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Deslizamento em Abaetetuba: autoridades aumentam polígono de risco e retiram mais duas famílias

“Esse provavelmente será o último movimento de aumento de risco”, disse Augusto Lima, coordenador da Defesa Civil Municipal e do Comitê de Sistema de Comando em Desastre

Dilson Pimentel

Uma operação promoveu uma nova ampliação do polígono de risco e isolamento da área onde ocorreu o deslizamento de terra nos bairros São José e São João, em Abaetetuba, no nordeste do Pará. Antes dessa ação, e segundo a Prefeitura de Abaetetuba, 130 famílias haviam sido impactadas com o desastre ambiental, registrado no dia 26 de fevereiro deste ano. Um total de 137 imóveis e 385 pessoas atingidas.

Essa nova operação ocorreu na manhã de quinta-feira (9). “Isso nos dá três movimentações nesse sentido. Esse provavelmente será o último movimento de aumento de risco”, disse Augusto Lima, coordenador da Defesa Civil Municipal e do Comitê de Sistema de Comando em Desastre.


"Com a retirada dessas famílias estamos fechamos toda a área que os órgãos responsáveis pelo estudo da situação de riscos e ameaça nos apresentaram. Vamos fechar totalmente esse trabalho da desocupação da área de risco", afirmou.

A decisão do Comitê se deu com fundamento nos resultados obtidos nos estudos realizados pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM), que apontaram alto risco para toda a área isolada, que já alcança 42 mil metros quadrados.

A desocupação da nova área ocorreu de forma ordenada, após o cadastro das novas famílias afetadas e encaminhamento para o recebimento dos benefícios assistenciais. Ainda segundo as autoridades, duas famílias vinham apresentando resistência na desocupação da área anteriormente definida e, na quinta-feira, concordaram em retirar-se definitivamente dos imóveis localizados na área do segundo polígono.

A pedido do Comitê foi realizada a interrupção do fornecimento de energia na área já desocupada, para reduzir os riscos na área e evitar o retorno dos moradores para a situação de risco apresentada, haja vista a insistência de alguns moradores em retornar para os imóveis, mesmo diante dos esclarecimentos prestados pela Defesa Civil.

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"Algumas pessoas ainda não entenderam qual é o risco", diz Defesa Civil Municipal

“Algumas pessoas não entenderam ainda qual é a gravidade, qual é o risco. Ele pode não se apresentar fisicamente, mas nós temos um risco no solo. Por isso a necessidade da evacuação total”, explicou, ainda, o coordenador da Defesa Civil Municipal.

Muitos moradores, porém, estão inconformados com a ampliação do polígono de risco. Eles dizem que outras medidas poderiam ser adotadas para que as pessoas não tivessem que sair de suas casas, nas quais moram há muitos anos.

“Eles vão aumentando o polígono de risco, mas não apresentam laudo nenhum e tira as pessoas das casas. Gente que tem problema de saúde, como pressão alta”, disse a manipuladora Valdecília Gomes Ferreira, 52 anos, que morava na rua Siqueira Mendes, no bairro São João.

Os pais dela - João dos Santos Ferreira, 84, e a esposa, Luzia Gomes Ferreira 82, moravam há mais de 50 anos em uma casa na mesma rua Siqueira Mendes, no bairro São João. E, de uma hora para outra, tiveram que sair de sua residência. Eles foram para a casa de Valdecília, na mesma rua. Em um primeiro momento, a família conseguiu ficar nesse imóvel. Mas, depois, a própria filha e os pais também também tiveram que deixar a residência.

Deslizamento provocou danos físicos e sociais

Desde o dia 24 de fevereiro a Prefeitura de Abaetetuba monitora a situação ocasionada pelo movimento de massa verificado na margem do Rio Maratauira, na altura da Rua Dom Pedro I. No dia 26 de fevereiro o deslizamento provocou danos físicos e desencadeou diversos danos sociais, os quais a Prefeitura, com apoio do Governo do Estado e do Governo Federal atua para minimizar.

Em 26 de fevereiro o Decreto Municipal nº 157/2023 declarou Situação de Emergência nas áreas do município de Abaetetuba afetadas pela erosão de margem fluvial por 180 dias. Em 27 de fevereiro, o decreto foi homologado pelo Governo Estadual e em 1º de março a situação foi reconhecida em nível Federal, por portaria do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR).

 

 

 

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