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MPPA notifica Paysandu para explicar possíveis irregularidades financeiras e contábeis

A representação encaminhada tem como ponto central a suposta ausência de prestação de contas das verbas de patrocínio recebidas entre 2021 e 2024

O Liberal
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O Paysandu Sport Club entrou oficialmente na mira do Ministério Público do Estado do Pará (MPPA). No dia 1º de dezembro, o clube foi notificado pela 2ª Promotoria de Justiça de Tutelas das Fundações Privadas, Associações de Interesse Social e de casos de falência e recuperação judicial/extrajudicial para explicar uma série de possíveis irregularidades contábeis e financeiras atribuídas a gestões recentes. O prazo para resposta é de 15 dias.

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A medida está registrada em despacho assinado pela promotora de Justiça Helena Maria Oliveira Muniz Gomes, datado de 4 de novembro de 2025. O procedimento ocorre no âmbito da Notícia de Fato nº 01.2025.00031986-3, instaurada após uma representação apresentada pelo conselheiro Frederico José Silva de Carvalho. O Ministério Público solicitou o envio de documentos e informações que possam esclarecer os fatos narrados na denúncia.

O que motivou a investigação

A representação encaminhada ao MPPA tem como ponto central a suposta ausência de prestação de contas das verbas de patrocínio recebidas entre 2021 e 2024. A acusação se apoia no artigo 18-C, VII, da Lei Pelé, e no artigo 67, VII, da Nova Lei Geral do Esporte, que reforçam a necessidade de transparência na administração financeira de clubes esportivos.

De acordo com o denunciante, essa falta de prestação de contas teria causado prejuízos significativos ao Paysandu, incluindo o transfer ban imposto pela Fifa. O bloqueio ocorreu após a compra do jogador Keffel junto ao Torreense, de Portugal, em julho de 2024. A aquisição foi firmada por 155 mil euros (cerca de R$ 990 mil), mas o clube pagou apenas 75 mil euros (aproximadamente R$ 439 mil). O valor restante foi quitado como patrocínio pelo Governo do Pará.

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Dados do Portal da Transparência levantam suspeitas

O denunciante afirma que as próprias informações financeiras divulgadas no portal da transparência do clube sustentam as irregularidades apontadas. Um dos casos citados é a súbita variação em um dos saldos registrados: em 30 de novembro de 2022, o clube apontava R$ 77.201.321,22. Apenas um mês depois, no balanço de 31 de dezembro, o valor aparece como R$ 96.225.826,00 — um aumento de R$ 19.024.504,78 em trinta dias.

Outro ponto questionado é o desaparecimento de uma conta de compensação que, no balancete de novembro de 2022, somava R$ 50.869.733,43. A conta simplesmente não aparece no balanço de encerramento do exercício. Além disso, o ativo total do Paysandu registrou queda expressiva: passou de R$ 149.465.468,29 para R$ 116.454.448,00 no mesmo período, uma variação negativa de R$ 33 milhões sem explicações técnicas ou pareceres de auditoria.

Atuação dos conselhos internos também é questionada

A denúncia vai além dos números e aponta falhas nos órgãos de controle interno. Segundo o documento, o Conselho Deliberativo teria aprovado os balanços do período sem a análise técnica adequada. O estatuto do Paysandu prevê que as contas devem ser avaliadas pelo Condel somente após o parecer do Conselho Fiscal e a publicação dos dados no Portal da Transparência — etapas que, segundo o denunciante, não foram cumpridas.

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