Silas Malafaia critica uso da bandeira dos EUA em ato pró-Bolsonaro: '100% contra'
Pastor diz que ficou indignado com símbolo estrangeiro no 7 de setembro

O ato pró-Bolsonaro realizado na Avenida Paulista, em São Paulo, no último domingo (7/9), continuou repercutindo após a exibição de uma bandeira dos Estados Unidos durante a manifestação. A presença do símbolo norte-americano incomodou o pastor Silas Malafaia, organizador do evento, que declarou ser “100% contra” o uso da bandeira em uma data patriótica brasileira.
Em contrapartida, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) saiu em defesa da bandeira e publicou mensagens de agradecimento ao ex-presidente norte-americano Donald Trump.
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Em entrevista à coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, Silas Malafaia demonstrou desconforto com a imagem da bandeira dos EUA no ato que ele coordenou. “A minha vontade era pedir para arrancar [a bandeira]. Esse pessoal não tem noção nenhuma”, disse Malafaia. “Eu sou contra bandeira americana na nossa manifestação. Sou 100% contra.”
Ele ainda sugeriu que o uso da bandeira pode ter sido uma armação da esquerda para desmoralizar o evento: “Quem é que vai me dizer que não foi a turma da esquerda que estava ali e estendeu [a bandeira dos EUA]? Que não foi a própria esquerda que plantou isso para tentar desmoralizar o nosso evento, que era patriota, de 7 de setembro? Foi muita coincidência esse negócio.”
Na contramão de Malafaia, o deputado Eduardo Bolsonaro fez publicações defendendo o uso da bandeira americana na Paulista. “As ditaduras geralmente são derrubadas de fora para dentro, porque dentro delas os tiranos censuram qualquer ferramenta que possa fazê-los perder o poder”, afirmou o parlamentar.
“Muito obrigado, presidente Donald J. Trump, por trabalhar para consertar a bagunça deixada por seu antecedente”, concluiu.
Eduardo também atacou a imprensa tradicional, chamando os veículos de comunicação de “prostitutas da mídia” e elogiou o que chamou de “povo educado” que reconhece quem está ao lado da liberdade.
A polêmica acontece em um momento delicado para o ex-presidente Jair Bolsonaro, que é julgado no STF por suspeita de envolvimento em plano golpista. A exibição da bandeira americana foi interpretada por parte da militância como um sinal de apoio às sanções adotadas por Donald Trump contra o Brasil, incluindo a Lei Magnitsky e o cancelamento de vistos de autoridades brasileiras.
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