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Campeã da PFL, Larissa Pacheco relembra caminho até título e revela chances luta contra Cris Cyborg

Lutadora derrotou a norte-americana Kayla Harrison no último dia 25 de novembro, em New York, e conquistou 1 milhão de dólares

Aila Beatriz Inete
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A paraense Larissa Pacheco está vivendo o seu sonho. No último dia 25 de novembro, em New York, a lutadora venceu a norte-americana Kayla Harrison e conquistou o título de campeã do peso-leve (até 70kg) da PFL (Professional Fighters League). Além do cinturão, a atleta faturou o prêmio de 1 milhão de dólares, mais de R$ 5 milhões na cotação atual.

“É complicado te dizer como que eu me sinto, mas o sentimento é de realização, de gratidão, [principalmente] de realização pessoal, por conta de toda a trajetória que eu tive e poder chegar e me consagrar campeã”, contou Larissa em entrevista exclusiva ao Núcleo de Esporte de OLiberal.

A ficha ainda não caiu para Larissa. Ela ainda está tentando entender o seu novo status de campeã e curtindo o momento, mesmo cansada com toda a rotina de entrevistas, viagens e comemorações que está tendo. Para Pacheco, este é o início do que pode ser a sua melhor fase na carreira.

“Eu acho que é o início do meu auge. Ano passado foi muito conturbado, passei por muitas dificuldades, psicológicas, principalmente e foi ladeira abaixo para mim. Então, eu precisava renovar, eu precisava ressurgir e esse ano eu olhei e falei: esse ano vai ser meu e eu vou passo a passo chegar e sair campeã dessa organização. Foi o que eu consegui fazer, mas foi muito difícil, foi uma superação”, pontuou.

Planos para o futuro

Agora milionária, Larissa ainda está fazendo planos para investir o dinheiro. Mas a paraense já sabe que uma parte do prêmio será reservada para comprar uma casa.

“Esse dinheiro ainda nem chegou na minha conta, então, primeiro receber”, brincou a paraense. “Mas [quero] me estabilizar, comprar uma casa, ver quais são as minhas prioridades, o que eu realmente preciso fazer, porque não quero sair gastando esse dinheiro, foi muito tempo para conseguir tudo isso, mas ainda tem uma série de coisas e agora a ideia é não perder dinheiro”, acrescentou a lutadora.

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Além dos planos pessoais, Pacheco já tem algumas possibilidades na mesa para 2023. A paraense revelou que há chance de uma superluta com a ex-campeã do UFC Cris Cyborg.

“Ganhar ano que vem de novo e agora a gente está falando de novas possibilidades, luta, super lutas, quem sabe uma luta com a Cyborg. O evento quer isso e a gente quer, eu estou aqui para lutar, para representar meu país, ela também, fazemos isso com vontade, amor, uma hora vai rolar, os projetos são esses”, revelou.

Larissa também afirmou que uma quarta luta contra Kayla é possível e que ela está disposta a lutar quantas vezes for preciso para virar a “pontuação” a seu favor.

“A gente teve uma conversa com o presidente do evento e ele perguntou quais eram as minhas vontades e eu falei assim: a revanche é dela, o que ela quiser a gente dar um jeito, mas eu estou aqui para lutar, à disposição da organização, e se ela quiser uma quarta luta, ela vai ter, se quiser uma quinta, também vai ter, porque ela está duas vezes na frente e eu sou estou uma, ela está me enganando e eu preciso empatar e virar esse jogo”, declarou.

Trajetória até o título

A paraense começou a treinar ainda muito novinha com o treinador João Bastos – que está com ela até hoje, em projeto social chamado “Casa da Cultura'', em Marituba. O técnico lembrou que desde o início, Larissa já era muito dedicada e sabia que queria seguir no MMA. Mas, naquela época, o esporte não era tão inclusivo.

“Naquela época, ser lutadora de MMA era motivo de piada, porque nem se pensava em mulher no MMA. No momento que entrou a categoria 61kg (peso-galo) no UFC, eu liguei para duas pessoas: para a minha filha e para ela [Larissa]. Eu liguei para ela e disse: entrou a categoria 61 kg no UFC, é a nossa vez, as mulheres vão começar a trabalhar, vão começar a ser bem vistas no MMA. Vamos trabalhar? Na hora ela aceitou, entendeu que aquilo ali era o começo de um novo projeto de vida. E esse foi o resultado”, relembrou o treinador João Bastos.

image Larissa e o treinador João Bastos (Igor Mota / O Liberal)

Aos 20 anos, a paraense estreou contra a ex-campeã Jéssica Bate-Estaca, mas o resultado final foi uma derrota por finalização. Ela ainda enfrentou Germaine de Randamie e encerrou sua participação no Ultimate com duas derrotas. Apesar disso, essa fase foi importante para que a lutadora ganhasse experiência.

Em 2019, Larissa fez a primeira luta na PFL. A estreia foi logo com Kayla Harrison e ela acabou perdendo por pontos. Apesar da derrota, a paraense venceu as outras duas lutas e chegou na final, onde também parou na norte-americana.

Assim, a final deste ano era de suma importância para Pacheco. Com duas derrotas para Harrison, ela queria provar que podia vencer a norte-americana. E após superar os problemas pessoais e mentais que teve na temporada de 2021, Larissa fez a campanha perfeita, venceu todas as adversárias no primeiro round, por nocaute, chegou na final pronta para chocar o mundo e destronar Kayla.

Depois de cinco rounds, Larissa conseguiu atingir seu objetivo: ter o braço erguido e o cinturão na cintura.

“Eu nunca olhei ela [Kayla] como uma rival. Acho que todas as derrotas fazem parte do processo, para a gente chegar lá. Ela era a pessoa que estava na minha frente? Era. Já tinha ganho duas vezes, mas só que eu precisava vencer e vencer de quem tivesse na frente. Que bom que foi dela,eu falava até isso muito para todo mundo. Porque ganhar dela vai ser um passo a mais na minha carreira, não vai ser só ganhar um cinturão, vai ser superar essas derrotas”, ressaltou a paraense.

larissa pacheco

Kayla Harrison se tornou a “cara” da PFL, que atualmente é o segundo evento de MMA mais popular do mundo, e era bicampeã. Agora, com a vitória, Larissa espera que o posto seja dela. 

“Eu sei totalmente que ela era a cara do evento, ela era campeã, o evento é feito para ela, mas, agora a gente tem que analisar de possibilidades. Eu estou na jogada, eu sempre falei eles[organização]. Então, agora a gente tem que olhar como um todo, eu faço parte da organização, só a nova campeã e agora quem tem que ser a cara da PFL sou eu e não ela é”, afirmou.

Posição de ídolo

Após vencer as adversidades, questionamentos e desafios da vida, Larissa pode ser uma inspiração para meninas e meninos que sonham em chegar no topo do MMA mundial. Mas para ela, ser ídolo de alguém é algo novo para processar.

image (Igor Mota / O Liberal)

“Eu demorei muito para me ver como ídolo de alguém porque eu sempre tive aqui com eles. Eu sempre tive nesse ambiente, eles sempre foram meus amigos. Então, eu não consigo ver eles como pessoas diferentes de mim. Eu sempre falo para eles, que quando a gente quer uma ‘parada’ temos que correr atrás que um dia vai dar certo. Eu sei que muitos deles assim me ver com nossa estrela, eu ainda não consigo viver assim. Mas eu sempre falo muito sobre isso para ele, porque a gente precisa acreditar, demorou, mas deu certo”, finalizou Larissa Pacheco.

(Aila Beatriz Inete, estagiária, sob supervisão de Pedro Cruz, coordenador do Núcleo de Esportes)

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