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Sementes da Amazônia estão em alta no mercado e movimentam economia criativa

A busca pelos insumos da Amazônia como buriti, açaí e tucumã está em alta expansão, o que vem abrindo portas e trazendo bons ventos aos negócios do setor paraense, que conta com cada vez mais iniciativas. Empreendedores estão motivados.

Igor Wilson
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São dezenas de caldeiras em plena ebulição. Por cada canto da fábrica, cheiros. Andiroba, buriti, patauá, cupuaçu e açaí são alguns dos mais reconhecíveis. Cada caldeira extrairá, após algumas horas, gorduras ou extratos de matérias-prima naturais do Pará. São sementes, flores e outros frutos que abastecem um mercado considerado prioridade para os próximos anos. 

Os extratos e demais produtos da Amazon Oil, fábrica de Ananindeua, são vendidos principalmente para empresas internacionais ligadas aos cosméticos. A busca pelos insumos da Amazônia como buriti, açaí e tucumã está em alta expansão, o que vem abrindo portas e trazendo bons ventos aos negócios do setor paraense. 

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image Fábrica da Amazon Oil fica em Ananindeua e vende para diversos países do mundo (Divulgação Amazon Oil)

“A Amazon se tornou uma referência no mercado. Mais da metade de nossas produções tem como destino o mercado internacional e o restante o nacional. Exportamos atualmente para países como Canadá, Alemanha, Portugal, Estados Unidos, Inglaterra, Índia, Coréia do Sul e Austrália. São principalmente empresas dos setores de perfumaria e cosméticos que buscam cada vez mais pela nossa Amazônia”, diz Igor Morais, diretor da empresa. 

Os óleos e extratos da fábrica de Ananindeua garante um produto 100% puro e natural, com a extração sendo realizada na prensa a frio e sexo. O método serve para que a ebulição não ultrapasse os 60ºC, o que garante uma qualidade maior ao produto. “Não são adicionados conservantes, aditivos ou qualquer outra substância química, nós trabalhamos com comunidades e disseminamos as práticas sustentáveis para que toda a cadeia garanta isso”, diz Igor. 

“São espécies silvestres que crescem naturalmente e em abundância na floresta amazônica, extraídos de forma sustentável sem o uso de pesticidas e fertilizantes. Sob pedido, oferecemos produtos purificados (destilação molecular) com qualidade alimentar e/ou padrão farmacêutico, bem como desodorizados, extratos de sementes e óleos solúveis em água”, explica. 

ECONOMIA NA PANDEMIA 

image Sementes são processadas e prensadas a frio para garantir qualidade do produto. (Divulgação)

A Amazon Oil está inserida no que hoje é conhecido como setor da economia sustentável, seguindo práticas que garantem que durante o processo de produção não houveram danos à floresta, mas sim geração de renda aos moradores dessas localidades. A empresa trabalha com uma série de comunidades, localizadas em todas as regiões do Pará. No início, há cerca de 15 anos, foi um pouco difícil convencer as pessoas que a partir de algo como uma semente tão abundante, poderia ser gerado trabalho e dinheiro.  

Nossa empresa tem certificação orgânica e estamos em processo de certificação de muitas dessas comuidades que fornecem para Amazon. Queremos que essas práticas sustentáveis nas comunidades sejam certificadas, o que é mais uma garantia de um processo honesto”, diz Igor. 

Durante a pandemia, um outro desafio surgiu. Produtores e fabricantes de diversos produtos ficaram com dificuldades em comprar matéria-prima. As restrições impostas pelo isolamento social causaram o atraso na chegada de insumos convencionais, o que fez com que diversos produtores procurassem conhecer trabalhos como os da Amazon Oil. 

“Ficamos muito felizes agora nesse período de pandemia, pois conseguimos ajudar vários pequenos produtores e fabricantes de produtos como sabão, por exemplo, que começaram a comprar óleos e produtos aqui da Amazônia e desenvolver os negócios, até melhorando. Ou seja, passaram a conhecer e usar produtos aqui da nossa região, aumentando a qualidade do produto e o colocando numa vitrine que trabalha pela sustentabilidade. Isso nos deixa felizes, o crescimento é muito grande e ainda bem, o mercado e a floresta agradecem”, diz Igor. 

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