Pacientes do CAPS denunciam descaso em Santo Antônio do Tauá

Ministério Público realizou uma vistoria no local para averiguar os problemas relatados em denuncias anteriormente protocoladas

Carolina Mota
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Usuários do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) denunciam as condições em que se encontra a estrutura e o serviço oferecido à população de Santo Antônio do Tauá, região oeste do estado.

Segundo relatos enviados à equipe do Eu Repórter, o local não tem as mínimas condições de operar para o atendimento de quem precisa do serviço. No centro não há água e comida de qualidade, nem ventiladores nas salas, fazendo com que os atendimentos tenham que ser realizados nos corredores. O sistema de esgoto também é precário, deixando o ambiente com um cheiro fétido.

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Ainda de acordo com as reclamações, além das questões estruturais, a falta de medicamentos e especialistas no caps é o que mais afeta os pacientes. Os remédios para tratamento de transtornos como ansiedade, depressão e boderline estão em falta há meses e existem apenas um psicólogo, um psiquiatra e uma recepcionista atendendo no local.

Uma paciente que teve a sua identidade preservada nesta matéria, informou que ela e os quatro filhos fazem uso do serviço há pelo menos dois anos, e que dependem exclusivamente do serviço público. "Eu pago aluguel, faço faculdade, tenho um filho especial, não tenho condições de arcar com os custos de um serviço particular por ser caro e inacessível", comentou.

A usuária também informou que durante o tempo em que realiza seu tratamento no centro nunca viu qualquer investimento para a melhoria das condições locais. "Na verdade eu vejo é o oposto. Todos os outros órgãos tem uma atenção especial por parte do município, somente o caps que é esquecido, como se a saúde mental não fosse importante", concluiu.

Um outro denunciante anônimo confirmou os relatos da paciente mencionada. Segundo ele, os funcionários do local ficam sobrecarregados, especialmente o psicólogo que também é coordenador do centro. O psiquiatra tem contrato de ir apenas a cada 15 dias, o que deixa muitos pacientes preocupados. "Se der uma crise em alguém ali, quem vai ajudar? Praticamente só fica o psicólogo lá", contou.

Em fevereiro deste ano, uma equipe do Ministério público do pará (MPPA) realizou uma visitação no local para averiguar os problemas relatados em denúncias que já haviam sido protocoladas anteriormente, por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).

No texto publicado no site do MP, as denúncias confirmadas na visita mostram "diversos problemas estruturais e de acessibilidade, os quais justificam a atuação do Ministério Público para buscar soluções junto à gestão municipal".

A redação integrada do Grupo Liberal procurou a secretaria de saúde e a prefeitura do município e aguarda retorno para esclarecimentos.

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(Carolina Mota, estagiária sob supervisão de Mariana Azevedo)

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