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Manifestantes pró-Bolsonaro ocupam quarteirões da Paulista e pressionam Congresso a votar anistia

No quarto protesto na capital paulista este ano, eles ostentem o slogan 'Reaja Brasil'

O Liberal
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Na tarde deste domingo (7), feriado comemorativo do Dia da Independência do Brasil, manifestantes que apoiam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ocupam quarteirões da Avenida Paulista, no centro de São Paulo. Esse é o quarto protesto bolsonarista somente este ano na capital paulista e tem como foco a defesa da anistia das pessoas envolvidas nos atos do dia 8 janeiro de 2023.. 

Os manifestantes ostentam o slogan “Reaja Brasil”. Essa é a primeira manifestação desde a decretação da prisão domiciliar de Bolsonaro e marca o protagonismo do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), na articulação política pela anistia no Congresso Nacional. Tarcísio e Michelle Bolsonaro, cotados para compor uma chapa presidencial, são os mais aguardados na Paulista. 

Verde e amarelo

Muitos manifestantes vestem camisas verdes e amarelas e portam bandeiras do Brasil e de também de outros países, como Estados Unidos e Israel. Faixas e cartazes também atacam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que julgam Bolsonaro e outros sete réus nesta semana por tentativa de golpe de Estado.

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, é o alvo principal dos protestos, como de costume. Moraes atua como o relator dos processos na Corte que envolvem os bolsonaristas. 

Protestos pela anistia também ocorreram pela manhã em outras capitais brasileiras, como Brasília (DF) e Rio de Janeiro (RJ). Grupos de esquerda também realizaram protestos pelo país contra a anistia e em defesa da soberania nacional. (com informações do site Metrópoles).

Pastor Silas Malafaia

O pastor Silas Malafaia que o ato da esquerda neste domingo, 7, foi um "fiasco" em todo o Brasil e que o PT vem com "conversa fiada" porque fala contra a anistia, mas lutou pelo perdão no "passado". Malafaia, que é organizador do protesto neste 7 de Setembro na Paulista, comparou a anistia da ditadura de 1964 com a atual campanha do bolsonarismo pelo perdão. Em São Paulo, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro pedem anistia para os condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

Malafaia disse também que faltou estratégia para a esquerda no ato dos excluídos hoje. "Vai marcar no mesmo dia? Pelo amor de Deus", declarou Malafaia antes do início do evento da direita, sobre a manifestação da esquerda ter sido agendada para a mesma data do protesto do bolsonarismo.

Ele afirmou acreditar que o protesto bolsonarista cumpre o propósito de liberdade e anistia. Malafaia destacou o peso do ato para a articulação da anistia no Congresso. "Isso é forte. O povo é supremo poder, amigo; isso é constitucional", julgou. O pastor disse que os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário se "dobram ao povo". "O povo é o povo, cara. O poder emana do povo, não tem outra", prosseguiu.

Malafaia ainda comparou a atual campanha por anistia com o perdão geral relacionado à ditadura de 1964. "A última anistia compreendeu de 1961 a 79, ok? Foi a última anistia. Para quem foi dada? Guerrilheiros assassinos, assaltantes de banco, sequestradores de embaixador...; queriam dar um golpe de Estado e estabelecer o governo proletário no Brasil. O PT lutou por isso e agora vem com essa conversa fiada?", concluiu.

Cânticos e orações

Pouco antes do início do ato pela anistia na Avenida Paulista, os bolsonaristas entoaram cânticos evangélicos e gritam "Bolsonaro Free". Com cartazes com dizeres "SOS TRUMP/BOLSONARO FREE" e "Eleição sem Bolsonaro é ditadura", os manifestantes pedem anistia irrestrita e impeachment do presidente Lula e do ministro Alexandre de Moraes, ao som de "baile de favela".

Pronunciamentos

A defesa da anistia total aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e ataques ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, marcam, neste 7 de Setembro, os pronunciamentos de manifestantes bolsonaristas pelo país. Em Brasília (DF), houve manifestação na área central, próximo à Torre de TV, a cerca de quatro quilômetros do desfile cívico onde estava Lula e integrantes do governo. Os manifestantes, entre eles políticos, prometeram defender a aprovação de uma 
anistia no Congresso Nacional e o impeachment do ministro Alexandre de Moraes.

Faixas com a frase "Volta, Bolsonaro" foram colocadas no caminhão de som, referentes ao fato de que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) cumpre prisão domiciliar na capital federal. "A anistia não é uma opção, é uma imposição", disse a deputada federal Bia Kicis (PL-DF). O deputado Zé Trovão (PL-SC) destacou: "Quero deixar um recado bem claro para Alexandre de Moraes e para Lula: os dias de vocês estão se acabando, vocês não vão permanecer sendo os corruptos imundos e ditadores que vocês são". Além desses dois parlamentares, participaram da manifestação o deputado Alberto Fraga (PL-DF) e os senadores Izalci Lucas (PL-DF) e Jaime Bagatolli (PL-RO).

Copacabana

Durante ato bolsonaristas em Copacabana, centro do Rio de Janeiro neste domingo (7), a deputada federal Chris Tonietto (PL-RJ) exibiu um áudio atribuído à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro que classifica o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro como uma "grande peça teatral, com enredo de perseguição e ilegalidades". O ato contou com a presença do senador Flávio Bolsonaro, filho 01 do ex-chefe do Executivo. Ela destaca que as condutas e ações dos bolsonaristas não são "contra a soberania". "É para salvar o país da ditadura". O áudio compara o julgamento de Bolsonaro ao "julgamento de Moscou, onde opositores eram torturados para confessarem e desde o início estavam condenados".

Segunda facada

Como externou neste domingo (7), para o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o que o ministro Alexandre de Moraes, do STF, "está fazendo" com seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, é uma "segunda facada, em sua alma". Essa colocação é alusiva ao atentado que o ex-chefe do Executivo sofreu na campanha de 2018.

"Aquilo não é julgamento, é uma farsa, um teatro, todo mundo já sabe o resultado", afirmou o senador em ato bolsonarista em Copacabana, na véspera da semana decisiva do julgamento que pode levar à condenação do ex-presidente. Flávio afirmou que o pai "vai encarar de frente a covardia": "Não vai fugir pulando muro, nem em porta-mala", em referência à prisão domiciliar do pai.

O senador iniciou sua fala durante o ato indicando que os participantes da manifestação deste domingo fizeram um "milagre": "petista vestir camisa verde e amarela, petista falar que defende sua pátria". Ainda de acordo com Flávio, "outro milagre" que os bolsonaristas fariam está ligado à anistia: "Por causa da mobilização que a gente vai aprovar anistia e não vai demorar", reforçando o apelo pela anistia "ampla, geral, irrestrita e imediata"

Na pauta

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), deve pautar "imediatamente" a anistia, como enfatizou neste domingo (7) o deputado Altineu Côrtes (PL-RJ), vice-presidente da Casa. Côrtes afirmou também que Motta "sabe" que há maioria de líderes partidários a favor da medida.

"O presidente Hugo Motta sabe, porque tem conversado com líderes, tem mais de 300 deputados. Tem maioria dos líderes, e a gente tem que pautar anistia imediatamente", declarou Altineu em ato bolsonarista na Praia de Copacabana, no Rio, para defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e com críticas ao Supremo Tribunal Federal.

Altineu afirmou que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), precisa respeitar a maioria dos senadores e pautar o projeto na Casa, após uma eventual aprovação na Câmara. Alcolumbre tem se mostrado resistente à proposta e articula um texto alternativo, com redução de penas e não perdão. "O senador Davi Alcolumbre é presidente do Senado. Está tudo certo, mas ele tem que respeitar a maioria dos senadores", disse Altineu.

'Não houve golpe'

O Partido Liberal (PL) não tem plano B e, por isso, insistirá na candidatura do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para a Presidência da República. Esse foi o pronunciamento, neste domingo (7), do presidente do partido, Valdemar Costa Neto. "Não temos plano B. Nosso plano é Bolsonaro candidato a presidente", disse, em discurso no ato bolsonarista na Avenida Paulista, em São Paulo.

O presidente do PL defendeu o projeto para anistiar os condenados pelo 8 de Janeiro e disse que conta com o apoio de União Brasil, PP e PSD. "Vamos aprovar a anistia. O PP, o União Brasil, PSD estão junto com PL. Temos maioria para aprovar a anistia", falou. Ele alegou que os atos de 8 de janeiro de 2023 não foram julgados pela primeira instância da Justiça. "Então, como nós não temos o direito ao segundo julgamento, nós vamos para a anistia para valer".

Valdemar declarou ainda que o 8 de Janeiro foi uma "baderna generalizada", mas que não pode ser interpretada como golpe de Estado: "Não houve golpe. O que houve em Brasília foi uma baderna generalizada que eles querem transformar em golpe. Somos a favor de punir todos que quebraram, mas acontece que, se fosse golpe, quem ia governar o País?".

Costa Neto defendeu ainda o julgamento de acusações feitas pelo perito Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em audiência pública na Comissão de Segurança Pública do Senado. Na ocasião, Tagliaferro apontou um suposto uso indevido da estrutura do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pelo ministro Alexandre de Moraes, que presidiu a Corte Eleitoral.

Tagliaferro disse que o ministro teria tentado direcionar o levantamento de informações para municiar os inquéritos do Supremo Tribunal Federal sobre o espalhamento de notícias falsas. "Todas as denúncias têm que ser julgadas. Espero que essa seja julgada também", disse Valdemar antes de subir ao trio elétrico para discursar em ato na Paulista.

 

 

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