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'A gente está anestesiado', diz morador de vila atingida em incêndio no Telégrafo

Moradores da vila São José sofreram com fumaça tóxica e medo de saqueamentos na madrugada desta segunda-feira (10)

Ana Carolina Matos/ O Liberal
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A madrugada foi longa para os moradores da vila São José, localizada ao lado do "Mercadão das Peças", atingido por um incêndio desde a noite deste domingo (9), no bairro do Telégrafo, em Belém. Por conta do calor intenso do incêndio, várias casas tiveram algum comprometimento na estrutura, como rachaduras, por exemplo. Além disso, a fumaça tóxica causada pela queima de materiais voláteis na loja de autopeças também causou problemas como falta de ar e ardência nos olhos da vizinhança. 

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Combate ao incêndio na loja de autopeças que fica no bairro do Telégrafo, começou às 21h deste domingo

Um dos moradores do local que teve a casa mais atingida, Éderson Souza, de 38 anos, conta que todos os moradores estão mobilizados e em alerta desde a noite anterior. "Na realidade foi um Deus nos acuda. Uma noite atípica. A gente começou a se virar como pode, tirar as coisas mais importantes, avisar as pessoas... Na realidade, o que era mais importante era a vida das pessoas, né? Daí só orientamos os Bombeiros lá em casa a se direcionar para tentar apagar o fogo de maneira mais rápida", explica.

Segundo o morador, não só o medo das chamas manteve todos acordados, mas também a preocupação com saqueamentos. "A gente está amanhecido. Eu e meu pai. Tentaram roubar, invadir a vila para roubar alguma coisa", conta.

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Fogo começou na noite deste domingo (9), no estabelecimento localizado na avenida Senador Lemos. Não há feridos, segundo o Corpo de Bombeiros

Noite foi de angústia para os moradores

Pai de Éderson, Flavio Souza, de 84 anos, também acompanhava a movimentação desde o início da noite anterior. "A minha preocupação maior era com as pessoas. Aqui tem um bocado de pessoas idosas, doentes inclusive e amigas da gente. Então a preocupação era essa de ocorrer alguma coisa e piorar o estado delas. O prejuízo material a gente dá um jeito, o negócio é a vida. E graças a Deus que, pelo menos até agora, ninguém perdeu as suas casa", conta.

Quem também ficou acordado a noite toda foi Arnaldo Furtado, de 62 anos, que cresceu na vila. A residência dele não foi tão afetada pelo incêndio. Entretanto, a filha de Arnaldo foi uma das pessoas que teve a residência mais atingida. "A casa dela está toda rachada. É perda total. Do alicerce até o teto, está toda ressecada. Fica encostada no Mercadão. O pessoal da Defesa Civil já condenou, mas disseram que vão fazer o laudo que sai com 30 dias", detalha.

A fumaça, que invadiu a casa de várias pessoas, também foi mais um dos problemas causados pelo incêndio.  "A fumaça invadiu tudo isso aqui. Deu dor de cabeça, teve uma senhora que desmaiou aqui. Foi muito forte, uma fuligem forte porque vende tinta, tíner. É uma fumaça muito tóxica. Ainda estou meio anestesiado. A gente está sem dormir. Como dorme com um fogo desses? Tá todo mundo aqui sem dormir. A gente ainda está meio anestesiado, porque ninguém espera um incêndio dessa magnitude", lamenta.

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