Anistia Internacional cobra Arthur Lira por providências no caso Marielle Franco

Documento enviado ao presidente da Câmara dos Deputados destaca a falta de progresso nas investigações sobre o assassinato da vereadora

Camila Azevedo
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A Anistia Internacional enviou um documento ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP/AL), cobrando justiça para o caso do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. O Grupo Liberal recebeu uma cópia do material. O caso, envolvendo a vereadora do Rio de Janeiro e seu motorista, ocorreu no dia 14 de março de 2018 e, até então, nenhum acusado de ser mandante do crime foi apontado pelas investigações.

Além disso, a motivação também não é conhecida, embora o autor dos disparos, Ronnie Lessa, e o motorista do carro que o conduzia, Elcio de Queiroz, já estejam presos. A arma que foi usada durante o atentado não foi encontrada. Marielle era socióloga, ativista e política brasileira, filiada ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). Ela tinha ampla luta em defesa das minorias e dos direitos humanos

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No documento, a Anistia Internacional afirma que “cinco anos depois do seu assassinato, as autoridades devem responder as questões do baleamento fatal da defensora dos Direitos Humanos da cidade do Rio de Janeiro e seu motorista, Anderson Gomes”. Segundo a entidade, a falta de resultados sólidos na identificação de quem ordenou o crime, ou o esclarecimento das circunstâncias, demonstram que o crime pode continuar a ser feito.

Brasil precisa demonstrar ação ao mundo, afirma

A Anistia afirma, ainda, que tanto os familiares das vítimas quanto a sociedade têm direito de saber o andamento do processo. “O Brasil precisa dar esse passo adiante e dar um sinal à comunidade global de que não vai tolerar essa ou qualquer outra violência contra pessoas como Marielle, que mobilizou para construir uma sociedade mais justa. Nós sabemos que a investigação tem sido realizada sob sigilo, mas transparência não é a mesma coisa que contar segredos”.

As prisões que ocorreram dos acusados de envolvimento no caso são consideradas importantes avanços pela instituição. Entretanto, outros progressos são cobrados. “Em 2019, a Anistia Internacional e a família de Marielle estiveram reunidos com o governador do estado do Rio de Janeiro, que prometeu fazer progressos e concluir a investigação do assassinado, além de garantir a velocidade, independência e transparência na investigação”.

Porém, ao contrário do esperado, a entidade aponta que o último ano foi caracterizado pelo vazamento de informações, “criando a impressão de que as autoridades estão presas dentro de um labirinto”. “Até então, os autores desse crime não foram condenados e a gente continua não sabendo quem mandou matar ou porque. O último ano foi marcado pela ineficiência e lentidão na investigação, que ainda não acabou. É hora de fazer justiça”, frisa.

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“Sua mãe tem experienciado anos de grande dor e luta. Transformar o luto em luta foi não somente uma forma de continuar viva sem sua filha, mas entender que a luta por justiça pelo seu assassinato é uma forma de honrar sua luta como defensora dos direitos humanos para garantir que nada como a barbarie violência contra ela tenha lugar novamente”, destaca o documento.

Para a Anistia, “amensagem que o estado está mandando para todo o mundo é que alguma vida importam mais que outras e isso pode acontecer de novo porque tem impunidade para os que matam negros, mulheres lgbti de favela”.

Instituição recomenda que presidente da Câmara garanta investigação rápida

A instituição finaliza recomendando que Arthur Lira garanta uma investigação rápida, completa e imparcial sobre o assassinato de Marielle, junto com o devido processo e julgamento dos responsáveis pelo crime. “Ansiosos por receber sua gentil resposta”, finaliza o documento.

Em nota, a presidência da Câmara dos Deputados informou que, até o momento, o documento não não recebido, não sendo possível haver um posicionamento. 

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