Altamira recebe pesquisadores internacionais e nacionais para evento sobre hidrelétricas na UFPA

Foram analisados os impactos sociais e ecológicos da construção de hidrelétricas na Amazônia, envolvendo mais de 4 mil pessoas das proximidades dos rios Xingu e Madeira.

Enderson Oliveira
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Em setembro, os resultados de mais de 10 anos de pesquisa sobre os impactos da construção de hidrelétricas na Amazônia serão apresentados em evento na Universidade Federal do Pará – Campus Altamira no dia 9 de setembro. Intitulado “Hidrelétricas na Amazônia: e depois?”, o evento vai reunir pesquisadores, representantes de comunidades ribeirinhas e indígenas impactadas pelas hidrelétricas e autoridades.

Com o evento, os pesquisadores buscam dar um retorno às comunidades envolvidas no projeto, como populações locais, formadores de políticas públicas das várias esferas governamentais (municipal, estadual e federal) e comunidade científica – contribuindo para um futuro mais justo e sustentável para a Amazônia.

“Ao todo, são mais de 10 anos de estudos científicos em várias áreas do conhecimento com um objetivo comum: investigar os impactos sociais e ecológicos da construção de hidrelétricas na Amazônia. Foram consultadas mais de 4 mil pessoas nas duas localidades (Porto Velho e Altamira) e proximidades – entre entrevistas estruturadas, semiestruturadas e em profundidade, e oficinas participativas”, explica Emilio Moran, coordenador do projeto, da Universidade Estadual de Michigan (EUA) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A capital de Rondônia também recebeu o evento, no dia 4 de setembro, na Universidade Federal de Rondônia (Unir).

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A pesquisa

A pesquisa iniciou em 2013, visando analisar os impactos da construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. Com o avanço do estudo, a investigação foi renovada em 2020 com o nome “Depois das hidrelétricas: processos sociais e ambientais que ocorrem depois da construção de Belo Monte, Jirau, e Santo Antônio na Amazônia Brasileira” – incluindo as hidrelétricas do rio Madeira. A segunda fase do projeto examinou os impactos 5 a 10 anos após a finalização das construções dessas usinas. Saiba mais sobre a pesquisa no instagram.

Buscou-se responder a questões cruciais sobre o legado deixado pelas hidrelétricas na Amazônia, como, por exemplo, (1) qual o efeito do declínio populacional após o crescimento explosivo durante a construção das hidrelétricas; (2) como as barragens afetam a pesca, os pescadores e a biodiversidade local; e (3) qual o impacto sobre o uso e cobertura da terra pelas populações locais.

O estudo foi realizado através da iniciativa São Paulo Excellence Chairs (SPEC), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e contou com uma equipe interdisciplinar de mais de 20 pesquisadores de várias instituições.

Importância do evento para Altamira

O evento busca incentivar políticas públicas baseadas em evidências científicas que considerem as populações tradicionais e urbanas impactadas pelos grandes empreendimentos hidrelétricos. Ao promover esse evento, amplitude da pesquisa e sua devolutiva, espera-se fortalecer o diálogo entre a comunidade científica, as populações impactadas e as autoridades, contribuindo para um futuro mais justo e sustentável para a Amazônia.

Serviço

Evento “Hidrelétricas na Amazônia: e depois?”

Quando? Altamira (9/09)

Onde? Auditório da UFPA (manhã) e Cantina do Campus I da UFPA (tarde), a partir de 8h30

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