Novo atacante do Remo já foi 'MVP' na China, desbancou Conca e foi negociado por R$ 41 milhões

O veterano de 36 anos é uma aposta arriscada feita pelo futebol azulino na tentativa de conseguir o sonhado retorno à Série B

Luiz Guilherme Ramos
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A temporada de 2023 ainda não começou, mas as tratativas para a montagem do elenco azulino seguem de vento em polpa. Depois de vencer o Parazão e cair na Série C, o Clube do Remo abriu mão da Copa Verde para adiantar os trabalhos do próximo ano. E no radar das novidades, um nome chama a atenção pelo vasto currículo, que inclui temporadas gloriosas no futebol asiático, parcerias com astros da bola e transações milionárias: esse é Muriqui, atacante de 36 anos e principal candidato a artilheiro azulino. 

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Muriqui não é um atleta jovem e passou a maior parte da carreira atuando na Ásia. Nascido no Rio de Janeiro, o atacante foi revelado no Madureira e em seguida emprestado a times da Série A, como Avaí e Vasco. Passou pela Seleção Brasileira de Base e depois foi para o Atlético-MG antes de embarcar para a China, em 2010. 

Foi no Guangzhou Evergrande que Muriqui fez história, a começar pelo valor pago na transação: 3,5 milhões de dólares para jogar na segunda divisão chinesa. E logo no primeiro jogo ele provou valer cada centavo. Contra o Nanjing Yoyo, Muriqui deixou quatro gols na vitória por 10 a 0. Ao final da temporada, o primeiro título na CL1, o acesso à elite e 13 gols em 14 partidas. Melhor que isso, quase impossível. 

Disposto a entrar de cabeça na disputa do Chinesão 2011, os Tigres do Sul da China contrataram duas peças valiosas para compor elenco. Nesta leva chegaram Cléo e Darío Conca, campeão com o Fluminense, mas ali um mero parceiro de Muriqui, que novamente foi o destaque. Neste ano veio o primeiro desânimo, após ser multado em ¥ 25,000 por agredir um colega. Muriqui cogitou deixar o clube, mas acabou, sem saber o que viria pela frente. 

Neste mesmo ano veio o primeiro título na elite chinesa. Muriqui marcou 20 gols em 26 jogos e ganhou o prêmio MVP do ano, dado ao atleta considerado mais valioso do torneio, tornando-se o primeiro brasileiro eleito na nova era do Chinesão, iniciada em 2004. Em 2012 faturou a Supercopa da China. 

Vivendo uma ótima fase, o Guangzhou Evergrande o procurou para uma renovação até 2016, mas o segundo momento veio com algumas quedas de rendimento, especialmente após uma grave lesão nas quartas de final da AFC Champions League, equivalente à Libertadores da América e Liga dos Campeões.

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Os problemas extra-campo não o impediram de acumular troféus. Desta forma vieram o tricampeonato da Superliga Chinesa, o torneio da elite, além do título da AFC de 2013, com direito a 13 gols em 12 partidas, superando o recorde de Ricardo Oliveira, que havia marcado 12 um ano antes. 

O próximo passo foi o Mundial da Fifa. Passando das quartas de final, o time caiu diante do Bayern de Munique por 3 a 0 e decidiu o 3ª lugar contra o Atlético Mineiro, de Ronaldinho Gaúcho. Muriqui até marcou, mas o time perdeu por 3 a 2, com direito a show do "Bruxo". Assim, o clube acabou o torneio em quarto lugar. O sucesso foi tão grande que logo o atleta foi parar no Catar, vendido por 8 milhões de dólares ao Al-Sadd.

No país sede da Copa do Mundo ele não teve a mesma projeção e acabou emprestado ao FC Tokoy, do Japão. Tanto no Catar quanto no Japão, Muriqui conviveu com lesões e acabou retornando ao Brasil em 2017, quando emprestado ao Vasco, novamente sem sucesso. Foi então que ele resolveu voltar ao Guangzhou Evergrande e no fim das contas acabou ajudando a conquista do 7ª título do Evergrande e o tetracampeonato na elite chinesa. 

Ao todo, foram oito títulos pelos Tigres do Sul da China: quatro CSL, uma Copa da China, uma Supercopa da China, uma AFC Champions League e uma China League One. Em campo também foram 83 gols em 146 jogos. De lá ele rumou para o Meixian Techand, atualmente Guangdong South China, da 2ª divisão chinesa, onde fez 16 gols em 20 jogos, até assinar com o  Shijiazuang Ever Bright.

O último capítulo da saga de Muriqui pelo oriente foi no ano passado, quando vestiu a camisa do Cangzhou Mighty Lions. De lá, transferiu-se para o Avaí, onde jogou 37 partidas e marcou oito gols. Agora, depois de rodar uma vasta carreira, desembarca em Belém, onde curiosamente teve uma passagem, no ano de 2006, vestindo o uniforme do maior rival, sob a indicação do então técnico Ademir Fonseca. 

Na época, Muriqui tinha apenas 22 anos e veio com a responsabilidade de substituir ninguém menos que Robgol, mas o retrospecto desfavorável, o excesso de lesões na Série A do ano anterior fizeram com que a passagem fosse apagada. Muriqui saiu do Papão com 12 jogos disputados e um gol marcado. 16 anos depois, ele tem a chance de reescrever sua passagem pelo futebol paraense, se Deus quiser com o mesmo ímpeto da época de glória no futebol chinês. 

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