Não precisa ser guerreira o tempo todo

Quando queremos sempre ser fortes em nossa forma de agir e viver, achando que temos que sempre está em guerra, acabamos ficando esgotadas.

Patrícia Caetano / Especial para O Liberal
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Na coluna passada iniciamos esse tema, e percebi o quanto é difícil deixar de ser guerreira, se permitir ser frágil e ser cuidada, mas temos que entender que fragilidade também é uma forma de força, é poder sentir, chorar, cair, pedir ajuda e admitir suas dores sem anular a nossa capacidade de amar por isso. Uma mulher com a energia predominante masculina sabe doar o amor, mas são raras as que sabem e permitem ser amadas e cuidadas. 

Quando queremos sempre ser fortes em nossa forma de agir e viver, achando que temos que sempre está em guerra, acabamos ficando esgotadas. E por causa das experiências que vivemos no passado, carregamos uma parte nossa que é vulnerável, e é exatamente isso que que nos leva ao medo de parecer frágil. 

Ficamos muitas vezes tentando nos proteger uns dos outros pensando, se a outra pessoa souber da minha fragilidade, nossa conexão será quebrada. E nós nunca falamos sobre nossas fragilidades.
Uma pessoa pode sim ser ambiciosa, gostar de trabalhar, ser menos romântica e ainda assim ter a força bastante evidente nela. Porque ela reconhece o seu sentir e a sua fragilidade, ela conhece as sua força, mas também conhece as suas limitações e necessidades. 

Sabe quando tem que colocar a mão na massa e também quando deitar no colo e receber um afago. Pedir ajuda é um trampolim para aceitar também que merece repousar. Às vezes nos cansamos, chegamos ao limite de nossas forças e, simplesmente, nos deixamos levar. Chorar não é desistir, nem é fraqueza. 

Encarar que estar em estado de repouso faz parte da sua jornada. As pausas são necessárias para ajustar as velas, redefinir a nossa direção, selecionar novas batalhas e escolher novas armas!
Somos todos humanos, feitos de carne, osso, coração (ele existe em todos e é parte essencial de nós) e sangue. E todo mundo sangra!

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 Muitas vezes aquela mulher guerreira, ou aquela amiga que está sempre ajudando e que parece ter a resposta para tudo, ela também é humana. Que tal perguntar se ela está bem ou se precisa de alguma coisa? Quando encontrar uma mulher forte, ofereça a ela um chá, uma cadeira, um repouso e um afeto. Ela provavelmente viveu grandes batalhas para estar onde está: irradiando luz, com faíscas nos olhos e fogo nas veias inspirando outras mulheres.

As pessoas protagonistas das suas vidas sabem que ela tem amor e tem dor. A vida também é dura e gera caos. O desafio é o equilíbrio desse balançar em cada pessoa que vive a sua história, a sua verdade e a sua realidade.

Ser forte implica, primeiramente, estar bem consigo mesma. Cultive o seu crescimento pessoal, aproveite os seus momentos, os seus interesses. Ser forte é saber amar a si mesmo. E não, isso não é um sinal de egoísmo. Ser forte requer também liberar pesos que dificultam o nosso avanço, que afetam o nosso bem-estar e nos causam sofrimento. Ser forte significa se permitir “ser fraco” de vez em quando. 

Você tem direito de dizer que “não consegue lidar com isso ou aquilo”, que está além da sua capacidade, que não vai assumir mais responsabilidades do que as que já tem. Você tem direito de dizer que “não consegue mais” e que precisa de um descanso. Você tem direito de pedir respeito, demandar carinho, afeto e reconhecimento. Quem precisa de você deve compreender que você também precisa deles.

Confesso que não estava preparada (e ainda estou em processo) para esta quebra de padrão mental. Das inúmeras crenças enraizadas no ser humano sem dúvida, uma das mais desafiadoras é desmistificar e compreender com clareza o real significado de ser frágil.  Não tem jeito. No fim, a melhor forma de encarar a nossa própria existência é assumindo a nossa autenticidade e abraçando com amorosidade a nossa fragilidade. E isso só vai acontecer quando resolvermos abrir mão do controle, aceitando que podemos ser fortes quando for necessário, e frágeis quando sentir que preciso.


@patyccaetano

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