Prêmio Nobel de Economia vai para Claudia Goldin, por estudos sobre mulheres no mercado de trabalho
Professora da Universidade de Harvard, Goldin é a terceira mulher a levar o Nobel de Economia desde que o prêmio começou a ser concedido, em 1969
A norte-americana Claudia Goldin, professora da Universidade de Harvard, ganhou o Prêmio Nobel de Economia 2023, por seus estudos sobre mulheres no mercado de trabalho. Em seus trabalhos, ela observou que uma grande disparidade salarial e de oportunidades entre homens e mulheres ainda existe porque, em parte, é a fase da vida em que mulheres precisam decisões importantes para suas carreiras e devem fazer escolhas, por exemplo, sobre a maternidade.
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"Se as expectativas das mulheres jovens forem formadas pelas experiências das gerações anteriores – por exemplo, das suas mães, que não voltaram a trabalhar até os filhos crescerem – então o desenvolvimento será lento", afirma a instituição responsável pela premiação, em nota.
A pesquisa da professora se baseou em mais de 200 anos de dados nos Estados Unidos sobre a participação feminina no mercado de trabalho. Durante os estudos, Goldin percebeu que, diferente do que imaginava, essa participação não ocorreu de uma maneira ascendente, mas sim em uma curva em formato de "U".
Até o século XVIII, as mulheres estavam inseridas no mercado de trabalho por conta da própria dinâmica social – como era uma sociedade agrária, elas trabalhavam dentro das propriedades da família. Já no início do século XIX, com a transição para uma sociedade industrial, muitas pessoas passaram a trabalhar fora de casa e o percentual de mulheres casadas no mercado despencou.
O panorama só mudou novamente no começo do século XX, quando o setor de serviços ganhou força e as mulheres foram novamente chamadas ao mercado de trabalho. Nesse mesmo período, o nível de educação das mulheres cresceu.
A pesquisa apontou, ainda, que o acesso à pílula anticoncepcional teve um importante papel para a aceleração dessa participação, oferecendo maior possibilidade para planejamento de vida e de carreira. Porém, ainda é a maternidade que reforça a disparidade salarial entre homens e mulheres, que, por conta das dinâmicas que ainda ocorrem no mercado de trabalho, acabam por dificultar a ascensão profissional da mãe.
Sobre a ganhadora
Nascida em Nova York, Estados Unidos, nos Estados Unidos, Goldin tem 77 anos e é PhD pela Universidade de Chicago. Ela também é co-diretora do Grupo de Estudos sobre Gêneros na Economia do National Bureau of Economic Research (NBER). Com a divulgação do resultado, nesta segunda-feira (9), ela se torou a terceira mulher levar o Nobel de Economia desde que o prêmio começou a ser concedido, em 1969.
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