Molnupiravir: Medicamento contra a covid-19 ainda não está disponível no Brasil
Expectativa do Conselho Regional de Farmácia do Pará é que o medicamento chegue nas próximas semanas

Na última quarta-feira (4), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso emergencial do medicamento molnupiravir, da empresa Merck Sharp & Dohme (MSD), para tratamento da covid-19. O remédio ainda não está disponível no Brasil, mas deve chegar nas próximas semanas. O Conselho Regional de Farmácia do Pará (CRF-PA) diz que apoia o uso de medicamentos que visam controlar a covid-19, mas considera que será importante uma avaliação pós-comercialização, para observar possíveis reações adversas.
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O molnupiravir é um antiviral de uso oral que apresentou resultados benéficos em pacientes adultos com quadros leves e moderados, reduzindo a taxa de hospitalização e mortes. De uso domiciliar, ele age diminuindo as chances do vírus Sars-CoV-2 se multiplicar e se reproduzir no corpo.
De acordo com a Anvisa, o medicamento é indicado para o tratamento da covid-19 em adultos que não requerem oxigênio suplementar, que apresentam risco aumentado de progressão da doença para casos graves e cujas opções alternativas de tratamento, aprovadas ou autorizadas pela Anvisa, não são acessíveis ou clinicamente adequadas.
O medicamento é de uso adulto, com venda sob prescrição médica, e não é recomendado durante a gravidez, amamentação e em mulheres que podem engravidar e que não estão usando contraceptivos eficazes. Isso porque estudos de laboratório em animais mostraram que altas doses de molnupiravir podem afetar o crescimento e o desenvolvimento do feto.
O molnupiravir deve ser utilizado durante os cinco primeiros dias após o aparecimento dos sintomas, de modo a evitar o desenvolvimento de uma versão resistente do vírus. Além disso, deve ser limitado a cinco dias consecutivos.
Tratamento da covid-19
O CRF-PA considera que o Molnupiravir pode ser uma boa alternativa de tratamento para covid-19, mas ressalta a importância do uso sob indicações específicas, uma vez que todos os medicamentos podem apresentar riscos, se administrados de maneira inadequada. “Por isso deve-se monitorar o consumo e utilizar apenas nas indicações específicas, com o acompanhamento de administração e reações adversas, que é realizada pelo farmacêutico”, diz o órgão, em nota.
O Conselho comenta, ainda, que a medicação pode demorar algumas semanas para começar a ser comercializado. “A logística de distribuição até as farmácias demanda certo tempo e, como foi aprovado na quarta-feira (4), deve se apresentar disponível nas próximas semanas. Como se trata de medicamento de custo elevado, em alguns casos a distribuição é realizada com comercialização nacional e transporte via aéreo”.
O Conselho Regional de Medicina também foi acionado para comentar, principalmente, o que muda nos protocolos de cuidados com a covid-19 a partir da chegada do molnupiravir, mas ainda não retornou o contato.
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