Unidades de Saúde Fluviais levam atendimento médico às comunidades ribeirinhas de Santarém

Em 2022, essas embarcações realizaram 15 viagens e, ao longo dessas expedições foram realizados 109.357 procedimentos de saúde

Ândria Almeida
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O atendimento à saúde nas regiões ribeirinhas do município de Santarém tem contado com atendimento realizado nas Unidades Básicas de Saúde Fluviais (UBSFs) Abaré I, Abaré II e Ailton Barros. Em 2022, essas embarcações realizaram 15 viagens e, ao longo dessas expedições, foram realizados 109.357 procedimentos de saúde. As ações fazem parte de uma força tarefa de órgãos públicos e sem fins lucrativos para que as famílias recebam assistência necessária.

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No ano de 2022, as Unidades Básicas de Saúde Fluviais (UBSFs) Abaré I, Abaré II e Ailton Barros foram fundamentais para garantir o acesso à saúde nas regiões ribeirinhas de Santarém. Segundo dados divulgados pela Semsa, o Abaré I realizou 8 viagens, onde somou o número de 34.415 serviços, já o Abaré II realizou 3 viagens e 25.583 procedimentos e o Ailton Barros realizou 4 viagens com 49.359 procedimentos; totalizando 109.357 procedimentos de saúde realizados pelas UBSFs. No entanto, Os órgãos envolvidos esclarecem que uma pessoa pode precisar de mais de um procedimento e cada um dos realizados entram nesta contagem.

Esse planejamento de ação é estabelecido pela Atenção Primária à Saúde (APS) e pela Assessoria de Rios, sendo coordenadas pela Prefeitura de Santarém, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), em parceria com a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), e as ONGs.

A moradora da comunidade Maripá, Rafaela Colares, levou a filha para ser atendida no Abaré em uma das expedições. Ela relata a importância da jornada para a saúde bucal das crianças. “Eu estou sempre informada das ações que são realizadas na comunidade. Quando soube que iria ter a jornada já me programei para trazer minha filha que estava com dor de dente. É muito bom quando ocorrem essas ações, pois a gente recebe os serviços sem precisar ir na cidade e gastar com transporte e alimentação. Sempre somos bem atendidos pelos profissionais do Abaré”, agradeceu.

Serviços realizados

Entre os serviços prestados, destacam-se a dispensação de medicamentos, consultas médicas, odontológicas, atendimentos ambulatoriais, vacinação de rotina e outros. A portaria do Ministério da Saúde estabelece que as expedições ocorram a cada 60 dias e tenham uma duração média de 10 a 15 dias, garantindo assim, a regularidade e a continuidade dos atendimentos.

Essa iniciativa tem como objetivo garantir o acesso à saúde para as comunidades ribeirinhas que muitas vezes enfrentam dificuldades de acesso aos serviços de saúde devido às condições geográficas e aos meios de transporte precários.

Fluxo de atendimentos das UBSFs

 A unidade fluvial Abaré I é gerenciada através de uma parceria entre a Semsa e a Ufopa, atua na Região do Tapajós, composta por 17 comunidades, com 778 famílias e 2.779 pessoas. Já as unidades Abaré II e Ailton Barros são gerenciadas exclusivamente pela Semsa. O Abaré II atua na assistência à saúde na Região do Médio e Alto Arapiuns, composta por 38 comunidades, com 1.333 famílias e 5.515 pessoas. A UBSF Ailton Barros atua nas regiões de Urucurituba, composta por 8 comunidades, com 628 famílias e 2.053 pessoas, e Aritapera, composta por 14 comunidades, com 577 famílias e 1.655 pessoas.

"É um grande desafio participar do planejamento das ações das nossas unidades fluviais, pois trabalhamos de acordo com alguns fatores cruciais como as barreiras geográficas e mudanças dos cenários (inverno e verão). Mas graças ao empenho de toda equipe da Semsa conseguimos um ótimo resultado em 2022", relata a assessora de Rios da Semsa, Tângara Sansil.

A parceria entre a Semsa e a Ufopa foi fundamental para o sucesso das expedições, segundo o Administrador da Rede Integrada de Desenvolvimento Humano (RIDH) da Ufopa, José Dirceu Costa. Ele conta que a gestão é compartilhada e trouxe para a saúde ribeirinha um diferencial de especialidades médicas e novos equipamentos para melhor atendimento das comunidades do rio Tapajós. “ Essa parceira com a Universidade trouxe captação de recursos que mantiveram e mantém uma saúde que vai além da atenção primária, como exemplo exames de ultrassonografia, e também foi implantado uma nova forma de gestão das atividades desenvolvida na Unidade Básica de Saúde, a parceria é tão eficiente que o Abaré da Ufopa realizou 8 expedições em 2022. As duas instituições são alinhadas em busca de melhoramentos nos atendimentos às comunidades, posso afirmar que há uma sinergia entre Semsa e a Ufopa em busca da excelência na oferta da saúde em atenção primária nas expedições do Abaré”, enfatizou.

O esforço conjunto também foi destacado pelo Prefeito Nélio Aguiar e pelas ONGs Projeto Saúde e Alegria (PSA) e Zoé, que disponibilizam apoio logístico e profissionais para as expedições. "Levar saúde pública aos ribeirinhos é um grande desafio, pelas peculiaridades da população e da região. Analisar os resultados das expedições de 2022 nos enche de orgulho. Esse número expressivo de procedimentos só foi possível graças ao apoio da gestão municipal, muito bem conduzida pelo nosso prefeito Nélio Aguiar e o apoio dos nossos parceiros. Por isso, agradecemos a ONG Zoé que disponibilizou seus profissionais e à ONG Projeto Saúde e Alegria (PSA) que disponibilizou seus recursos para as expedições e contribuíram para o sucesso das ações", conclui a Secretária Municipal de Saúde de Santarém, Irlaine Figueira.

História das UBSFs

Segundo a Semsa, Santarém foi uma cidade precursora na utilização de embarcações para levar atendimentos de saúde às comunidades ribeirinhas. Em 2006, as primeiras viagens foram coordenadas pela ONG holandesa Terra de Homens, em parceria com a ONG Projeto Saúde e Alegria (PSA), com o uso do Abaré I.

Após análises, o Ministério da Saúde tornou esta estratégia uma política de saúde pública federal em 2010, e as Unidades Básicas de Saúde Fluviais (UBSFs) foram implantadas para atender as peculiaridades da Amazônia Legal e do Pantanal.

O Abaré I foi o primeiro a ser integrado ao Sistema Único de Saúde (SUS) e credenciado como a primeira Unidade Básica de Saúde Fluvial (UBSF) do Brasil, tornando Santarém uma referência nacional. Em 2011, o Abaré II foi adquirido pelo PSA e repassado em comodato para a Prefeitura de Santarém, sendo reformado com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Em 2019, a UBSF Ailton Barros foi inaugurada, mas passou por ajustes técnicos para atender às exigências do Ministério da Saúde. Ambas as unidades foram entregues revitalizadas, equipadas e mobiliadas como parte da programação de aniversário de Santarém, em 2022.

Atualmente, Santarém conta com três UBSFs: o Abaré I, Abaré II e Ailton Barros. Essas unidades são os principais mecanismos para levar atendimentos de saúde às regiões ribeirinhas.

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