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Projeto 'identidade ribeirinha' retrata a cultura da infância e adolescência na Amazônia

Alunos aprendem técnicas de fotografia digital e produção de vídeo , explorando as belezas cotidianas

Larissa Costa
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A identidade cultural da infância e adolescência na Amazônia traduzida pelas lentes de crianças e adolescentes ribeirinhas resume o projeto Identidades Ribeirinhas. São mais de 100 alunos atendidos no contraturno escolar, onde desenvolvem a escrita e aprendem técnicas de fotografia digital e produção de vídeo, explorando as belezas do contexto em que vivem.

image As crianças estão surpreendendo na rampa de aprendizagem, com interesse que aumenta a cada aula, que se revezam entre teóricas e práticas. (Divulgação/ Arquivo do projeto)

O projeto social foi apresentado em 2021 pela Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) ao Conselho Municipal dos Direitos de Crianças e Adolescentes (CMDCA), que aprovou e concorreu ao edital do Itaú Social, captando o valor de R$ 250 mil para a execução do trabalho. O valor investido garantiu a compra dos equipamentos de fotografia, notebooks, computadores, impressoras e outros materiais viabilizando a execução do projeto na Ilha das Onças, uma das maiores ilhas do município, com cerca de mil famílias, segundo dados do Cadúnico.

Em parceria com a Escola Furo do Nazário e o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Arapari, o projeto selecionou as crianças acompanhadas pela política de assistência social, entre 7 a 17 anos de idade que demonstraram interesse pela fotografia, priorizando aquelas com distorção da idade série. “Entre os objetivos está diminuir a evasão, melhorar o desempenho escolar, valorizar a cultura dos ribeirinhos, ampliar o conhecimento deles sobre o que a Amazônia representa para o Brasil e o mundo” explica Francinéa Dias, idealizadora do projeto e atual Secretária Municipal de Assistência Social do município.

image A identidade cultural da infância e adolescência na Amazônia traduzida pelas lentes de crianças e adolescentes ribeirinhas (Divulgação/ Arquivo do Projeto)

As oficinas são dedicadas também à leitura, priorizando o contexto amazônico, além de palestras socioeducativas, envolvendo os pais e responsáveis. “Estamos fortalecendo a identidade ribeirinha, ampliando oportunidades e em breve vamos promover exposições artísticas do projeto”, contou Maria Lúcia Bichara, servidora que Coordena o projeto social na ilha, sobre as exposições com fotos, textos e vídeos produzidos pelos próprios alunos e que serão apresentadas ao público, fortalecendo o protagonismo juvenil dentro das ilhas.

O projeto registra as ilhas, os rios, a vida cotidiana, rica dos costumes próprios da região, buscando fornecer subsídios práticos e teóricos para as crianças e adolescentes se expressarem através da fotografia. “Gosto muito do projeto, eles ensinam coisas novas, sobre comunidades ribeirinhas e todos são muito legais”, resume Fernanda Aires, de 11 anos. Para a Gestora da Escola Municipal Furo do Nazário, Raimunda Cascaes está sendo uma experiência desbravadora: “Os alunos sentem vontade de participar e ver nossos alunos ribeirinhos que nunca tiveram a oportunidade de ter esse tipo de curso vislumbrando novas oportunidades é extraordinário. Enquanto filha da Ilha das Onças e profissional da educação é gratificante!”

image O projeto registra as ilhas, os rios, a vida cotidiana, rica dos costumes próprios da região (Divulgação/ Mikaelly Aires)

Para o Instrutor de Fotografia que além de fotógrafo profissional sempre gostou de lecionar, o trabalho tem sido prazeroso e recompensador: “Pra mim é um prazer enorme estar ensinando, principalmente criança e adolescente. O contato com a arte é uma oportunidade rara e muito grande para as crianças, foi algo que não tive na escola”, afirmou.  Otávio também conta sobre o olhar cultural na composição das imagens: “A fotografia mesmo é criada a partir da vivência de cada um. Então aquele conhecimento que tenho, como fui criado o que dou importância e dou valor, essa é a fotografia que cada um produz. Acaba sendo um ponto interessante porque eles moram na ilha e eles têm um olhar diferente. Eles acabam entregando um olhar diferente pra gente”, explica.

image A identidade cultural da infância e adolescência na Amazônia traduzida pelas lentes de crianças e adolescentes ribeirinhas (Divulgação/ Cyane Caroline)

A adesão ao projeto foi uma grata surpresa para a equipe que envolve além do Instrutor, Assistente Social, Pedagoga e Psicóloga. “A primeira turma lotou, na segunda já vieram mais pessoas, porque um vai falando pra o outro e quem não sabia como era agora está com muita expectativa e as famílias estão colocando os outros filhos”, conta Otávio.

As oficinas de foto e vídeo acontecem três vezes na semana para quatro turmas no total. “A fotografia já era o sonho da minha filha e o projeto é o primeiro passo pra essa realização”, disse Edilene Tavares, mãe de uma das alunas. As crianças estão surpreendendo na rampa de aprendizagem, com interesse que aumenta a cada aula, que se revezam entre teóricas e práticas, com entrevistas aos morados da região das ilhas e produção de roteiro.

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