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Governo do Pará planeja ampliar Distrito Industrial de Ananindeua

O pólo industrial emprega atualmente mais de 18 mil trabalhadores na Região Metropolitana de Belém

Daleth Oliveira / Ananindeua em Revista

 

O Distrito Industrial de Ananindeua é um dos cinco pólos industriais do Pará, localizado a 8 KM de Belém, com 59 empresas distribuídas em uma área de mais de 474 hectares. Com o empreendimento criado pelo Governo do Estado em 1980, a cidade vizinha da capital paraense tem o 4º maior PIB do Pará (2014/IBGE), ficando atrás apenas de Marabá, Parauapebas e Belém. A expectativa, com a ampliação, é de que sejam gerados, em Ananindeua, cerca de 500 novos empregos diretos e indiretos.

Segundo o presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico do Pará (Codec), Lutfala Bitar, o pólo, que já emprega mais de 18 mil trabalhadores, deve ser ampliado e atrair mais emprego e renda para a cidade. ”Por determinação do governador Helder Barbalho, a Codec tem como plano melhorar a infraestrutura do Distrito, tanto em relação à pavimentação asfáltica quanto às obras de urbanização. Além disso, promoverá a abertura de novas vias internas e ampliará a oferta de áreas econômicas incentivadas, por meio da retomada de áreas inativas, a fim de oferecer um leque maior de opções de áreas aos investidores”, informa.

image Lutffala Bittar (Divulgação)

Além dos futuros investimentos, Lutfala cita a parceria com a Prefeitura de Ananindeua como essencial para viabilizar o crescimento da economia local. “A Companhia também está buscando estabelecer gestão compartilhada do Distrito, de forma integrada e sistêmica com a prefeitura da cidade, tudo para melhorar o ambiente de negócios e atrair maiores investimentos para a região”, explica.

Investimentos somam mais de R$ 220 milhões

De acordo com dados da Codec, apesar da crise econômica do país, os investimentos no distrito entre 2019 e 2021 somam mais de R$ 220 milhões, sendo o principal deles a instalação de uma fábrica especializada na produção de cimento em uma área que corresponde a aproximadamente 30 campos de futebol. Os demais investimentos são de produção de artefatos de madeira (R$1,7 milhão), construção civil (R$11 milhões) e energia solar (R$8 milhões).

Atualmente, o perfil dos empreendimentos que compõem é, majoritariamente, de empresas que atuam na transformação de bens e produtos (49%), seguidas por empresas de produtos madeireiros (22%), construção civil (17%), energia e serviços (12%). Vale lembrar que o polo não se resume a um complexo industrial, mas sim em toda uma comunidade que ao longo dos anos foi ocupando a área ao redor das empresas, passando a ser considerado, também, um bairro da cidade.

Recentemente, foi aprovada a ampliação do projeto de instalação de uma fábrica de cimento. A Codec e a Polimix Concreto, empresa que está em implantação no Distrito Industrial de Ananindeua, assinaram a escritura de compra e venda de uma área de 67,9 mil m² para a expansão. Com a expansão, a empresa, que será especializada na fabricação de cimentos portland, ocupará uma área total de mais de 23 hectares.

A projeção é de que pelo menos 440 empregos diretos e indiretos sejam gerados. Com a aquisição dessa nova área, a Polimix poderá instalar uma segunda linha de produção, ampliando a capacidade de 500 mil para 1 milhão de toneladas de cimento por ano. O início das operações está previsto para o segundo semestre de 2022. 

Distrito nasceu ainda na década de 70

Foi na década de 70 que governos estaduais e nacionais passaram a entender a importância dos Distritos Industriais (DI). Segundo o estudo do economista Francisco Sérgio Silva Araújo, o fenômeno da criação dos DI ocorrido na região da Terceira Itália nos anos de 50 e 60 foi um espelho para o mundo. Localizada no nordeste da península, que era tradicionalmente pobre, a região se transformou em uma das mais prósperas da Europa em virtude das redes industriais de pequenas e médias empresas que se aglomeraram naquele território, promovendo o desenvolvimento socioeconômico local naquela região.

“Ainda hoje, os Distritos Industriais são vistos com grande importância pelos governos, sendo alvo de suas políticas econômicas com vistas a proporcionar consideráveis avanços nas atividades econômicas e sociais”, afirma o cientista em um artigo apresentado no VII Congresso de Pesquisa e Inovação da Rede Norte Nordeste de Educação Tecnológica em 2012.

Pensando nesse avanço, o projeto do Distrito Industrial de Ananindeua foi criado em 1979 pelo Decreto nº 11096 de 31/01/1979 do Governo do Estado do Pará. “Porém, até sua implantação, o município de Ananindeua mostrou-se bastante vulnerável economicamente em se tratando do setor industrial. O município de Ananindeua apresentava, no período de 1950 a 1976, os piores desempenhos quantitativos industriais, comparando-se com as demais áreas pertencentes às Zonas Periféricas Próximas, no tocante ao porte das indústrias instaladas em seu território.

Vantagens competitivas no mercado

"Segundo a PLANAVE (1975), de 1950 a 1976 não houve nenhum empreendimento de grande porte no município de Ananindeua e somente um de médio e um de pequeno porte”, aponta o pesquisador. Isso mudou ao longo dos anos. Hoje, só no polo, são 59 empresas instaladas.

Para o presidente da Codec, isso ocorre porque desde a época da sua criação até hoje, o DI possui uma série de vantagens competitivas para atender às demandas de consumo da Região Metropolitana de Belém, dispondo de proximidade com aeroporto, portos e com a principal via rodoviária de escoamento da capital para o interior (BR-316).

Entretanto, ele reconhece a necessidade de melhorias. “O Distrito necessita de profundas melhorias estruturantes que certamente vão incrementar a sua competitividade e atrair mais negócios, principalmente com a abertura de outro acesso rodoviário ao polo, para a BR-316 e Alça Viária, dentre outras de infraestrutura urbana local”, finalizou.

Necessidade de investimento na infraestrutura

O presidente do Sistema FIEPA, José Conrado Santos, considera que os Distritos Industriais são importantes para atração de novos investimentos industriais, gerando mais emprego, renda e tributos, que podem ser revertidos para a sociedade. Para ele, a localização do DI em questão é uma vantagem para continuar atraindo novos empreendimentos. “O Distrito de Ananindeua, assim como o de Icoaraci, está localizado na Região Metropolitana de Belém, o que é uma vantagem tanto pela questão da disponibilidade de mão de obra quanto de insumos e outros serviços relacionados à produção industrial”, afirma.

image José Conrado (Ascom / Fiepa)

Entretanto, reconhecendo a necessidade de melhorias para alavancar a atratividade do local, José Conrado Santos sugeriu algumas ações para atrair o empresariado. “Uma sugestão do Sistema Indústria para atrair ainda mais esses investimentos é a adequação desses espaços com áreas de galpões prontos, entre 800 a 1.000 m2, por conta da característica industrial do Pará, marcada por empresas de pequeno e médio porte. Com mais médias e pequenas indústrias trabalhando em um mesmo espaço, outra vantagem seria aliviar mais as áreas urbanas dos municípios da RMB, além do que essas empresas complementariam a necessidade de produtos da outra – elas tendem a procurar na empresa vizinha um insumo importante para a sua produção”, disse o presidente da Federação.

Finalizando, José Conrado sugeriu a cabotagem do Porto de Belém, que, segundo ele, facilitaria a entrada de insumos nacionais para essas indústrias e poderiam sair produtos para abastecer o próprio mercado nacional.



 

 

 

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