Por que a gripe K é preocupante? Infectologista explica após caso confirmado no Pará
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), o subclado K da Influenza A representa uma “evolução notável do vírus”. Especialistas comentam a sua velocidade de transmissão
O Brasil registrou o primeiro caso do subclado K da Influenza A (H3N2), popularmente conhecido como "Gripe K". A confirmação foi feita pelo Ministério da Saúde a partir de amostras analisadas no estado do Pará.
A Gripe K apresenta características semelhantes à influenza comum, mas especialistas alertam para a velocidade de transmissão. A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou o subclado como uma "evolução notável do vírus", gerando atenção das autoridades de saúde.
Alessandre Guimarães, médico infectologista e vice-presidente da Sociedade Paraense de Infectologia (SPI), expressou preocupação. Ele citou o cenário europeu, onde a Gripe K tem causado aumento de casos, levando a OMS a emitir um alerta sobre a "explosão de casos".
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O Risco da Transmissão Rápida
Guimarães destacou que países como o Japão enfrentam uma epidemia de gripes com prevalência da Gripe K. A fácil disseminação do vírus é um fator de preocupação, pois a rápida aquisição pela população pode gerar um colapso no sistema de saúde, comparável ao ocorrido com a Covid-19.
"Não sabemos dizer se os sintomas serão graves, mas tudo leva a crer que são os mesmos da Influenza", detalhou o infectologista. Ele reforçou a necessidade de atenção devido ao potencial de sobrecarga dos serviços de saúde.
Sintomas e sinais de alerta
A maior parte dos sintomas da nova variante é a mesma da gripe comum. Isso inclui:
- tosse,
- febre,
- dor de cabeça,
- dor de garganta,
- coriza,
- congestão nasal,
- dor muscular,
- dor articular.
Estes são indicativos gerais de uma infecção gripal. No entanto, há sinais específicos que têm chamado a atenção dos especialistas.
"Eventos gastrointestinais, como dor abdominal, náuseas e diarreias, têm aparecido muito nos casos da Gripe K", afirmou Guimarães.
A inapetência, ou falta de apetite, e a indisposição também são observadas.
Em casos de sintomas gripais, medidas como usar máscara, lavar as mãos e evitar locais aglomerados são recomendadas para conter a disseminação do vírus.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico da Gripe K pode ser feito por meio de informações clínicas, onde o médico avalia o quadro do paciente. Alternativamente, é possível realizar um diagnóstico laboratorial, que envolve a coleta de secreção nasal para análise.
Para o tratamento, Alessandre Guimarães ressaltou a importância de manter a hidratação e de cuidar dos sintomas mais expressivos. Em alguns países, como a Espanha, a volta do uso de máscaras e o trabalho remoto já são medidas sugeridas para quem apresenta sintomas gripais.
Grupos vulneráveis e a vacinação
Os grupos considerados mais vulneráveis à Gripe K incluem:
- idosos acima de 75 anos, devido à imunossenescência (envelhecimento natural do sistema imunológico),
- pacientes cardiopatas,
- pessoas com restrição de mobilidade,
- população indígena,
- pessoas asmáticas.
Ainda não existe uma vacina específica para a Gripe K. Contudo, Guimarães orientou que a população mantenha o esquema vacinal da Influenza em dia. "A vacina que há da Influenza não possui o material genético da Gripe K", explicou.
Anualmente, a vacina da gripe é atualizada, baseada nas cepas virais circulantes. As vacinas com essa nova variante devem ser produzidas no próximo ano. "É importante tomar a vacina da Influenza, porque favorece que a resposta imunológica ocorra", completou o infectologista.
Dicas de etiqueta respiratória para frear o vírus
Para evitar a transmissão da Gripe K e de outras doenças respiratórias, siga estas orientações:
- Ao tossir ou espirrar, não use as mãos. Elas são um dos principais veículos de gripe.
- Ao tossir ou espirrar, cubra o nariz e a boca com lenço de papel e depois jogue-o no lixo.
- Na falta de lenço, use o braço para cobrir o nariz e a boca, nunca as mãos.
- Evite cumprimentos com abraços, aperto de mão e beijo se estiver com sintoma de gripe.
- Não compartilhe copo, utensílios e toalhas.
- Lave as mãos com água e sabão ou higienize com álcool em gel.
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