses animais, como também acontece com baleias que são avistadas em regiões praianas. Acabam pegando uma corrente que os traz mais para próximos do litoral e ficam presos em redes de pesca ou currais”, explicou Juliana, acrescentando que a costa Amazônica também é bastante rica em recursos e microambientes usados para alimentação e reprodução de algumas espécies de tubarões

A bióloga contou que alguns moradores mais antigos da vila de pescadores de Ajuruteua (PA) relataram que, anos atrás, era comum ver tubarões de pequeno porte nos canais da maré em busca de alimento. “Hoje em dia, devido à sobrepesca na região, é um evento quase inexistente”, lamentou Juliana. 

Tubarões apresentam risco aos seres humanos?

Diferente do que popularmente se imagina, os tubarões não apresentam risco diretos aos seres humanos, que nem sequer estão na lista de presas desses animais aquáticos. Os ataques podem ocorrer porque o predador confunde a presa, tentando se defender ao se sentir ameaçado.

“Contrariando essa teoria, estudos recentes têm comprovado que essa equivalência funcional tende a ser rara. Os tubarões podem se alimentar de peixes, tartarugas, polvos, lulas, pequenos crustáceos como camarões e caranguejos”, informou Juliana acrescentando que irá depender de cada espécie. 

A bióloga explicou ainda que crenças populares, e principalmente a indústria cinematográfica, ajudaram a estigmatizá-los como altamente perigosos e uma ameaça à vida das pessoas.   

Em média são registradas menos de dez mortes por ataque de tubarão por ano em todo o mundo, enquanto que ataques por cães registram 25 mil mortes por ano”,  acrescentou.

Tubarões são importantes para o ecossistema marítimo

Os tubarões desempenham papéis muito relevantes no ecossistema por meio de um “efeito de controle populacional” de outras espécies, o que, segundo a bióloga, é nomeado como “top-down”, crucial para a manutenção do equilíbrio dinâmico marinho. 

“O declínio nas populações de tubarões ao redor do mundo poderia iniciar uma cascata de eventos adversos que poderiam afetar a estrutura geral da comunidade marinha, impactando até mesmo na dinâmica pesqueira das diferentes regiões”, apontou Juliana.

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