Greve dos professores da UFPA começa nesta segunda-feira
Grevistas pedem reajuste salarial de quase 20% e protestam contra os cortes anunciados na educação

Nesta segunda-feira (6), docentes da UFPA deflagram a greve aprovada em assembleia no dia 23 de maio. As movimentações começam às 7h30, nos portões 2 e 3 do campus Guamá. Também está programada a instalação do Comando de Greve e apresentação do orçamento da UFPA no Mirante, além de arrastões em todos os espaços da universidade. Os campi de Altamira, Castanhal, Cametá e Bragança vão aderir aos movimento paredista, de acordo com informações divulgadas pela Associação dos Docentes da UFPA (ADUFPA).
A pauta de reivindicações inclui reposição salarial emergencial da inflação, estabelecida em um reajuste linear de 19,99% para todas as categorias; imediata revogação da EC/95, conhecida como “teto dos gastos"; e retirada definitiva da PEC 32/2020 (Reforma Administrativa), que prevê a cobrança de mensalidade nas universidades públicas federais.
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Os grevistas também protestam contra os cortes orçamentários na educação pública; o Decreto 11.072, de 17 de maio de 2022, que regulamenta o teletrabalho e controle de produtividade no Executivo federal); e as intervenções, defendendo assim a autonomia universitária. Eles pedem ainda a revogação da Nova Lei do Ensino Médio e das Novas Diretrizes para Educação Profissional e Tecnológica, entre outras reivindicações.
De acordo com a Adfpa, desde o dia 23 de maio, a entidade, juntamente com o Sindicato dos Trabalhadores das Instituições Federais de Ensino Superior no Estado do Pará (Sindtifes-PA), tem organizado reuniões unificadas com docentes, técnicas e técnicos-administrativos e estudantes nos campi e setores da UFPA.
Uma plenária unificada foi realizada com as diferentes categorias, na última quinta-feira (2), no intuito de mobilizar a comunidade em torno dos motivos e objetivos da greve. Um dos encaminhamentos definidos foi a ocupação dos campi, na capital e no interior, para dialogar com a comunidade acadêmica sobre a pauta e, ainda, sobre os cortes orçamentários que atingem a Educação pública.
Governo Federal cortou verba para as universidades públicas
O governo federal bloqueou 14,5% no orçamento discricionário do MEC e unidades vinculadas, no final de maio, o que representa cerca de R$ 1 bilhão a menos para as universidades federais. A UFPA alertou para o risco de parar atividades, com R$ 28 milhões a menos no orçamento, “o que torna ainda mais urgente uma mobilização da comunidade acadêmica e o enfrentamento aos ataques do governo federal contra a Educação Pública”, diz a Adfpa.
Na última sexta-feira (3), o Ministério da Educação (MEC) comunicou aos reitores de universidades federais, a redução, de 14,5% para 7,2%, do corte realizado pelo governo federal no orçamento de cada instituição destinado a custeio e investimento. O valor cairá de R$ 3,2 bilhões para R$ 1,6 bilhão.
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