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Polícia Federal aponta poluição das águas de Alter do Chão por atividade de garimpo ilegal 

A instituição divulgou laudo evidenciando a formação de sedimentos que turvam as águas de uma das praias mais bonitas do Brasil

Valéria Nascimento
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A turbidez das águas cristalinas do distrito de Alter do Chão, em Santarém, no oeste do Pará, segue sob a análise de instituições de pesquisa e até da Polícia Federal. A PF divulgou um laudo apontando que as atividades de garimpo ilegal no famoso balneário santareno contribuem decisivamente à poluição da bacia tapajônica. As informações são da Folha de São Paulo.

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As áreas de Proteção Ambiental do Tapajós entre o rio Crepori e a terra indígena Munduruku têm sido locais de investigação da PF, que inclusive deflagrou uma operação com foco em garimpos sem licença de operação ambiental.

Pluma de sedimentos

A análise pericial da Polícia Federal mapeou a “pluma de sedimentos” - expressão que designa trechos de cursos d'água em que sedimentos comumente se formam, motivados por fatores naturais e antrópicos - turvando as águas e aponta a origem ainda no estado do Mato Grosso, no final de outubro e início de novembro de 2021.

No entendimento dos técnicos da PF, a citada pluma de sedimentos tem como causa o desmatamento nas margens dos rios Juruena e São Manuel, que deságuam no Tapajós, para plantação de monocultura.

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Sujeira nos rios

A perícia analisou imagens coletadas de julho de 2021 a janeiro de 2022. Elas mostram a evolução dos sedimentos desde os rios no estado do Mato Grosso e o “aumento drástico”, cita o laudo, na quantidade de sujeira ao passar pela região dos rios Crepori e Jamanxim.

“O desmatamento que ocorre nas margens dos rios citados favorece a lixiviação de material arenoso, argiloso e siltoso. Esses elementos são carreados até os corpos hídricos onde os sedimentos mais finos costumam ficar em suspensão por mais tempo percorrendo longas distâncias”, diz a PF.

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A lixiviação pode ser entendida como a extração de constituintes químicos de uma rocha, mineral, solo, depósito sedimentar, entre outros, pela ação de um fluido. Quando ocorrem ações físicas, a terra fica permeável de modo grosseiro, acontecendo o tal fenômeno, que também é chamado de lavagem.

De acordo com a PF, em 25 de novembro do ano passado, a pluma de sedimento já estava em Itaituba, no oeste do Pará. Em seguida, entre 30 de novembro e 2 de dezembro, chegou às águas cristalinas de Alter do Chão.

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“A pluma seguiu descendo o rio e se intensificou drasticamente com o aporte de mais sedimentos advindos, principalmente, dos rios Crepori e Jamanxim, no médio Tapajós”, diz o laudo da PF, que comparou imagens de afluentes do Tapajós onde não há atuação de garimpeiros e concluiu que eles “permanecem com suas águas mais escuras esverdeadas, indicando que não têm sedimentos em suspensão”.

O laudo, embora não tenha analisado a água do rio, alerta também para uso de produtos químicos como mercúrio e o cianeto em garimpos como os da calha do Tapajós.

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