Projeto mapeia áreas vulneráveis para doenças associadas ao clima no Pará
Projeto da Fiocruz realizou, nesta segunda-feira (23), uma das etapas do estudo, no campus da UFPA em Cametá

Nesta segunda-feira, 23, o município de Cametá, no nordeste paraense, foi alvo de um mapeamento para identificar áreas vulneráveis ao aumento de doenças associadas às mudanças climáticas, o projeto de pesquisa Harmonize, coordenado, no Brasil, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). No campus da Universidade Federal do Pará (UFPA), no município, pesquisadores se reuniram na primeira oficina "Harmonize: Saúde, Clima e Território".
A mesa de abertura contou com a presença do Secretário de Saúde de Cametá, Vivaldo Junior; da Coordenadora do campus da UFPA, Lucilena Gonzaga; Bárbara Santos, do Departamento de Vigilância em Saúde; e as pesquisadoras Rachel Lowe (coordenadora geral do projeto Harmonize), Claudia Torres Codeço (Fiocruz) e Maria Isabel Escada(INPE), todas do Projeto Harmonize.
A oficina teve como principal objetivo identificar áreas vulneráveis no município de Cametá, utilizando metodologias desenvolvidas pelo projeto Harmonize, que integra pesquisas climáticas, ambientais e de saúde pública. Além disso, o evento também abordou a aplicação de novas tecnologias, como drones e sensores meteorológicos, para monitoramento e prevenção de doenças em áreas afetadas por eventos climáticos extremos.
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A pesquisadora Cláudia Codeço explica que o estudo começou ainda em 2022, já tenho realizado mapeamentos em Mocajuba, antes de Cametá. Ela detalha por que esta região tem sido alvo do estudo:
"Nós sabemos que os dois municípios se encontram num estado de alta sensibilidade ao clima, principalmente decorrente do desmatamento, que está mudando o padrão de chuvas, fazendo o clima ficar mais quente, expondo a população a condições de saúde mais graves do que anteriormente. Estamos fazendo um trabalho de parceria de várias instituições, para mapeamento dessas áreas de mais vulnerabilidade para apoiar políticas públicas".
A partir do mapeamento realizado nesta segunda-feira, os participantes da oficina iniciaram o diálogo para propor soluções para fortalecer a vigilância e resposta a epidemias e problemas ambientais. Os resultados serão divulgados no site da Fiocruz e estará acessível para toda a população. Ainda não há uma data para essa divulgação.
Bárbara Santos, do departamento de vigilância em saúde de Cametá, fala das expectativas de resultado do projeto para a cidade: "A gente vai conseguir criar mapas da área da saúde no nosso município e conseguir filtrar o que os impactos ambientais, mudanças climáticas, desmatamento têm atingido a nossa sociedade e como a gente pode desenvolver ações mais eficazes para combater essas doenças corriqueiras do período seco, como as doenças respiratórias, e do período chuvoso, como a dengue e a leptospirose".
O projeto é um consórcio internacional liderado por instituições brasileiras e internacionais, e reúne pesquisadores de diversas instituições no Brasil, Peru, Colômbia, República Dominicana e Espanha. A iniciativa busca harmonizar dados climáticos, socioeconômicos e de saúde para fortalecer a capacidade de resposta a riscos ambientais e de saúde pública em áreas vulneráveis. O evento desta segunda contou com o apoio da Secretaria Municipal de Saúde de Cametá, Secretaria de Estado de Saúde do Pará (Sespa), Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), Wellcome Trust, e UFPA.
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